Quem poderia Imaginar

Laura

Não revisado...

PIETRO MONTELLATO

Enquanto eu caminhava pela rua sentia meu corpo mais leve e o coração livre de qualquer preocupação. É como se eu tivesse passado anos preso e agora estava experimentado a liberdade novamente. Tudo parecia mais bonito, mais colorido, tudo ao meu redor parecia mil vezes melhor, faz muito tempo que não me sentia assim.

Olhei para o lado vendo Sabrina caminhar comigo enquanto olhava para as propriedades e arquitetura ao nosso redor. Decide estender a minha estadia aqui em Londres porque eu sentia que ainda não estava pronto para retornar ao Brasil e encontrar Maria novamente. Sendo assim tenho aproveitado meus dias aqui ao máximo, tenho passado um tempo com meus pais e também com minha filha e tem sido muito bom pra mim, estar reunido com minha família tem gerado algo muito bom dentro de mim.

Durante muito tempo eu fiquei focado em tantas coisas que me esqueci de valorizar a mim mesmo e a minha família. Os dias que tenho passado aqui em Londres tem me feito entender tudo o que Maria me disse e o que ela queria que eu aprendesse nesse tempo que estamos separados, por mais que tenha sido doloroso no momento agora tudo faz sentido e admito que eu precisava passar por um momento como esse.

-Minhas pernas já estão doendo de tanto andar.- Sabrina comentou me fazendo despertar de meus pensamentos.

-Não faz nem 10 minutos que estamos andando!- Exclamei fazendo ela rir.

-É que eu sou sedentária pai!

-Tudo bem então vamos nos sentar ali- apontei em direção a uma praça onde tinham alguns bancos vazios.

-Perfeito!- ela comemorou caminhando de modo apressado em direção aos bancos.

Eu a segui e me sentei ao seu lado, ficamos um tempo em silêncio olhando para as pessoas e carros que passavam.

-Preciso te contar uma coisa...-Sabrina falou de modo receoso.

Olhei para ela preocupado.

-O que foi? Aconteceu alguma coisa séria?- perguntei sentindo um aperto no peito.

-Calma pai não é nada que tenha que se preocupar.-respondeu e eu me acalmei.- É sobre a mamãe...

Sabrina parecia um pouco nervosa ao tocar naquele assunto. Eu nunca tive problemas em falar sobre Laura com Sabrina, sempre que ela tinha dúvidas ou curiosidade eu a respondia, mas agora confesso que estou um pouco tenso.

-Sobre o que quer falar?- perguntei tranquilamente.

-Quando eu estava na casa da vovó, ela me deixou conhecer o quarto da minha mãe, tudo está perfeitamente limpo e conservado do jeitinho que ela deixou.- Minha mente começou a trazer as lembranças da noite em que Laura faleceu e é como se eu sentisse a dor da perda novamente.- Dentro de uma gaveta ao lado da cama eu encontrei um diário e lá tinha uma carta pra mim.-A olhei espantando sentindo as batidas do meu coração acelerarem.-Eu queria que você lesse a carta pra mim...

Sabrina me estendeu o pedaço de papel dobrado e eu hesitei um pouco antes de pegar.

-Tem certeza filha? Sua mãe escreveu para você quer mesmo que eu leia?