London London III - Uma Vitoriana no Século XXI

Capítulo 1

Anne abriu os olhos e viu um rapaz a sacudindo, tentando levantá-la. 

"Moça.. Você está se sentindo bem?". 

"Oh.. Não sei.. Onde estou?" ela perguntou. 

"Em uma praça, vem.. deixa eu te ajudar". Ela estendeu as mãos e ele a levantou. "Eu moro aqui perto, quer ir até lá tomar uma água? Ligar pra alguém?". 

Anne mal ouvia o que aquele homem dizia, olhava ao redor assustada com tanto barulho. Reconheceu uma antiga construção e se deu conta que ali, naquela praça, já foi um dia sua casa. 

Começou a chorar e o rapaz tocou seu rosto para limpar uma lágrima. Ela se esquivou assustada e o deixou ali confuso. 

Saiu correndo em direção a casa Pusset, o barulho das ruas estavam a deixando louca, viu algumas pessoas atravessando a rua e correndo se juntou a eles. 

Sem fôlego ela procurou o medalhão e percebeu que ele havia caído no meio da rua, fez menção em resgatá-lo, mas os carros e ônibus que passaram, o levaram para longe. 

Sentou em um espaço que tinha, no ponto de ônibus e chorou. "Meu Deus, por que eu fui fazer isso?!" pensou desesperada. 

Respirou fundo algumas vezes tentando se acalmar.

"Eu estou no futuro, okay.. mas e agora?" se perguntou, em um momento de lucidez, limpando as lágrimas. Levantou a cabeça e viu o mesmo rapaz que a acudira antes, atravessando a rua, em sua direção. 

"Moça, desculpa, mas não quis te assustar. Estou preocupado, está bem mesmo?" ele perguntou e dizendo que não ela caiu no choro de novo. 

Então ela deixou ser levada para onde ele dizia que morava. Era próximo da sua antiga casa. Não era muito grande, mas continha vários quartos e a instalou em um, dizendo que ela poderia ficar aquele dia ali, pois estava vago. 

Preparou um sanduíche e uma lata de refrigerante, colocou em uma bandeja e bateu em sua porta. 

Anne abriu e ele entrou. "Desculpa, mas achei que talvez o desmaio fosse fome, preparei pra você" ele disse a entregando a bandeja. "Sou Robert Miller, a propósito". 

"Obrigada.. Anne Birdwhistle" ela disse fazendo uma reverência que ele achou bem esquisito. 

"Está mais calma?" ele perguntou encostado a porta do quarto e ela disse que sim, enquanto devorava o sanduíche. "Está muito bom!" exclamou de boca cheia e em seguida pediu desculpas pelo ato. 

"Não gosta de refrigerante?". 

"Refrigerante.. não sei o que é isso" ela respondeu e ele apontou para a latinha na bandeja. "Mmm.. errr.. como se usa isso?". 

Em choque ele pegou a latinha e abriu, mostrou onde ela beberia o líquido e ela agradeceu. Assim que ela tomou o primeiro gole seus olhos brilharam "Ohhh isso é delicioso!!!" exclamou animada e ele sorriu. 

"Você fugiu de algum lugar? Foi sequestrada?" ele perguntou pois não entendia como alguém não conhecia refrigerante. "Talvez ela tenha sido raptada e tenha sido obrigada a viver como antigamente" pensou analisando suas roupas. 

"Não! Não fugi!" ela respondeu se defendendo "Eu apenas.. Mmmm.. Não lembro de algumas coisas" pensou em dar a mesma desculpa que Samantha. 

"Olha.. Por mim você ficaria por aqui mais dias, mas você parece ser menor de idade e se fugiu de casa, não quero problema pra mim, entende?". 

"Menor de idade?" 

"Sim.. menor de 18 anos.. Quantos anos você tem?" 

"Mmm.. Tenho 18" ela inventou para não o colocar em problemas. Não estava entendendo muito, mas achou que seria melhor mentir "eu farei 18 logo de qualquer forma" pensou.