Epílogo

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MARIA MONTELLATO

Senti o vento soprar balançando os meus cabelos para trás, um vento friozinho e refrescante. Fechei meus olhos sentindo aquela sensação de paz e liberdade que o vento me trouxe ao tocar meu rosto. Respirei fundo e abri meus olhos novamente olhando para o céu, estava totalmente limpo, sem uma nuvem sequer, o azul brilhava exalando vida. E o sol toca a terra com seus raios de modo suave, o dia não esta muito quente hoje nos deixando livres para aproveitar ao máximo e sem preocupação.

Estou na sacada de casa e aqui tenho visão de tudo, posso além de apreciar o verde do nosso quintal cheio de grama, flores, e árvores posso observar uma das cenas mais lindas, Meu marido brincando com a pequena Ana, nossa filha. Desde o dia em que Pietro e eu visitamos o orfanato, ela tomou conta do meu coração, as vezes quando via crianças na rua brincando ou indo para a escola, eu me lembrava das crianças que conhecemos naquele dia e me perguntava se estavam bem e se precisavam de alguma coisa, e é claro me lembrava de Ana, aquela menininha doce e inocente, com um passado tão triste mas com um sorriso encantador. Como Pietro vendeu parte de sua empresa, ele passou a ter mais tempo livre para se dedicar a outras coisas e foi então que voltamos a visitar o orfanato, algumas crianças que conhecemos naquele dia já haviam sido adotadas, mas a pequena Ana continuou lá porque não deixava nenhuma família se aproximar dela, sempre gritava, chorava ou saia correndo, mas quando ela nos viu veio correndo ao nosso encontro e eu soube que ela era nossa, ela havia nos escolhido como pais e Pietro sentiu o mesmo, o mesmo amor que cresceu em meu coração também foi gerado no dele e então entramos no processo de adoção, isso nos custou longos meses de espera, preocupação, medo e agonia, mas enfim ganhamos a guarda e trouxemos nossa princesinha pra casa.

Desde o primeiro dia que Ana chegou em casa é como se ela sempre tivesse feito parte de nossas vidas, foi incrível como nos adaptamos rápido a rotina de tê-la conosco, nossas manhãs juntos preparando café da manhã, nossas brincadeiras, tudo foi simples e puro desde o princípio e nos tornamos uma família a qual eu sou completamente apaixonada. Eu a amo como se tivesse sido gerada em meu ventre, nós a registramos com Ana Gonçalves Montellato, ela é nossa filha e mesmo que não tenha sido gerada por nós dois, ela foi gerada para nós e eu serei para sempre extremamente grata por me dar a benção de ser sua mãe. Olho para baixo e começo a acariciar minha barriga.

-Oi filha, a mamãe ama você e creio que Falta pouco para estar em meus braços seja paciente!

Sorrio enquanto converso com minha bebê, estou grávida de 38 semanas e não poderia me sentir mais feliz e mais completa. Essa notícia maravihosa veio dois anos após a adoção de Ana, com a chegada dela eu me senti mais do que pronta para ser mãe, para gerar e foi então que abri mão de qualquer tipo de prevenção e permiti que no tempo certo nossa benção chegasse e assim Deus fez e estou com minha pequena Celine no ventre. Estou tão ansiosa para conhecê-la ver seu rosto, tocar em sua pele, sentir seu cheirinho, meu coração se enche de alegria toda vez que penso em sua chegada. Já pude experienciar a maternidade por um lado e agora poderei vê-lo de outro, Ana está com 6 anos e a cada fase de seu desenvolvimento vieram seus desafios mas nada que com amor e dedicação Pietro e eu não pudessemos tirar de letra.

Tenho conversado muito com Sabrina também e ela me passou várias dicas e me ajudou a montar todo o enxoval, ela é uma mãe incrível e tem me ajudado bastante nessa nova fase que estou vivendo. Me lembro da madrugada em que Pietro e eu acordamos com o celular tocando, era Isaac fazendo uma chamada de vídeo para anunciar que Sabrina estava em trabalho de parto, era um domingo as 3h45 da manhã, fomos pegos totalmente de surpresa, mas ficamos grudados no celular o tempo todo acompanhando todo o processo, a distancia nos matou pois queriamos estar perto quando o bebê nascesse mas mesmo assim nós nos alegramos quando ouvimos o seu choro e Isaac o trouxe para bem perto da câmera e pudemos ver seu rosto. Foi um momento tão emocionante que me lembro dele como se fosse hoje.

Quem poderia ImaginarWhere stories live. Discover now