- Insuficiente -

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Zayn deixou a moto a uns dez metros da casa, parada do outro lado da rua à sombra de uma árvore cheia de flores estupidamente brancas.

Há um segurança de quase dois metros empoleirado no portão de entrada da mansão e, pelo menos, duzentas câmeras postas em cada ponto do grandioso muro, mas Zayn já havia entrado ali por vezes suficiente para gravar cada centímetro do lugar. Há um ponto cego, uma parte onde as câmeras não gravam e Zayn só precisa passar pelos cães e conseguir abrir uma janela sem chamar atenção - o que é realmente uma operação para o 007, não para o rapaz que faz as entregas!

Mas talvez a esperteza desse rapaz seja suficiente para o serviço.

Xingando, Zayn andou pesada e silenciosamente até o muro lateral encostado a uma viela sombria onde olhos famintos por peixe enlatado e leite fresco o fitava desafiadores. Zayn se dirigiu até o pequeno gato malhado e então o pegou nos braços após levar algumas ameaças de mordida e arranhões superficiais em ambos os braços. Escalando as pedras íngremes, com uma só mão, enquanto segurava o gato firme em seu braço livre, Zayn se pôs sentado no topo do muro.

Os cães rosnaram assim que o viu, mas Zayn jogou o gato para o lado e o atiçou a correr. Assim que os cães tomaram distância, Zayn pulou muro abaixo e correu até onde as correntes não o alcançariam.

Segurando o cabo de sua arma, Zayn a bateu contra o vidro da janela e a quebrou em pedaços, se enfiando dentro da mansão.

– Fácil de mais – sussurrou.

Zayn ouviu murmúrios curvando uma porta entreaberta e olhou por entre a fresta, dando de cara com pelo menos seis velhotes se lambendo por uma magricela loira seminua.

Aquele é só mais um dos esgotos a céu aberto que Alfred Crown exibe. O rapaz não consegui não sentir nojo de tudo aquilo e de todos ali.

– Vamos lá, amor, sabe que pode fazer melhor que isso – o velho disse através do comunicador e a menina sorriu amargamente, dançando sem música alguma.

Desviando sua atenção para as escadas, Zayn as subiu silenciosamente, ouvindo atrás de cada porta no longo corredor de espelhos. Virando um outro corredor, ouviu o barulho ofegante de uma respiração. Zayn puxou a maçaneta da porta, mas está não queria abrir. Empurrou-a, mas estava trancada.

– Célia? – chamou convencido de que ninguém o ouviria.

Bateu na porta mais uma vez, a voz de Célia foi o suficiente para ele respirar de alívio:

– Harry? É você? – a voz estava embargada.

– Não sua tonta, sou eu, Zayn – olhou para os lados. – Abre isso!

– Zayn? Oh Zayn, eu sabia que você me encontraria, eu sabia...

– Abre a porta!

–  As chaves... Elas não estão no quarto.

– Droga! – Zayn bateu seu braço com força na parede, então ouviu alguns passos, lutando para abrir alguma outra porta, o rapaz pulou para trás de um armário antigo tentando controlar e silenciar sua respiração.

O som de Célia batendo na porta fez os passos de agravarem, chegarem mais perto.

– Tem alguém aí? – a voz era de um segurança calmo, Zayn suspirou ao ver ele pondo a chave na fechadura. – Mas o que...? Você... Você matou o...

Zayn se aproximou na ponta dos pés, a arma em mãos, deu uma coronhada na cabeça do homem de uniforme. Ele caiu.

Célia estava boquiaberta vendo o corpo no chão, quase como se imitasse a expressão de Zayn vendo um "coroa" em seus quarenta e todos, ou cinquenta e poucos, jogado, ensanguentado aos pés da cama, com os olhos cerrados e a testa latejando, seus olhos só desviaram do velho aparentemente morto, quando ele sentiu os braços ao redor de seu corpo, afagando o rosto em seu peito, o barulho do choro...

Zayn não sabia se retribuía ou não aquele abraço. As palavras da madame no apartamento cor de rosa, por um momento, se tornaram pesadas. "Ela te ama, Zayn", seu cérebro multiplicava a frase milhões de vezes, ele afagou os cabelos alvoroçados da garota, e passando as mãos por sua cintura, lentamente, ele a afastou, respirando firme para resistir a apagar as lágrimas que rondavam os lábios de Célia.

Porque, nesse instante, dói vê-la chorar? – se perguntou internamente. – São apenas lágrimas, é apenas uma garota... Ou não?

– Nós temos que ir – sussurrou enfim, cessando a guerra dentro de si. – Foi fácil entrar aqui, mas, geralmente os policiais nos esperam na porta, não dentro de casa.

Célia assentiu, tentando recompor-se.

– O que te deu na cabeça para sair daquele prédio? – disse ele, suspirando. Observando o vestido longo e a maquiagem bonita de Célia. Há um arranhão em seu braço, sua roupa está rasgada.

– Eu... – queria te encontrar, ela quis continuar, mas respirou fundo para apenas observar a raiva diluir nos olhos que tanto a chamaram atenção certo dia. E que dia.

Zayn segurou sua mão firme e puxou Célia com apenas um olhar que dizia “tudo bem”, Célia havia esperado aquele olhar por muito tempo, mas o conseguiu da maneira mais perigosa do que desejava.

Ambos correram pelo corredor, tentando não fazer barulho, passando pela escadaria na ponta dos pés. Mas a porta se abriu...

– Como eu disse – começou Zayn –, eles esperam na porta.

Puxou sua arma enquanto observava Harry mudar a expressão de “o que?” para “Aí está você”.

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Iai? O que acharam?

Eu odiei esse fim :/

Ah, pra vocês entenderem melhor o que Célia fez naquele quarto mais aquele velho rabugento, vou postar um... Mini Capítulo.

Votem cometem, reclamem...

AAAAAAAAAH O ZAYN ESTA CEDENDO AO AMOR!!!!

PAREEEI!

Beijocas de algodão doce (^o^)

- SSMissing ❤


MORE THAN WRONGOnde as histórias ganham vida. Descobre agora