Capítulo XX

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- Separei vocês em grupos de quatro pessoas, considerando as habilidades individuais de cada um e pensando em como isso poderá ajudar nos projetos. – a professora explicou. – Trocas não serão permitidas.

Caminhou até a mesa e começou a ler os nomes dos integrantes de cada equipe. Tive uma surpresa desagradável ao descobrir quem estaria comigo no projeto.

- Juliette Mills, Rose Button, Elizabeth Wright e Natally Johnson. – a professora anunciou.

Troquei um olhar incomodado com a minha melhor amiga. Trabalhar com a megera era realmente tudo o que não precisávamos no momento. Tentei esconder o desconforto quando ela se aproximou de nós, mas Julie não se importou em bufar e resmungar.

- Cale a boca, cachinhos. – Natally revirou os olhos. – Acha que eu queria estar no mesmo grupo que um bando de perdedoras?

- Sua... – Julie começou, mas eu a segurei pelo braço.

- Não vale a pena. – sussurrei.

Rose se mexeu na cadeira, incomodada.

- Minha especialidade é fotografia. – falou, de repente. – Qual é a de vocês? – ela sabia a resposta, afinal, frequentamos o mesmo clube durante o ensino médio quase inteiro. O intuito claramente foi mudar de assunto e amenizar o clima.

- Pintura. – entrei no jogo. Se focássemos no projeto, não teríamos tempo de discutir nossas inimizades.

- Desenhos. – Natally disse.

- Esculturas. – Julie respondeu.

Olhei ao redor. Os alunos estavam misturados de acordo com suas habilidades, como a senhora Smith havia dito, de modo que cada grupo tivesse a maior diversidade possível.

- Podemos achar um jeito de usar esses quatro elementos. – sugeri.

As garotas pareceram gostar da ideia. Discutimos durante algum tempo até acharmos o projeto ideal: Rose tiraria fotos de partes da escola que serviriam como base para os desenhos de Natally e minhas pinturas, enquanto Julie ficaria responsável por esculpir molduras personalizadas de madeira para nossas obras. A paleta de cores escolhida foi preto, verde e amarelo - as cores da escola. Contamos a ideia para a senhora Smith e ela pareceu adorar.

Saímos da sala para iniciar o trabalho. À medida que andávamos pelo prédio, procurando os locais que usaríamos no projeto, Rose apontava sua câmera e tirava várias fotos.

Tudo corria bem, até Julie e Natally perderem a paciência uma com a outra.

- Esse corredor pode ser um dos pontos de destaque da nossa obra. – minha melhor amiga sugeriu.

- É só um corredor cheio de armários sem graça. – a megera disse.

- É o lugar que os alunos mais frequentam. – Julie teimou.

Começaram a discutir. Rose e eu trocamos um olhar preocupado. Elas não poderiam brigar durante todo o projeto, poderiam? Como o corredor estava vazio, com exceção de nós quatro, ninguém mais presenciava a cena.

- Ninguém queria você no grupo. – Julie soltou. – Você é insuportável.

Natally arqueou as sobrancelhas.

- E você é uma péssima artista. – rebateu, virando as costas e se afastando. – Façam tudo sozinhas, perdedoras.

Julie bufou de novo.

- Precisamos dela. – Rose falou, encarando Natally virar o corredor e desaparecer de vista.

- Isso é verdade. – concordei. – Você não pode ser má com ela o tempo todo, Juliette.

Arte & GuerraWhere stories live. Discover now