- Que matem! - gritou sem pensar. - Eu só quero ajudar. - Célia se desencostou da parede, ameaçando ir embora e deixar Zayn sozinho naquele beco imundo, onde a luz do dia parece nunca entrar.
Zayn, com um esforço tremendo, conseguiu levantar o braço e segurar a mão de Célia, fazendo uma corrente elétrica passar por entre seus dedos e subir até atingir todo o corpo da garota. Ela tremeu.
- Me desculpe, mas eu não posso mesmo te contar. Viu o que eles fizeram comigo? Olha o estado em que estou - levantou o tom da voz, a qualquer momento Célia achou que levaria um tapa.
"Me desculpe", ah, então ele sabe o que são desculpas, está na hora de usar isso com a Hillary!
Baixando a cabeça para deslumbrar-se com suas mãos unidas, Célia suspirou.
- Tudo bem - disse por fim. - Agora vamos sair daqui, não quero encontrar com quem te fez... isso.
Zayn deu um leve sorriso.
Célia se abaixou para pegar a mochila, então buscou o braço de Zayn e o pôs sobre seus ombros, segurando em sua cintura, tentando não tocar muito nele.
As mãos tremiam de vez em quando.
- Onde você mora? - Célia perguntou com um sibilar aguçado na voz.
- No centro, próximo aquela loja de CDs... Disc... - gemeu com a dor de pôr a perna esquerda no chão com entusiasmo de mais.
- Deus, não terei que te levar até lá...
Zayn sorriu. Sorriu e gemeu mais uma vez.
- Terei? - assustou-se Célia, tornando os passos mais vagarosos.
- Não - Zayn balançou a cabeça -, tenho dinheiro em um dos bolsos.
- Então aqueles homens não assaltaram...?
- Não.
Se eles não o assaltaram, então o que, por Deus, Zayn fez de tão catástrofico assim?
Com os pensamentos ecoando por seu crânio, Célia parou. Zayn tentou se manter sobre uma só perna, tateando os bolsos a procura de dinheiro.
Apanhou a carteira azul marinho, com detalhes em ouro e prata. Abriu a mesma, sacando algumas notas abarrotadas e entregou-as a Célia.
- Poderia chamar um táxi? - disse instável, tentando retomar a carteira ao bolso.
Célia apanhou as notas, olhando para os lados.
Alguns minutos silenciosos se passaram, quando, enfim, um táxi tardou a surgir no fim da rua. Célia ergueu a mão, balançando a mesma. O automóvel parou no acostamento, com o ruído do motor acusando uma partida repentina.
Zayn pulou até o táxi.
- Poderia levá-lo até o centro? - falou com repulsa.
- Ei, você não vem? - Célia balançou a cabeça negativamente, se afastando. - Mas eu vou precisar de ajuda.
- Não posso ir.
- Juro que não toco nem mesmo em um fio de cabelo seu! - implorou Zayn, teimando em não fechar a porta do táxi.
Célia continuou negando.
- Vai ou não vai? Se decidam de uma vez - o motorista reclamou.
Olhando para o rosto sangrando de Zayn, e os ferimentos por todo o seu corpo, o sentimento de culpa que lhe acompanhava até então, tornou-se distante.
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MORE THAN WRONG
Action"As drogas em seu corpo causaram isso. Era noite, e a noite não deveria ter chegado ao fim. Vamos, pegue um pouco da minha vida... Beba-a sem pressa e enlouqueça como fez da primeira vez." Por conta de sua família tradicional e religiosa, com dific...