-Eu não quero que você vá Maria.- Meu coração disparou.
Será que eu ouvi corretamente?
-Por que?- Perguntei olhando em seus olhos que pareciam estar em um tom de azul mais claro. Perdi o fôlego quando senti sua mão ao redor da minha cintura.
-Eu gos...
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Comecei a sentir meu estômago apertar com a fome e decidi sair do quarto para saber se o jantar já estava pronto ou então para ajudar Pietro a prepará-lo, estou em sua casa e não quero ser um incômodo o que eu puder fazer para ajudar vai me deixar muito feliz e diminuir o peso em minha consciência.
Calcei minhas pantufas e sai do quarto, enquanto eu andava pelo corredor pude sentir um cheirinho delicioso no ar. Acho que nunca provei nada feito por Pietro, todas as vezes que ia até sua casa era Dona Lúcia que cozinhava, me sinto feliz por descobrir outro lado dele além do de empresário importante.
Segui o cheirinho até a cozinha e a cena que vi aqueceu meu coração, Pietro estava de costas mexendo nas panelas no fogão, ele vestia uma calça de moletom azul marinho e uma camiseta branca e um par de chinelos, acho que nunca o vi tão a vontade assim, mesmo nas noites que passei em sua casa quando Sabrina e eu fazíamos festas do pijama, sempre que eu o via ele estava com um dos seus ternos impecáveis ou então com uma calça jeans e uma camisa social dobrada nas mangas. Ele fica bonito de todas as maneiras mas assim tem um charme especial, eu gostei.
Uma música tocava pelo apartamento, o som vinha de uma pequena caixa de som que estava na sala, eu acho que já ouvi a canção em alguns lugares. Fiquei surpresa quando Pietro começou a murmurar algumas palavras junto ao ritmo da música, tive que tampar a boca para não rir, ele não cantava muito bem mas era fofo.
-Oi.- Falei chamando sua atenção. Pietro se assustou e derrubou a colher de madeira no chão.- Me desculpe, não queria assustar você.- Falei sem jeito enquanto caminhava em sua direção e pegava a colher do chão.
-Não se desculpe Maria é que por alguns minutos eu me esqueci que não estava mais sozinho em casa.- Explicou com um sorriso acolhedor no lábios e foi então que notei suas covinhas.
-Precisa de ajuda?- Falei apontando para as panelas com o olhar.
-Não, na verdade eu já terminei.- disse desligando o fogo das panelas. Coloquei a colher que havia caído no chão dentro da pia.
-Posso arrumar a mesa então.- Sugeri.
-Não precisa se preocupar com nada Maria eu tenho tudo sobre controle.- respondeu enquanto abria uma das gavetas do armário e de lá tirou duas toalhas pequenas e estendeu sobre o balcão, em seguida pegou dois pratos e colocou sobre as toalhas, depois colocou os copos e talheres.
Para ele podia ser algo simples, mas pra mim era um lindo gesto. Ele se preocupou em deixar tudo limpinho e arrumado para que pudéssemos jantar juntos.
-Agora podemos nos servir espero que goste.- Falou olhando para mim enquanto nos sentavamos nos bancos da bancada da cozinha. Ele parecia nervoso mas não conseguia entender o porque.
-Eu pude sentir o cheiro desde que sai do quarto então tenho certeza que está maravilhoso.- Respondi com um sorriso. Havia uma enorme travessa de vidro com espaguete e camarão.
