2.6 - "Tu queres sair daqui?"

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    Bella 

Acordo quando sinto o corpo de Luke a afundar-se no colchão. Os seus braços rodeiam a minha cintura e as suas pernas as minhas, enquanto a sua cabeça descansa sobre a minha barriga.

Os meus olhos abrem com dificuldade numa tentativa de se adaptarem à claridade do quarto. Observo Luke que acaricia a minha pele com o seu nariz. Alguns cabelos rebeldes caem-lhe sobre a testa, dando ao rapaz um ar mais descontraído.

- Bom dia. - murmura contra a minha camisola um pouco levantada, provocando-me assim um ligeiro arrepio. - Nunca mais acordavas. Fui obrigado a ver-te dormir, espero que não me aches assustador.

- Bom dia. - cumprimento e volto a esconder o rosto na almofada, fechando os olhos. - E não és assustador de todo. 

Choramingo quando sinto o corpo de Luke em cima de mim, deixando-me incapaz de mover. Notando o meu desconforto, encaixa uma das suas pernas no meio das minhas e aproxima o seu rosto do meu, parecendo não ter ideias de mudar de posição.

- Não adormeças de novo, por favor. - pede. - Apetece-me conversar e não o quero fazer sozinho. 

- Porque é que és tão querido quando estás com sono? - questiono soltando uma pequena gargalhada. - Passas o tempo todo a abraçar-me. 

Luke afasta os seus braços de mim e aconchega o seu corpo nos cobertores. 

- Tu sabes que eu não sou um idiota de todo. No início, tu eras uma cabra de primeira e eu sentia-me na obrigação de agir como um imbecil, assim como tu o fazias. Agora dás-me abraços e hand jobs... Não me posso queixar. 

Dou um leve empurrão no braço do rapaz, provocando uma gargalhada ao mesmo. 

É verdade que eu também agia de uma maneira rude com Luke, mas era apenas porque não gostava de vários dos seus comentários e ações. Se as coisas tivessem acontecido de outra maneira e se Luke começasse a ser mais cordial comigo, eu também o seria. Ele é uma boa companhia. 

- Se o fizesses, não estarias aqui. - digo e Luke responde com uma careta. - Devíamos sair daqui. 

- O quê? - o rapaz pergunta com uma expressão surpresa. Pela sua cara, parecia que tinha acabado de fazer uma grande revelação. - Tu queres sair daqui? 

Franzo o sobrolho em confusão e solto uma pequena gargalhada. Não consigo entender se Luke está a brincar ou a falar a sério. 

- Sim, tenho fome. Quero ir tomar o pequeno almoço. - esclareço e as bochechas de Luke ganham um tom mais rosado. 

- Oh, claro! Queres ir para a cozinha. Tu falaste com um olhar tão profundo que pensei que querias sair daqui, comigo. Deixar a cidade, sabes... Eu teria de recusar visto que acabei de arranjar este apartamento. - Luke fala, soltando um suspiro nervoso. 

Não evito rir com o seu pensamento parvo. Sinceramente, não me havia dado conta que tal coisa lhe estava a passar pela mente. 

- Posso levar o Snowball connosco? - inquiro e Luke sorri, ainda um pouco embaraçado. - Então, vamos fugir até à cozinha ou vais ficar aí alapado?! 

Luke posiciona-se sobre mim, impedindo-me de deixar o quarto. Pelo que parece ele não tinha assim tanta vontade de deixar a cidade. 

- Quero ficar aqui. - diz e desliza a ponta do seu dedo pela minha bochecha, delineando os meus lábios. - E se estiveres mesmo com muita fome sempre me podes comer. 

Os seus olhos azuis seguem atenciosamente o percurso que a sua mão realiza, desde o meu rosto até à minha barriga. Prendia o seu lábio com os dentes e esboça um pequeno sorriso quando sente a minha pele arrepiar devido ao seu toque. 

- Comecei a escrever uma música. - declara e continua a traçar caminhos imaginários pelo meu corpo. 

Encaro Luke e este desvia o seu olhar para mim por breves instantes, soltando uma pequena gargalhada. Senta-se corretamente na cama e imito a sua ação, mantendo-me protegida do frio pelos cobertores. Passara a noite com arrepios, o mais provável é que esteja mesmo a ficar constipada. 

- Ai sim? E é sobre o quê? - pergunto com curiosidade. - Fala sobre o quão maravilhoso o meu café é? 

Luke balança a cabeça negativamente e aproximo-me dele, colocando uma mão no seu joelho.

- Estou apenas no início e não, não estou com ideias de falar sobre o teu café. 

- Então vai ser sobre o quê? - volto a insistir e pressiono o meu dedo indicador contra a sua barriga, fazendo-o remexer no lugar. 

- É uma música sobre algo. Para! -  começo a fazer cócegas a Luke, parando apenas quando este suplica por ar, gritando como uma menina. Solta gargalhadas altas enquanto tenta afastar as minhas mãos de si.  

O seu corpo acaba por cair de uma maneira desleixada no colchão e deito-me a seu lado. Ele respira fundo e afasta alguns cabelos da sua testa. 

- Conta-me. - peço num sussurro e Luke move o seu corpo de modo conseguir observar-me. 

Passa a língua pelos seus lábios antes de falar: Apesar de ter achado tal coisa um tanto irresistível, tento manter a minha atenção nas palavras do rapaz e não na sua boca. 

- É sobre alguém... - começa e esboço um pequeno sorriso, incentivando-o a continuar. - Assim que estiver acabada, serás a primeira a ouvi-la. Tens de ser paciente. 

- Tudo bem, eu espero. - suspiro derrotada e Luke sorri, ajustando o seu corpo ao meu. - Costumas escrever? 

- Já escrevi algumas músicas. - esclarece e sinto a sua mão deslizar até ao fundo das minhas costas. 

Quando me encontro assim com Luke, onde nos esquecemos de certos assuntos, sinto-me numa tranquilidade bastante curiosa. Sempre gostei de abraços, é verdade, mas Luke transmitia-me um certo conforto que não se havia manifestado com Ashton. Pelo menos não se manifestara o suficiente para eu me aperceber. 

Quando volto a analisar o seu rosto, as suas pálpebras já se encontram novamente fechadas e a sua respiração mais calma. A sua figura é angelical.

Não sei se é algo bom este carinho que tenho vindo a sentir por Luke. Não sei como é que a nossa relação irá acabar quando Ashton descobrir o que se passa. Apenas sei que este lado mais terno de Luke e todos estes pequenos momentos que temos passado juntos me fizeram sentir algo diferente. Talvez me tenham ajudado a sentir algo mais por ele do que o que realmente devia. 

Inevitavelmente, deixo um curto beijo no canto dos seus lábios, fazendo um pequeno sorriso crescer nos mesmo. 

- Eu vou continuar com os olhos fechados, mas tu podes beijar-me. - murmura e deposito um beijo nos seus lábios. São tão suaves, doces e provocam-me um ligeiro formigueiro no fundo da barriga. 

Os meus lábios descem até à linha do seu maxilar e depois para o seu pescoço, onde deixo longos beijos húmidos. Ouço Luke suspirar e, para terminar (ou talvez não) deixo um beijo no seu queixo. 

- Eu gosto quando me beijas o pescoço. - afirma e, com isto, levo novamente os meus lábios de encontro com a sua pele pálida.

- Eu gosto de beijar o teu pescoço. - digo sentido-o arrepiar.

Deito a minha cabeça no seu peito e fecho os olhos. Não faço a mínima ideia de que horas sejam, mas pouca é a minha vontade de deixar este lugar. E Luke parece partilhar a mesma opinião.

- És bastante boa a fazê-lo. - admite com uma gargalhada.

**

hello!

então este capítulo é muito pequenino, o conteúdo não é dos mais interessantes mas pronto é um pequeno filler para perceberem como é que as coisas entre estes dois anda.
Eles dão-me muitos feels, sinceramente *sighs*

Também queria dizer que comecei uma nova história "The Puppy Club" do Calum. Já publiquei uma pequena introdução e se gostarem, adicionem à vossa biblioteca!

 

Neighbours || Luke HemmingsTempat cerita menjadi hidup. Temukan sekarang