Tulipas brancas

2.2K 143 45
                                    

MARIA GONÇALVES

Léo estacionou o carro em frente a minha casa e eu respirei aliviada. A tarde que passei com meus amigos e ele foi boa, nós conversamos, e aproveitamos um tempo no parque, mas ainda assim eu me sentia um pouco desconfortável com a situação, eu realmente não esperava que meus amigos fossem me fazer ter um encontro surpresa com um completo desconhecido.

-Muito obrigada pela Carona Léo.- Falei enquanto retirava meu cinto de segurança.

-Não foi nada...-Ele falou exibindo um sorriso.

-Olha eu não sei o que meus amigos disseram para você, mas espero que entenda que eu não me sinto confortável me apaixonar de novo e ter um novo relacionamento.

-Pode ficar tranquila, eu percebo quando alguém tem segundas intenções comigo mas com você foi diferente...- abaixei a cabeça envergonhada e olhei para minhas mãos em meu colo.

-Me desculpe se eu te tratei mal em algum momento é qu...-Ele me interrompeu.

-Você foi um amorzinho comigo Maria, não se preocupe com isso, é que eu sou um cara observador. Você ainda ama o seu ex namorado né?- Olhei para ele surpresa com suas palavras.

-Sim, é algo que não consigo mudar.-Confessei e vi em seu olhos a compreensão que precisava no momento.

-Tá tudo bem, pra ser sincero eu também não estou pronto pra me relacionar com ninguém agora.- ele suspirou.- A grande verdade é que eu terminei meu noivado a dois meses atrás, e pra ser honesto eu ainda não superei.

-Eu sinto muito...-Falei ao perceber o quanto a situação ainda o afetava.

-Ah por favor não sinta, de verdade foi melhor assim, ela era a mulher mais tóxica e egoísta que eu já conheci em toda minha vida, mas eu tava tão cego de amor por ela que não percebia, até minha família e amigos me alertavam que ela não prestava mas eu não quis acreditar, eu tive que flagrar ela na minha cama com outro pra acreditar. - coloquei a mão sobre a boca em choque com o que ele me contou.

Léo é um rapaz tão bom e gentil, como ela pode ter feito isso com ele?

-Eu nem sei o que dizer...-respondi.

-Tudo bem você é uma boa ouvinte.- ele passou a mão pelo rosto.- essa é minha história triste de amor, eu fiquei super mal e como Maria Clara não aceitava me ver no fundo do poço ela começou a me falar sobre você, ela fez uma propaganda tão boa que eu precisei vir ter conhecer pessoalmente.- dei risada com seu comentário.

-Espero que tenha atendido suas expetativas.- Falei colocando uma mecha de cabelo atrás da orelha.

-Você não só atendeu com as superou.- falou sorrido pra mim e eu senti minha bochechas vermelhas de vergonha.

-É- é melhor eu entrar...-Falei sem jeito.-Tchau Léo!

-Tchau Maria.- ele respondeu e eu logo me apressei em sair do carro.

Eu não tenho muita experiência com rapazes então qualquer interação me deixa sem graça e extremamente nervosa, a única pessoa com quem tive mais intimidade foi Pietro, ele era o único com quem eu conseguia ser eu mesma sem medo algum.

Dei alguns passos em direção ao portão de casa e antes que eu colocasse a chave na fechadura ouvi Léo me chamando, me virei para trás e vi ele saindo do carro de modo apressado e correndo até mim, porém ele acabou tropeçando na calçada e antes que caísse eu segurei seu braço tentando ajudar.

-Nossa quem colocou essa calçada aqui?- ele exclamou me fazendo rir. Ainda segurando seu braço o ajudei a se equilibrar e ele segurou em minha cintura.-Eu sei que nós dois estamos machucados devido aos nossos relacionamentos passados, mas eu gostei muito de conhecer você então se algum dia você quiser sair comigo pra comer uma pizza ou assistir um filme eu vou me sentir honrado em ter sua presença.

Quem poderia ImaginarOnde histórias criam vida. Descubra agora