Capítulo XI

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No fim de semana, Jonathan me convidou para um encontro em um rinque de patinação no centro da cidade. Quando eu era pequena, meus pais me traziam nesse mesmo lugar, e, embora eu soubesse patinar, JoJo deslizava sobre o gelo com uma suavidade impressionante, como se fosse a coisa mais fácil do mundo.

- Como você é lenta, Lizzy! – ele brincou, acelerando.

Comecei a rir e acompanhar sua velocidade, todavia, acabei enroscando a lâmina de um dos patins no gelo e caí. Não me machuquei, mas Jonathan se ajoelhou e me ajudou a levantar.

- Está tudo bem? – ele me encarava com um ar de preocupação.

Concordei com a cabeça, endireitando-me.

- Tem certeza? – Jonathan insistiu.

- Sim, foi só uma quedinha. – sorri.

Estava ocupada demais limpando o gelo da jaqueta para notar que Jonathan continuava ajoelhado. As pessoas ao redor já nos encaravam, e meu rosto começou a esquentar.

- Vai ao baile comigo? – ele segurou minha mão.

Fiquei sem fala. O baile de formatura aconteceria em breve e toda a escola estava falando sobre isso, mas sequer passou pela minha cabeça que JoJo teria algum interesse em ir.

- Lizzy? – ele insistiu.

Aquilo era tão fofo!

- Sim, é claro! – respondi.

Ele se levantou e me beijou, fazendo-me esquecer de todas as pessoas curiosas ao redor. Passei meus braços ao redor do pescoço dele e intensifiquei o beijo.

Patinamos por mais algum tempo, antes de pararmos para comer algo na lanchonete na lateral do rinque. Dividimos um balde de frango frito e roubei as batatas que JoJo pediu, enquanto ele tomava alguns goles do meu refrigerante.

- Com que cor de vestido você vai ao baile? – ele perguntou, de repente.

Arqueei as sobrancelhas, sem entender nada.

- Que pergunta mais aleatória. – comentei. – Não escolhi ainda.

- Li na internet uma vez que as garotas gostam de combinar as cores dos vestidos com a gravata do namorado. – ele corou conforme explicava.

- Por que você estava pesquisando isso? – não contive a risada.

- Era uma matéria com dicas para o primeiro encontro. – Jonathan estava tão vermelho que poderia ser confundido com um pimentão. – Fiquei nervoso quando saímos...

Super ultra mega fofo. Debrucei-me sobre a mesa e beijei meu namorado. Era impossível não me apaixonar cada vez mais por esse garoto.

- Assim que eu decidir o que vou usar, te aviso. – respondi. – Não se preocupe que nós iremos combinando.

- Você achou brega, né?

- Só um pouco.

Jonathan parecia tão preocupado em causar uma boa impressão, que nem percebi quando falei, numa tentativa de tranquilizá-lo:

- Não se preocupe com isso, acho muito fofo como tenta fazer todas as ocasiões serem especiais. É um dos motivos pelos quais eu te amo.

Parei. Jonathan me encarava, sem reação. Eu acabei mesmo de falar isso em voz alta? Será que estraguei tudo? Era muito cedo? E se ele me achasse desesperada? E se...?

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