Capítulo 14: Deixe-me ir

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Mídia acima: Louvor cantado logo após Rose aceitar Jesus Cristo como seu único e verdadeiro Salvador.

Senhor, aqui estamos nós e nesse momento, clamamos a ti que venha sobre tua filha Rose. O caminho foi longo, muitos passos para chegar até aqui, mas nunca é tarde para nos entregarmos aos seus braços. Aceite sua filha em um abraço de amor, tome-a em Suas mãos, coloque-a sobre a rocha e faça seu coração inteiro de novo. Conceda-nos Sua graça!

Ao terminar a oração, vi que Rose estava em lágrimas. Thomas estava mais do que emocionado, e seu sorriso era tão sereno que pude ver que seu coração estava cheio de paz. Antes que alguém quebrasse o silêncio, comecei a cantar o hino Whole Heart de Hillsong United que ao meu ver, encaixava-se perfeitamente àquele belo momento.

— Podem me emprestar uma bíblia? — Rose pediu ainda emocionada assim que terminamos de louvar o hino.

— Claro! Tenho uma na bolsa.

— Quero passar o resto de dias que eu tenho, fazendo algo que realmente seja útil. Conhecer mais da palavra dEle.

— Não fale assim, senhora. — Adhira, disse.

— É a verdade, todos nós sabemos disso. Não faremos caso agora, tudo bem?! Estou feliz que tenha sido desse jeito.

— Achei. Deseja ficar sozinha?

— Por favor, será melhor para mim. — Rose concordou e assentimos em resposta, logo seguindo para a cozinha.

Adhira apressou-se para iniciar o jantar e sem dizer nenhuma palavra, Thomas saiu pela porta dos fundos. Hesitei por alguns segundos, mas pouco depois o segui. Chegando no jardim, pude vê-lo parado com as mãos dentro dos bolsos e encarando fixamente o céu. Observei-o por um tempo até tomar coragem para me aproximar.

— Você está bem? — perguntei.

— Não sei mais. Ele precisa mesmo levá-la? — indagou, mantendo seus olhos ainda totalmente atentos ao céu.

— Acredito que sim, mas podemos pedir por misericórdia.

— Apenas um mês com ela... Eu estaria satisfeito com isso.

— Então peça a Ele. Não é tão tarde para isso. — sugeri, pondo carinhosamente minha mão sobre seu ombro.

— Você tem razão. — concordou.

Sorri para Thomas e pude vê-lo fazer o mesmo. Seu sorriso não era tão cheio de vida quanto antes, afinal de contas, por mais que demonstrasse estar tão forte diante aquela situação, era nítido que estava sofrendo. O lado ruim de vê-lo aparentar tanta força, era saber que Thomas estava segurando todas as lágrimas que deveriam escapar.

— Acho que devemos ir para casa. — disparou.

— Ah... Tem certeza? E sua mãe?

— Ela tem uma companhia melhor agora. E, talvez, ela precise de um tempo sozinha com Ele. Todos precisamos.

— Sim, é verdade. — sorri.

— Estou com saudades da Lola e sei que você também está apesar de não demonstrar... Ela também precisa de nós.

— Sim, sim. Vamos após o jantar?

— É... E voltamos amanhã cedo. — acrescentou.

Assenti em resposta e levei minha mão até a de Thomas, entrelaçando nossos dedos. Eu queria que ele soubesse que eu estaria ali, independentemente do que acontecesse. Apoiei minha bochecha direita em seu braço esquerdo e fechei lentamente meus olhos, respirando o ar fresco daquela noite. Apesar da nossa bagunça, eu estava ali.

O Milagre: LembrançasWhere stories live. Discover now