Capítulo 13: Opiniões opostas

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Manuela POV's

Estava confusa pela reação de Thomas, mas não cogitei me afastar. Seu braço direito me segurava fortemente pela cintura, mantendo-me ali ao seu lado. Mason observava a cena com um sorriso tanto curioso no rosto. Eu não sabia bem o que acontecia entre eles, mas definitivamente tinha alguma coisa e eu precisava, merecia uma explicação dele.

— Bom, precisamos voltar. — quebrei o silêncio.

— Tudo bem. Foi legal encontrar vocês. — Mason, disse.

— Digo o mesmo. Melhoras! — falei, me afastando.

Thomas me acompanhou em silêncio e isso foi desconfortável. Eu preferia que ele dissesse exatamente o que estava acontecendo. Quanto mais um assunto é evitado, mais incômodo ele traz. Quando estávamos quase chegando ao quarto, interrompi a caminhada, fazendo com que Thomas fizesse o mesmo. Assim, nos encaramos.

— Qual problema tem entre vocês? — perguntei.

— Manuela, não quero falar disso. — respondeu, e antes que se virasse de costas e voltasse a andar, o segurei pelo braço, fazendo-o me olhar outra vez. — Não seja teimosa.

— Se algo te incomoda, eu preciso saber, ok?

— O pai dele era amigo do meu pai, faziam negócios juntos. — pausou, suspirando. — Mas a ganância do pai dele o fez trair o meu. Isso ocasionou um grande problema na empresa. Ele, assim como o pai, não é nada confiável.

— Não pode julgá-lo por um erro do pai dele.

— Que ótimo! Você vai defender ele? — perguntou, ficando irritado. Mas ao perceber isso, Thomas respirou fundo, virando-se de costas em seguida. — Chega. Eu vou entrar.

— Nossa conversa não terminou aqui! — exclamei.

Por que sempre que as coisas pareciam ficar boas, tudo desandava de uma hora para outra? Não era certo que Thomas julgasse Mason por algo que seu pai fez. E isso me chateava, porque de certa forma, não esperava uma atitude como essa de sua parte. Mason não podia ser culpado pelos erros de seu pai. Era errado esse pensamento besta.

Quando percebi que estava sozinha no corredor, entrei imediatamente no quarto. Adhira estava próxima à cama e Thomas sentado do outro lado do quarto, no sofá. Todos ali pareciam frustrados. Rose me fitou com um sorriso suave e esticou sua mão em minha direção, então, sem pensar duas vezes, aproximei-me, pegando sua mão.

— Eu gostaria de ver minha neta. — disparou.

— Claro! Eu posso trazê-la.

— Não precisa. Amanhã vou vê-la. — piscou.

— Vamos amar recebê-la!!

— Acha que ela vai gostar de mim? — indagou.

Assenti em resposta e vi um sorriso largo tomar conta de seu rosto. Olhei rapidamente para Thomas e o vi encarando o chão. Era impossível que não notassem que havia algo acontecendo, e isso deixava o clima ainda mais pesado. Quando o silêncio estava voltando a reinar, Rose pediu para que nós contássemos tudo sobre Lola.

Atendi seu pedido, mas não pude falar muito. Afinal de contas, minhas memórias com minha filha eram pouquíssimas, não tinha muito o que dizer. Entretanto, com o pouco que contei, Rose se alegrou. Ela estava realmente interessada em conhecer a neta, e vê-la tão emocionada com minhas palavras, encheu-me o coração.

As horas passaram-se rápido, pulamos o almoço e quando dei-me conta, já era hora do jantar. A saudade de Lola apenas aumentava, mas sabia que a pequena estava bem junto de meus pais. Rose havia adormecido por conta dos medicamentos, e Adhira teve de ir para casa. Então, Thomas e eu estávamos sozinhos novamente, em silêncio.

O Milagre: LembrançasWhere stories live. Discover now