PIETRO MONTELLATO
O trajeto dentro da ambulância foi uma completa tortura, eu queria que aquele momento terrível acabasse e que eu pudesse ver minha menina bem outra vez. Ela estava inconsciente e os socorristas fizeram alguns procedimentos mas ela não esboçou nenhuma reação e isso me deixou com muito medo.
Assim que chegamos no hospital eles a retiraram da ambulância e começaram a empurrar a maca para a ala de emergência, eu os acompanhava apressado, mas uma enfermeira apareceu e me barrou.
-Senhor não é permitida a entrada de acompanhante e muito menos de animais.- eu estava com nosso cãozinho no colo, não podia deixá-lo pra trás.
-Ela é minha mulher, preciso ficar com ela!- pedi em um tom rude.
-Eu entendo sua preocupação mas terá que esperar lá fora!- Ela apontou para a porta de saída e a minha vontade era gritar e socar tudo e todos a minha frente mas tive que me controlar.
Sem dizer nenhuma palavra virei as costas para ela e sai andando. Eu estava me sentindo completamente perdido, sem rumo, e uma angústia me corroía por dentro.
-Por favor Deus se você existe mesmo, não tire minha menina de mim, faça ela ficar bem. -Supliquei diversas vezes em voz baixa.
Peguei o celular em meu bolso e liguei para minha sogra, eu precisava contar a ela o que estava acontecendo.
Minutos depois...
-Pietro! O que aconteceu? Minha filha está bem?- a mãe de Maria entrou na sala de espera de modo apressado acompanhada de sua mãe.
-Eu ainda não tive nenhuma notícia, eles a levaram para a emergência e não me deixaram entrar.- expliquei a situação.
-Vamos manter a calma, tenho certeza que vai ficar tudo bem!- Disse Berenice a vó de Maria.
Eu já estava ficando louco de tanta preocupação, mesmo ouvindo que tudo ficaria bem eu não conseguia acreditar naquelas palavras.
-Acompanhante de Maria Gonçalves?- a enfermeira que me barrou minutos atrás perguntou, ela estava acompanhada de um homem. - Esse é o doutor Carlos ele irá acompanhá-los e explicar o quadro da paciente.
Encarei o homem a minha frente, a vida da minha mulher está nas mãos dele se algo de pior acontecer a ela eu não respondo pelos meus atos.
-Olá boa tarde! Sei que estão preocupados mas peço que apenas duas pessoas me acompanhem.- O doutor pediu e eu cerrei os punhos
-Podem ir vocês dois eu fico com o cachorrinho.-Dona Berenice se pronunciou e eu nem protestei queria muito ver minha menina.
Deixei o cãozinho com a mãe da minha sogra e acompanhamos o médico em completo silêncio. Pegamos um elevador e ao chegarmos no terceiro andar ele nos conduziu até a última porta do corredor, o doutor abriu a porta e minha sogra foi a primeira a entrar.
Maria estava deitada sobre a cama olhando para a janela, haviam trocado suas roupas para essas camisolas de hospital, havia um grande curativo em sua testa, alguns arranhões em seu rosto e seu braço direito estava imobilizado com uma tipóia, me incomodou muito vê-la desse jeito, mas o que importa é que ela está bem.
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Quem poderia Imaginar
Romance-Eu não quero que você vá Maria.- Meu coração disparou. Será que eu ouvi corretamente? -Por que?- Perguntei olhando em seus olhos que pareciam estar em um tom de azul mais claro. Perdi o fôlego quando senti sua mão ao redor da minha cintura. -Eu gos...