- Ameaçada -

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Os dedos roçando o fim de suas costas, fizeram Célia despertar. Ainda um pouco tonta, tentou sentar-se, esfregando os olhos para expulsar de vez o sono. Seus olhos vagaram pelo ambiente e concluiu que não estava em seu quarto, nem em parte alguma de sua casa. Assustou-se.

- Oh não, eu não fiz isso, eu não dormi fora - murmurou se erguendo da cama, com certa dificuldade.

O lençol caiu de seu corpo, e a fez gritar. Esta nua. Completamente sem roupas.

Retomou o lençol rapidamente, e então puxou o outro sobre a cama, enrolando-se com desespero. Piscou algumas vezes para tentar se lembrar do que havia acontecido, então viu o corpo nu sobre a cama e as lembranças da madrugada lhe bombardearam, fazendo-a cair ao chão.

Com as mãos no rosto, xingando-se baixinho, Célia deixou algumas lágrimas e soluços escaparem.

- Bom dia - uma solene voz invadiu sua mente; mais um tiro, dessa vez no peito, bem fundo e doloroso.

Não acredita no que fez: bebeu, dançou feito louca, deixou que garotos se esfregassem em seu corpo, beijou o namorado da melhor amiga... Acordou ao lado do mesmo, nua, completamente sem roupas. O que fez com sigo mesma, Célia? O que, por Deus, você fez?

- Ahr, quando minha mãe souber disso. Com certeza não vai sobrar nada de mim para se arrepender.

Zayn sorriu baixinho, debruçando-se para vê-la melhor.

- Sua mãe não sabe que está aqui? - perguntou ele, sentando-se, roubando uma ponta do lençol para si.

- Não, mas não demorará muito. Não sei guardar segredos dela - suspirou, ainda com as mãos sobre o rosto, cobrindo sua vergonha -, nem da Hillary.

Zayn se afastou, ergueu-se recolhendo as roupas pelo chão, vestindo as calças rapidamente.

- Não, você não pode contar nada para ela! - gritou, mas logo se arrependeu de ter feito tal coisa. Abriu a porta, vagarosa e silenciosamente, então observou o corredor vazio.

Fechou a porta com força e escorregou até o chão.

- Hillary está vivendo um pandemônio, e eu ainda faço isso a ela? Que espécie de amiga eu sou? - chorou. Retirando as mãos do rosto para poder apagar o vestígio das lágrimas sobre suas bochechas.

- Não precisa contar sobre essa noite a ela - retrucou Zayn, olhando-a com atenção. - Você mesmo disse: um pandemônio. Ela vai sofrer se souber.

- Mas vai sofrer muito mais se ouvir por outras bocas - Célia fungou, olhando para os pés descalços, e a parte nua de sua perna arranhada e vermelha. Mordeu o lábio para não gritar. - O que eu fiz? Por quê eu fiz? Merda, Célia, merda!

- Ei, o que está feito, está feito! Não adianta lamentar - o garoto avançou, e pôs uma das mãos sobre o joelho de Célia. Ela rapidamente negou o toque.

- Você tem razão - suspirou Célia, notando seu sutiã sob a cama e o vestido não tão longe, aos pedaços -, não vou dizer nada hoje. Ainda estou tonta. Oh, e eu estava bêbada, entorpecida, embriagada... Não fiz por querer - mentia para si mesmo, sentindo-se devastada.

- É! - Zayn pareceu altamente aliviado, levanto-se e recolhendo a camisa verde sobre a luminária. - Estávamos bêbados, como saberíamos o que fazer ou o que pensar? Aconteceu...

- Aconteceu - Célia repetiu, fechando os olhos.

- Aconteceu... Vou procurar alguma coisa para comer, veste isso - deixou a camisa ao lado dos pés da garota e saiu do quarto rapidamente.

MORE THAN WRONGWhere stories live. Discover now