Capítulo 11: A outra loira

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Acordei com o som do despertador de Thomas, mas não ousei me levantar e nem demonstrei que estava acordada. Apenas abri sutilmente meus olhos e observei seus movimentos pelo quarto, aprontando-se para mais um dia de trabalho. Quando percebi que Thomas vinha em minha direção, fechei meus olhos e senti um beijo delicado ser deixado sobre minha cabeça, após isso, o vi sair do quarto.

Lola e eu estávamos sozinhas mas não por muito tempo. Acertei o alarme no meu horário e voltei a dormir, quando acordei novamente eram nove horas. Levantei rapidamente, fiz minha oração e segui para o banheiro, iniciando minha higiene matinal. Depois do banho, coloquei um vestidinho branco e um blazer rosa bem clarinho por cima, calçando minhas sapatilhas brancas por último.

Então, era a vez de Lola. Acordei-a, apesar da dificuldade e levei-a ao banheiro. Um banho quente fez com que a pequena acordasse, coloquei-lhe um vestido rosa de babadinhos e estando prontas, descemos para o café da manhã. Torradas, frutas, bolo e leite. Não sei se era minha ansiedade, mas minha fome estava triplicada. Iríamos à empresa. Ambas precisávamos conhecer aquele lugar.

É claro que o local não era meu único motivo para ir visitar. Desde a ligação que recebi da tal assistente de Thomas, os comentários de Charlotte e a mensagem de ontem, essa curiosidade apenas cresceu dentro de mim e de maneira alguma, ficaria me torturando com isso. Seria bom conhecer a empresa onde trabalhei e ver pessoas que fizeram parte da minha curta e rápida vida profissional.

Joseph ficava à disposição de Thomas para alguma saída de emergência na empresa, então, chamei um táxi. Não demorou muito até que o mesmo chegasse, entrei no veículo junto de Lola que estava super animada para visitar o pai em seu trabalho e dei o endereço que encontrei em casa. O caminho não foi tão longo e quando me dei conta já estávamos em frente ao prédio.

— Tenha um bom dia, senhora. Obrigada pela viagem! —
o motorista agradeceu e sorri gentilmente em resposta.

Não estava acostumada a ser chamada de senhora, mas deixei para lá. Lola segurou minha mão e juntas descemos do carro. O prédio era luxuoso e enorme. Foi assustador pensar que meu marido era dono daquilo e responsável por tantos empregados. A porta por ser automática abriu-se, e os seguranças ao me verem, imediatamente curvaram a cabeça em um cumprimento sútil e respeitoso.

— Senhora Hoston, que prazer vê-la!! — uma mulher morena com um grande sorriso aproximou-se, contente.

— Oi! Obrigada. — sorri, meio sem jeito. — Preciso de ajuda para encontrar a sala do Thomas, eu esqueci...

— Oh... É verdade. — interrompeu-me. — Sinto muito.

— Está tudo bem! — exclamei, sorrindo. — Eu quero que seja uma surpresa. Pode não avisá-lo que cheguei?

— Claro. Fazemos tudo pela senhora! — concordou, e sua expressão que havia se entristecido, ganhou um sorriso.

A mulher apresentou-se como Susie e pediu para que eu a seguisse. Fui cumprimentada no primeiro andar por mais de dez pessoas, e pude ver em seus olhos muita admiração e respeito. A forma como estavam me tratando era totalmente diferente da maneira como Emma falou comigo ao telefone. Todos ali me conheciam, e apesar dessa assistente ser nova, obviamente sabia de mim.

Entramos no elevador e Susie falava contente de como Lola era linda, ressaltando sempre que a pequena era a cara de Thomas. Alguns andares depois e quando a porta se abriu, dei de cara com Charlotte que ficou boquiaberta ao me ver. Sem que eu pudesse falar nada, agradeceu a ajuda de Susie e me carregou para fora do elevador, arrastando-me pelo corredor até uma sala ali perto.

— Que bom que está aqui! — exclamou, exalando alegria.

— Shh. Não faça alarmes. É uma surpresa!

O Milagre: LembrançasDär berättelser lever. Upptäck nu