Capítulo 5

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É impressionante" ela murmurou respirando fundo para segurar a emoção. O jardim era aberto, tinha uma estufa e algumas tendas. Como o tempo estava frio, não tinha muita gente ali. 

Na sala, havia uma mesa com uma recepcionista que os entregou um panfleto com a programação mensal. Ela guardou e perguntou para a moça se ela conhecia a história local. 

Então ela disse que preservaram o quarto menor e ali continham algumas informações. Robert e Anne subiram e ela deixou algumas lágrimas caírem. 

Ele não sabia o que fazer, nunca tinha passado por uma situação como aquela. E nem podia a consolar, pois ela não admitia que ele a tocasse. "Deve ser a educação vitoriana" pensou e fez uma anotação mental de pesquisar tudo sobre a época. 

Anne foi na frente, ela sabia qual era o quarto menor. Era o que Samantha usava. Quando entrou, ela virou para Robert e tampando a boca chorou. "Oh meu Deus Anne.. tem certeza que quer continuar?". 

"Sim.. só preciso de um tempo" ela disse enxugando as lágrimas e respirando fundo se virou novamente. "Eu, Rose e nossa mãe ajudamos Samantha se arrumar no dia de seu casamento. Estávamos aqui com ela.. parece que foi ontem". 

Ele suspirou e assentiu "Loucura tudo isso!" pensou. "Você reconhece alguma coisa?" ele perguntou. E ela disse que o móvel com os espelho era o mesmo que Samantha usava. Olhou para o armário, que continham alguns vestidos e reconheceu o amarelo que ela usou no baile. 

"O resto dos móveis não tenho certeza se já estavam lá na minha época" murmurou e ele assentiu suspirando.

"Robert.." ela disse respirando fundo "Samantha disse que fazia diários para ser encontrado aqui, com um bilhete pedindo para entregar para sua família. Ela guardava no cofre" sussurrou. 

"Mmm.. Interessante. Será que alguém encontrou?" se perguntou "Podemos pesquisar a respeito" ele disse e ela concordou.

Olharam os outros cômodos, mas estavam vazios, eram usados para aulas de balé e outros tipos de recreação.

Desceram e caminharam sentido a biblioteca. Encontraram ali um piano. Anne foi direto até ele e tremendo tocou na madeira que o envolvia. "Robert.. Esse piano era meu" murmurou entre lágrimas. 

"Oh Anne.. Sinto muito por todos esses sentimentos vindo a tona". 

Ela agradeceu e se perguntou como ele havia parado ali, na casa Pusset. "No canto esquerdo, do tampo tem minhas iniciais" ela disse e ele foi conferir. Encontrou em letras douradas A B. Não que ele ainda duvidasse dela, mas ver as iniciais deu um pouco mais de certeza.

Passou a mão pela inscrição e se arrepiou, era curioso tudo aquilo, mas assustador também. Então ela levantou a tampa e tocou algumas notas com uma só mão. 

As pessoas que estavam na sala pararam para olhar quem fazia isso e uma funcionária da casa foi até eles. "Olá, estão gostando de conhecer a casa?" ela perguntou.

Só foi conferir se a visitante não estava estragando o piano, o dono da casa a demitiria se alguém o quebrasse.

"Sim, muito bonita" Robert disse e Anne levantou os olhos concordando. A funcionária, percebendo que ela chorava, perguntou se ela precisava de ajuda e Anne disse que a mãe teve um piano como aquele, então a lembrança a fez chorar. 

"Posso tocar?" ela perguntou e a funcionária, com pena dela, disse que sim. "Ele está aí como decoração, não encontramos alguém para tocar". 

Então Anne sentou, suspirou e tocou. Robert quase pôde vê-la com roupas antigas, vivendo sua vida normalmente, e teve pena dela. Estava tocado pela melodia. 

London London III - Uma Vitoriana no Século XXI Where stories live. Discover now