Susto

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PIETRO MONTELLATO

É engraçado como o amor muda a gente.

Ele nos coloca a mercê de outra pessoa, nos faz colocar suas necessidades e desejos acima dos nossos apenas para ver o outro feliz.

Quando Maria entrou no carro com aquela bola de pelos no colo eu quase surtei, meu carro havia sido lavado a poucos dias e ele estava todo molhado e sujo, mas quando vi o brilho nos olhos da minha menina eu não pude negar nada a ela, eu queria fazer o possível e impossível para manter o brilho em seus olhos e o sorriso em seus lábios.

Quem diria que eu iria a um petshop no meio da noite para comprar acessórios para um filhote de cachorro que minha namorada resgatou da rua, alguns meses atrás isso seria uma loucura, algo totalmente incomum a minha rotina, mas por ela eu fiz e faço tudo que eu puder.

Até passei a gostar no cachorrinho, ele me conquistou. Fiquei com muita raiva quando ele fez xixi no meu tapete persa de dois mil reais, mas ouvir a gargalhada de Maria tornou tudo mais leve e quando me dei conta nada me importava mais do que vê-la feliz.

A parte dolorosa disso tudo foi quando tivemos que levar o cachorrinho para a casa da minha sogra, Maria ficou muito chateada por não poder ficar com o cãozinho, em poucas horas ela já estava muito apegada a ele e se despedir foi muito difícil. Por sorte, os dias foram se passando e o fim de semana chegou, estamos indo buscar o filhotinho para levá-lo ao parque, foi sugestão de Maria e eu concordei plenamente.

-Estou ansiosa pra ver meu filhotinho, já estou com saudade.- Sua voz rompe o silêncio do carro.- Será que ele se adaptou bem?

-Com certeza amor, ele gostou muito da sua mãe e lá tem bastante espaço pra ele brincar e correr, ele deve ter amado.- Respondo tentando deixá-la mais tranquila.

-A gente tem que escolher um nome pra ele, não podemos chamá-lo sempre de filhotinho, cãozinho, precisamos pensar em algo.- Franzo o cenho me sentindo completamente perdido nesse assunto,nunca tive um cachorro antes.

-Eu não acho que tenho criatividade suficiente pra isso princesa, o nome que você escolher está bom pra mim.- Falei virando o rosto para olhá-la e notei o momento em que ela fez biquinho.

-É claro que você tem criatividade, está sempre me chamando por nomes carinhosos, amor, pequena, princesa, meu anjo.- Ela abre um lindo sorriso enquanto dita as palavras.

Estendo minha mão e a coloco sobre sua coxa alva e macia, exposta pela barra do vestido que subiu um pouco, com o polegar acaricio sua pele.

-Vamos chamá-lo de bolinha de pelos.-Digo de modo espontâneo e ela da risada.

-É uma boa idéia!- Responde colocando sua mão sobre a minha.

-Que tal Zeus?- Ela sugere.

-É um nome forte.

-Queria algo bem diferente...-Diz pensativa.

-Nós vamos pensar em algo, amor.- puxo sua mão trazendo até meus lábios e dou um beijo casto.

Maria olha pra mim com um sorriso meigo e envergonhado e tudo o que eu consigo pensar é no quão sortudo eu sou por tê-la em minha vida.

[...]

-Que bom que você chegaram!- minha sogra exclama ansisoa assim que passamos pelo portão de sua casa.

-O que foi mãe? Aconteceu alguma coisa?- Diz Maria preocupada correndo de encontro a mãe.

-Esse cachorro está destruindo a casa toda! Eu não sei como ele consegue é apenas um filhote.- Desabafa.

Logo no quintal o cãozinho aparece correndo todo afoito abanando o rabo e com a língua pra fora, ele vem até nós e reconhece nosso cheiro rapidamente ele começa a pular em nós pedindo carinho.

Quem poderia ImaginarWhere stories live. Discover now