O Milagre: Lembranças

Capítulo 22: Um voto de confiança

Minha visão ficou turva e escureceu-se em questão de poucos segundos, desmaiei. Quando abri meus olhos novamente, senti uma forte dor de cabeça. Ainda um pouco, identifiquei a sala desconhecida e logo parei com minha atenção no rosto de Claire.

— O que aconteceu? — perguntei.

— Você apagou por oito minutos.

— Me desculpa. Ah! E o Mason?

— A Lola ficou nervosa com seu desmaio, então ele a levou para distrair-se com os peixinhos do aquário que tem na outra sala.

— Acho que causei problemas.

— Você não está parecendo bem.

— É, estou cansada.  — cochichei.

Claire analisou-me com cuidado, parecia preocupada. Odiava ser o centro de atenção e mais ainda de causar problemas, mas dificilmente mudaria aquela situação. Em meu estado atual, era fácil perceber que as coisas em minha vida não eram das melhores.

— Mason ficou realmente preocupado com você.

— Vou me desculpar com ele por isso.

— Você está se alimentando? Fiquei preocupada.

Assenti com a cabeça e vi Mason entrar na sala de mãos dadas com Lola, assim que a pequena me viu, correu e jogou-se em meus braços. Abracei-lhe fortemente e quando soltei a menor de meus braços, foi a vez de Mason aproximar-se com um olhar preocupado.

— Como está se sentindo? — perguntou.

— Estou bem. Me desculpe pelo inconveniente.

— Você não tem que se desculpar por isso, e sim por não se cuidar devidamente. Não acha que deveria ir a um médico depois disso?

— Jamais! Era só cansaço. Já estou bem melhor.

— Você é bastante teimosa. — comentou.

Sorri e vi Mason fazer o mesmo até que ele voltou a se afastar, sem dizer mais nenhuma palavra, seguiu para outro cômodo deixando-nos sozinhas novamente. Bufei comigo mesma, mas antes que Claire e eu falássemos alguma coisa, Mason voltou.

Uma bandeja de suco foi colocada sobre a mesa de centro da sala e Lola imediatamente bateu palminhas, fazendo com que Mason risse. Claire pegou um copo e logo fiz o mesmo. Dei uma bebiscada na bebida, e o doce sabor do suco de laranja era revitalizante.

— A que devo a visita de vocês? — Mason, perguntou.

— Nós precisamos de um advogado confiável.

— Querem que eu dê uma indicação?

— Não. Queremos o seu serviço. — respondi.

— Acham que mereço essa confiança?

— Eu tenho certeza disso. Nos ajude, por favor.

— Ok, farei tudo o que eu puder. — Mason, concordou.

Assenti para Claire que logo entregou o pen-drive nas mãos de Mason, agora aqueles documentos estavam em seu poder. Fomos guiadas até seu escritório e lá o computador foi ligado, Mason conectou o pen-drive e logo começou a analisar seu conteúdo.

Estive hesitante, mas não por não confiar em Mason e sim por saber como Thomas reagiria ao saber a quem recorri ajuda. Arriscaria dizer que meu marido iria preferir que fosse preso a pedir ajuda de Mason. Alguém deveria fazer o serviço pesado e difícil. E essa era eu.

Mason franziu as sobrancelhas parecendo confuso, e sua expressão parecia um tanto preocupada. Não era preciso ouvir de sua boca que aquele era um caso grave. Claire agarrou minha mão na tentativa de me acalmar e olhei para seu rosto, ainda ansiosa.