- Poupada -

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Célia deu um passo para trás.

Felizmente a garota não fazia idéia do que Zayn e sua mórbida “gange” faz, ao contrário estaria perplexa.

— Do que estão falando? — deu um sorriso torto retirando o paletó de Zayn de sobre seus ombros e entregando-o numa impressionante tentativa de não amassar. E não o fez.

Zayn ergueu a mão, pedindo-a silêncio, e recolheu o paletó.

— Pois bem, irei mandar um dos meus rapazes para buscá-la nesse endereço — o homem entregou um pequeno cartão negro com letras brancas e vermelhas. Célia pôde ler por sobre o ombro de Zayn: Sommer's Drink, mas os números a baixo não lhe foram legíveis. — Se ela não estiver lá, ou se por acaso o senhor ter a péssima idéia de trocar... Ah rapaz, não vai querer saber o que sou capaz de fazer com você e sua trupe — suspirou coçando a barba, admirando o que seria seu, ou melhor, sua. — E põe uma roupa melhor nela; vermelho, ao seu gosto.

Antes de descer as escadas, a passos curtos e cuidadosos, o homem deixou um sorriso no vento para que Célia o percebesse. Correspondido. Abriu a porta de um carro branco, brilhante, parado no acostamento como se fizesse parte da passagem e partiu, desaparecendo entre os outros tantos carros em meio ao tráfego.

Zayn olhou para o cartão com atenção:

Sommer's Drink

77986

Bar & Show House

N° 336 - todos os pisos

© orlands pupton

Se virou para encarar a tal mercadoria loira e Célia. Ambas parecem perdidas, com os olhos brilhantes vagando pelas ruas, ruelas, casas, lojas e qualquer construção que esses alcançavam.

Zayn jura, de todo o seu ser, não sentir nada por Célia. Seu corpo não treme quando toca o dela. Sua fala não se esbarra com aquelas tantas palavras a dizer. Ele com certeza saberia se gostasse dela e se isso acontecesse a descartaria como sempre fez a tudo o que teve até mesmo a menor migalha de afeto. Mas isso não justifica ele pôr uma garota que não tem nada haver com seus crimes idiotas nas mãos sujas — e multimilionárias — de um coroa pervertido. Zayn pode ser um badboy marrento, cheio de problemas familiares, psicológicos e o diabo a quatro... mas não um sem coração. Sabe bem o que a pirralha sofreria.

— Quem é ele? — Célia tocou em seu ombro, ainda perplexa com a grandiosidade e beleza do lugar.

— Ninguém — sussurrou. — Anda, temos que encontrar um hotel com vagas.

Desceram a escadaria de colunas cujos capitéis espiralados dão lugar a águias brancas e entraram no táxi que parou no acostamento assim que Zayn ergueu um braço.

***

Não demorou para Zayn encontrar uma vaga, seduzindo a filha do hoteleiro, atendente do local, por sinal, foi ainda mais fácil. Só foi preciso mentir que as duas acompanhantes são suas irmãs adotivas, e que ao mais tardar sua porta estaria levemente aberta e... Pronto. Um verdadeiro vigarista.

O quarto não é exatamente como Zayn queria, mas vendo que não estava em seus planos passar a noite com duas garotas, a qual nenhuma das quais se entregaria a ele, já está de bom tamanho.

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