Capítulo 16: Lei da vida

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Mídia acima: Música tocada e cantada por Manuela.

Estava frio. Neve. Era uma noite de neve. Minhas pernas se moviam rapidamente, fazendo-me passar por entre as árvores. Senti as lágrimas em meu rosto mas por algum motivo, não sabia o porquê essas estavam ali. Um grito alto e assustador, fez-me buscar o som com o olhar e desta forma, pude avistar Thomas tendo Daniel à sua frente. Estremeci. E sem pensar duas vezes, escondi-me atrás de uma árvore.

Abri meus olhos, dando-me conta de que estava nos braços de Thomas. Minha cabeça além de dolorida estava deitada em seu colo e percebi que estávamos no carro. Ao me ver, seus olhos preocupados me analisaram atenciosamente.

— Como você está? Como você se sente?

— O-O que aconteceu? — questionei-o, confusa.

— Você desmaiou na sala de visitas. Foi analisada por uma enfermeira na prisão, e ela disse que seus sinais estavam bons e que logo acordaria... Te trouxemos para o carro.

— Ah, sim, sim. Eu me lembro. Daniel estava à minha frente, senti uma forte dor na cabeça e de repente tudo escureceu.

— O que ele te fez? — perguntou-me, preocupado.

— Ele... Não fez nada. Nós não trocamos nenhuma palavra, eu desmaiei antes que pudesse dizer alguma coisa para ele.

— Eu não queria que fizesse isso. Agora consegue entender? Não há nada que a presença dele pode trazer de bom. Por favor, fique longe dessas coisas. Esqueça... É o melhor.

— Eu vi uma coisa hoje. — confessei, pensativa.

— Viu? Como assim? O que você viu hoje?

Poderia ter sido um sonho? Eu apenas montei aquelas imagens em minha cabeça? Devido as informações que eu tinha da noite do acidente, era Natal e estava nevando. Realmente aquelas cenas aconteceram ou era imaginação?

— Ah... Não é nada. — disse, por fim.

Senti seus olhos me analisarem e aos poucos, movi-me para me levantar. Sentei-me no banco do carro ainda tendo sua atenção e levei a mão ao local na minha cabeça que ainda doía fortemente, como se tivesse levado uma pancada.

— Está com dor? — perguntou.

— Sim.... Minha cabeça dói muito. — reclamei.

— Joseph, por favor, nos leve ao hospital.

— Não, não! Não é preciso.

— Precisa ser examinada.

— Só me leve para casa... — pedi.

— Não seja teimosa, Manu.

— E-Eu só quero descansar.

— Tudo ok. Mas se não melhorar, já sabe.

— Farei como quiser caso aconteça. — assenti.

— Vamos pra casa. — concordou.

Respirei o mais fundo que pude e vi as mesmas imagens se repetirem em minha cabeça, me fazendo questionar se aquilo tudo era real. Apesar de não ter certeza sobre a resposta, meu coração gritava que eram lembranças.

Quando chegamos em casa, Thomas foi buscar Lola na casa de meus pais e eu subi imediatamente para um banho. Liguei a torneira da banheira e deixei-a encher. Quando cheia, afundei-me na água morna e fechei meus olhos.

Aquela sensação era muito relaxante, e os sais de banho contribuíam para um conforto elevado. Fiquei ali por alguns minutos, tentando fugir de qualquer pensamento. E ao terminar o banho, vesti um pijama e desci para a sala.

O Milagre: LembrançasWhere stories live. Discover now