Quem poderia Imaginar

Isso não é um adeus...

Passei os últimos dois meses literalmente fugindo de Maria. Ah meu Deus Maria...Maria como esse nome tem cercado minha mente, mesmo fazendo tantas coisas eu não consigo tirá-la de meus pensamentos, é como se ela tivesse encontrado uma maneira de ultrapassar todas as barreiras que ergui durante os anos e encontrar uma forma de me fazer render a ela.

Tenho enfrentado um trabalho árduo para me manter distante dela o que é exatamente difícil já que ela e minha filha são melhores amigas, as duas compartilham ligações, chamadas de vídeo, saem juntas e as vezes Maria dorme em casa. Elas sempre foram muito próximas, mas agora que elas irão se separar devido as faculdades elas tem se esforçado para passar o máximo de tempo possível juntas criando o máximo de memórias possíveis, e o que para elas é um momento especial para mim se tornou um tipo de tortura pois quanto mais tento me manter distante de Maria mais ela me puxa em sua direção.

Me incomoda muito o fato de me sentir tão afetado por ela, atitudes que para ela podem parecer bobas e inocentes para mim são como facadas em meu peito. O seu lindo sorriso, o som de sua risada que faz meu coração se aquecer, o simples ato de jogar os cabelos para o lado, sua voz doce e suave que acalma a alma, a sua inocência e gentileza. Tudo nela me afeta de maneira assustadora, e por mais que eu tente ignorar minha mente e meu corpo não deixam, nem as melhores noites de bebidas e prazer com Cristina diminuem o meu interesse sobre a garota.

Eu poderia até dizer que estou apaixonado, mas ainda me recuso a usar este termo pois ele é muito forte. Tudo o que sinto é uma atração muito intensa pela amiga da minha filha e eu até que poderia acabar com isso de uma vez bastava seduzi- la e todas essas sensações, toda essa preocupação sem medidas por ela desapareceriam em um piscar de olhos, mas as coisas não são fáceis assim...

Maria é muito jovem para mim, com seus dezoito anos ainda está aprendendo a viver, está se descobrindo e eu não posso interferir nisso. Ela precisa aproveitar, sair com os amigos, ir a festas, beijar garotos de sua idade- Merda por que me incomodo só de imaginar ela beijando alguém?- ela não pode se distrair com um homem como eu que está se sentindo extremamente atraído por ela e acabará ferindo seu coração após alcançar o que tanto desejava.

Hoje por mais que eu queira não poderei fugir dela, Sabrina, eu e dona Lúcia fomos convidados por ela e sua mãe para o jantar de despedida que haverá em sua casa. Maria se mudará para o centro da cidade para ficar mais próxima da Universidade e minha filha foi aceita na faculdade de moda em Londres e partirá semana que vem para a casa de sua vó onde viverá pelos próximos quatro anos, já sinto meu coração se apertar ao imaginar minha pequena princesa longe de mim, eu disse que a apoiaria em qualquer decisão e achei que estivesse bem para aceitar as mudanças mas pelo jeito não estou, me sinto quebrado.

Quanto a mim decidi que irei me mudar para o centro da cidade também, comprei um apartamento e assim que Sabrina se mudar eu também irei, não há motivos para mim permanecer em uma casa tão grande sendo que apenas eu irei morar nela.

Sempre fui um homem muito dedicado a minha vida profissional pois queria ser o melhor e conquistar o melhor para dar uma boa vida e uma boa educação para minha filha. Acho que isso se chama culpa, eu sempre me senti mal por minha filha não ter uma mãe e quis compensa-la de outras formas. Houve uma época em que eu pensei em me casar, queria que minha filha tivesse uma mãe e irmãos para não crescer tão sozinha mas infelizmente não encontrei nenhuma mulher que eu realmente amasse e se interessasse por algo a mais que o saldo da minha conta bancária. Sendo assim criei minha filha com todo meu amor e espero do fundo do meu coração que isso tenha sido o suficiente.

-Está pronto pai?- Ouço a voz de Sabrina enquanto ela bate a porta do quarto. Caminho até lá e a destranco permitindo que ela entre. -Uau está bonitão hein!!