Como fui tão ingênua?

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O ônibus estacionou no terminal e eu suspirei aliviada por ser minha última parada, finalmente havia chegado em meu destino.

Minha nova cidade.

Meu novo lar.

Meu coração se agitou dentro do peito ao tentar imaginar as diversas aventuras e desafios que viverei nos próximos anos. Por mais que meu corpo esteja cansado, não consigo tirar o sorriso de meu rosto, estou finalmente realizando um sonho e nunca me senti tão orgulhosa de mim mesma.

Já havia descido do ônibus e pego minhas bagagem que consistia em uma bolsa de mão e uma mala de rodinhas. Olhei ao meu redor e fiquei tentada a comprar algo para comer mas por considerar os preços um tanto altos demais decide esperar mais um pouco até que chegasse em meu apartamento. Abri o app do Uber em meu celular e solicitei o serviço, teria que aguardam menos de cinco minutos e em breve estaria a caminho do meu novo lar.

Esperando na calçada de frente para o terminal de ônibus olhei para o céu nublado e pedi a Deus que a chuva que estava por vir não caísse agora.

Avistei o carro do app se aproximando e senti parte da minha preocupação se dissipando, caminhei até o carro que estacionou a minha frente e o motorista foi muito gentil e desceu do carro para me ajudar com as malas, agradeci com um belo sorriso e entrei no veículo. Enquanto o carro seguia seu percurso, apoiei a cabeça sobre o vidro e permite meu corpo relaxar um pouco, a viagem foi extremamente cansativa, eu estava quebrada, necessitava urgentemente de um banho quente e longas horas deitada em uma cama bem macia e confortável para compensar as longas horas de viagem.

Observei cada detalhe da cidade, a estrutura dos prédios, a decoração externa das casas, as pessoas que caminhavam pelas ruas, tudo por mais simples que fosse chamava minha atenção e me mantinha acordada durante o trajeto. Dentre todas as pessoas que eu via caminhando pela rua comecei a imaginar as pessoas que deixei para trás, minha mãe e minha vó, eu prometi a elas que sempre que tivesse um tempo livre e condições tentaria retornar e visitá-las, minha melhor amiga Sabrina seria muito mais difícil de ver, por enquanto apenas por video chamada pois ela se mudou para Londres e por mais que isso me aperte o coração sei que nossa amizade é forte o suficiente para suportar toda distância. Também tem um certo alguém que predomina meus pensamentos por mais que eu tente mantê-lo distante, seu sorriso...seu abraço sempre me fazem sentir sua falta e desejá-lo como nunca desejei ninguém.

-Senhorita chegamos.-A voz do motorista me faz despertar de meus devaneios.

-Ah sim!- Exclamo pegando o dinheiro na carteira para pagá-lo.

-Vou ajudá-la a tirar as malas do carro.- Ele diz abrindo a porta do carro e descendo logo em seguida.

Abri a porta do banco traseiro e desci do carro, o motorista me ajudou a levar as malas para dentro do prédio.

-Muito obrigada Senhor Afonso!- disse gentilmente lhe entregando o dinheiro com uma quantia a mais pela sua ajuda.

-Por nada!- Agradece sorrindo e logo confere o pagamento.-A senhorita pagou a mais...- Falou me devolvendo o dinheiro.

-Não se preocupe é apenas uma gentileza por sua ajuda!- Respondi e ele hesitou mas olhei para ele fazendo-o entender que não aceitaria de volta.

-Muito obrigado tenha uma boa tarde!- Se despediu e logo saiu do prédio seguindo até seu carro.

Subi pelo elevador até o quinto andar onde fica o apartamento que aluguei, assim que as portas de metal se abriram segui pelo corredor a procura da porta do meu apartamento que era número 17. Enquanto eu andava pelo corredor pude ouvir o som de uma música alta e tentava identificar de qual dos apartamentos ela vinha e conforme fui me aproximando da porta de meu apartamento o som foi ficando cada vez mais alto. Parei em frente a porta com o número indicado do meu apartamento e tentei entender o que estava acontecendo, música alta e cheiro de cigarro? Será que o local foi invadido?

Quem poderia ImaginarWhere stories live. Discover now