Quem poderia Imaginar

Um dia de chuva e amor

MARIA MONTELLATO

Ah Deus obrigada...

Várias e várias vezes suspiro dizendo isso ao imaginar todas as bênçãos que Deus me deu, por tudo que ele fez em minha vida e principalmente pelo homem maravilhoso com quem me casei. Todos os dias que passamos juntos é um sonho, cada toque, cada olhar, cada palavra, é como se já vivêssemos a anos juntos, mas temos apenas três meses de casados, o tempo passa voando.

Aperto o casaco contra o meu corpo sentindo o vento frio soprar cada vez mais forte, acabei de sair do trabalho e estou indo para casa, hoje não tive aula na faculdade então entrei mais cedo e fui liberado mais cedo. Meu coração se aperta ao imaginar que vou chegar em casa e encontrar o vazio pois Pietro ainda estará no trabalho. Esses desencontros do dia a dia acabam comigo, queria ficar agarrada com ele o dia todo.

Meu corpo estremeceu quando um estrondoso som ecoou pelo ambiente, eu estava com fones de ouvido mas mesmo assim pude ouvir o som do trovão, o susto que levei foi tão grande que meu coração acelerou, olhei para o céu e vi as nuvens cinzas que o cobriam, com receio de que a chuva caísse antes que eu chegasse em casa apressei meus passos, justamente hoje foi o dia em que eu não coloquei um guarda-chuva na bolsa.

Mesmo andando o mais rápido que eu podia não tive sorte e a chuva despencou, era um chuva forte e pesada daquelas que chega a dar um pouquinho de medo e preferimos estar em um lugar seguro quando ela cai e não no meio da rua.

Continuei a correr já sentindo minhas roupas encharcadas, avistei o prédio onde moro e suspirei aliviada por finalmente ter chegado, o pior de tudo seria ter que entrar molhando todo o saguão e o elevador, mas enfim estaria em casa e poderia tomar um banho quente.

Por sorte quando cheguei não havia muita movimentação pelo prédio e consegui passar despercebida, avisei ao senhor da limpeza que o saguão e o elevador estavam molhados, porque fiquei com medo de que alguém escorregasse e acabasse se ferindo por minha culpa eu ficaria tão triste se isso acontecesse.

Ao chegar em meu apartamento tive um pouco de dificuldade para abrir a porta, minhas mãos estavam tremendo de tanto frio que eu sentia, e as roupas estavam pesadas de toda água que acumularam por conta da terrível tempestade que enfrentei. Abri a porta e entrei rapidamente em casa, andei com cuidado até a lavanderia onde tirei minhas roupas úmidas e as deixei dentro do tanque, tirei minhas coisas de dentro da bolsa e por sorte minha carteira e nem meu celular molharam. Após certificar que estava tudo certo fui direto para o banheiro, eu preciso urgentemente de um banho quente, meus dentes já batiam um no outro e eu abraçava o meu corpo para tentar me aquecer.

Fechei a porta do box e abri o registro, no mesmo instante a água quente começou a cair sobre minha cabeça e foi a melhor sensação do mundo, fui passando as mãos sobre os cabelos, sobre meu rosto aproveitando a sensação confortável que a água quente me trazia. Me virei de costas para a porta do box e estendi o braço alcançando o sabonete que estava na prateleira e comecei a ensaboar todo o meu corpo.

Após lavar o meu corpo estava massageando meus cabelos com shampoo quando senti braços fortes rodeando a minha cintura, eu não me assustei porque conhecia aquele toque e por isso no mesmo instante meu sorriso se abriu. Me virei para trás vendo o rosto do meu amor e pulei em seus braços abraçando-o com força.

-Ah meu amor que bom que você chegou eu estava morrendo de saudade!- declarei com meu rosor deitado um pouco abaixo de seu ombro.

-Oh minha princesa você não faz ideia do quanto senti sua falta hoje meu amor, passei o dia todo pensando em você- Ele afastou meu rosto com sua mão e olhou em meus olhos- E quando a chuva despencou eu fiquei tão preocupado, passei no seu serviço para buscar você mas sua chefe contou que você já tinha ido embora, liguei várias vezes e você não atendeu eu fiquei louco, vim correndo pra casa na esperança que você já tivesse chego em segurança.