- Embriagada -

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As ruas parecem se fechar, o sentimento claustrofóbico voltando a Célia como pancadas, a tornando distorcida, até que o mundo resolveu ser barulhento outra vez.

Célia estava no canto, ao lado da entrada de uma boate barulhenta, a música brotava de cada folículo na parede:

“We could all be blown to pieces, because time's a ticking bomb.”¹

Um carro negro parou em frente ao acostamento, um rapaz bonito, de cabelos cacheados, cortados na base dos olhos, e pele bronzeada apressou-se para abrir a porta do veículo. Um homem alto de cabelos cumpridos e levemente desgrenhados desceu do mesmo, emanava raiva em sua aura vermelha.

“We could all be dead tomorrow, but our love will carry on.”

O homem fitou Célia por alguns segundos; ela estava com frio e ao mesmo tempo quente por conta da corrida. Ele parou de andar, retirou o telefone celular do bolso e, após digitar alguma coisa, encarou o aparelho com atenção, distribuindo sua indignação e felicidade entre o celular e Célia.

Ela olhou para os lados, não acreditava que o homem sorria para ela. Os olhos verdes carregam um brilhavo obscuro. Ele finalmente usou o celular para ligar para alguém, sorria ao falar e gemia pondo a mão livro sobre a coxa direita, Célia tentou prestar atenção apenas nos lábios e na forma como cada pronúncia corria os lábios rosados do rapaz. Célia logo deduziu que nunca acompanharia a conversa, ele estava falando em francês! Célia desviou o olhar para os carros, como tantas pessoas podem estar ali? Deve se passar das duas da manhã.

– Perdón, mademoiselle – havia resquícios perceptíveis de um sotaque inglês entre aquele charme francês, mas Célia se preocupou mais com o fato de que, agora, há um homem bonito e igualmente cansado estendendo uma mão para ela, que mais parece uma moradora de rua. Estendeu a mão, por fim. Olhando de soslaio para a coxa direita onde o rapaz tentava, perceptívelmente, não se equilibrar. Estava sangrando, e Célia estava escrevendo, mentalmente, uma lista de como uma pessoa pode se cortar no alto da coxa. Mas ele não tem cara de agente secreto da S.W.A.T em uma missão perigosa. Balançou a cabeça negativamente.

Célia pode ouvir a música mais uma vez:

“I fell for you and i never got up, I stay here forever 'til I turn to dust.

Just take every minute make it last for life.”

– Uma bela garota, como você, não pode ficar nesse frio, muito menos solitária como estás – Célia suspirou, o toque quente e trêmulo daquela mão pálida lhe fez corar.

– Perdón – tentou imitar, mas acabou sorrindo por não conseguir –, estou perdida.

– Perdida? – sorriu o homem, agraciando-se com a revelação da moça. – Não tem ninguém você? Nenhum rapaz, digo, nenhum que possa... Ajudá-la? – não esperou Célia responder. Olhou para os lados como se procurasse alguém. Entrelaçou o braço de Célia no seu e a puxou, docemente, para dentro da boate.

Sentaram-se numa mesa afastada de todos, onde nem mesmo a música parecia ser a mesma. Célia se sentou no sofá vermelho, costumeiro de alguns bangalôs, e postou-se reta como se sempre fosse convidada a entrar em boates dessa forma.

– Então, qual o seu nome? – perguntou enquanto o garçom, vestido completamente de preto, com um sorriso brando estampado nos lábios carnudos, preenchia dois copos com uma bebida acobreada. Célia iria negar, mas precisava de um gole de seja lá o que for aquilo.

– Célia, Célia Montês. Posso saber o seu? – ela moveu os dedos sobre a superfície gélida do copo, levou o mesmo aos lábios calmamente. A bebida amarga desceu quente, dando-lhe uma breve sensação de conforto.

– Edward, meu nome é Edward – sorriu o rapaz, estreitando os olhos em um sorriso um tanto tímido.

– Só Edward?

Bebericou mais uma vez a bebida.

– É, por enquanto é só Edward – riram.

O garçom provavelmente havia ido e vindo daquela mesa umas trezentas vezes. Célia ria estabanada, parecia entorpecida, realmente embriagada.

A conversa fluía, como se ele estivesse mesmo muito interessado. Tem namorado. Onde você mora. O que está fazendo aqui. Eram sempre perguntas pequenas, Célia apenas as respondia e bebia qualquer coisa que parece na mesa. Edward, como disse se chamar, somente bebericava algumas vezes aquele mesmo copo que o garçom deixou da primeira vez.

O homem sorria. Realmente é de se alegrar ver seu plano dando certo dessa forma. Não mentiu, realmente se chama Edward, mas não era só Edward, obviamente, Harry Edward Styles... Ah ele suspirava emocionado. Encontrou a garota. Por fim nem foi preciso matar tantas pessoas por ela. Era só ele ir a uma boate e... Zap! O trabalho estava feito.

Já havia preenchido uma lista com as respostas da garota. Ele só não sabia porque o súbito interesse de Crown pela garota. Ela nem parece ser maior de idade, de uma ingenuidade irreversível, por mais que se afogasse em bebidas alcoólicas de tal forma, não parece de seu costume beber. A outra garota que foi enviada, parecia muito mais atraente. Belas coxas. Seios fartos, mas não de mais. A face exuberante, envolvida em uma felicidade tênue. Curvas... Oh, que belas curvas. Mas Célia? Célia não era sexy, não do modo como se porta, como uma criança que aprendeu etiqueta com a avó e é necessário usar pois são as regras e blah blah blah. Vez ou outra perguntava sobre o moreno, Zayn, se por acaso ele o tinha visto. HARRY sabia negar tudo com a mesma sinceridade com a qual aceitava as bebidas.

Harry pediu mais dois copos de Vodka e repousou a mão sobre a mesa, Célia a observou por um breve instante, mas caiu numa gargalhada extremamente alta. Alguns olhares se voltaram para ela. Esta bêbada, tal como Harry queria.

– Vem, eu te levo onde quiser ir. Já bebeu de mais – segurou a garota pelo braço, erguendo-a com gentileza.

Célia não poderia recusar, inquieta, saiu junto ao rapaz, rumando a entrada da boate.

Harry postou dois dedos sobre a sobrancelha e dois homens se ergueram de suas mesas com urgência, fingindo atender celulares que nunca tocaram.

Marcharam para fora, e entraram, Edward e Célia, nos bancos de trás de um carro negro e volumoso. A luz no interior do veículo se acendeu.

– Olá – a voz calma e conhecida adentrou os ouvidos de Célia, como se toda aquela bebedeira lhe tivesse deixado de sopetão. Célia balançou a cabeça, tonta, olhando fixamente os olhos pesados do homem à seu lado. Estava elegante como da última, e primeira, vez no teatro. Célia tentou se recordar do que Zayn havia dito aquela noite... Vender pessoas... Assustou-se com o declínio de sua mente caindo na realidade.

Tentou se mover, mas Edward segurou se braço, firme!

Edward – suspirou –, me deixa sair.

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Cheguei!

E... Célia se lascou D-E-N-O-V-O!

Espero que tenham gostado do capítulo, ou odiado pelo que aconteceu kkkkk mas vamos lá, Zayn vai ter um trabalhinho bem básico para encontrar a Célia, só acho kkkk

Booom, amei os comentários do capítulo anterior. Cara eu peço para vocês comentarem bastante e vocês tiram isso de letra, né? Parabéns kkkk

Então, já comecei a escrever o próximo capítulo, ou seja: nova att segunda! Ooooh como eu estou rápida kkkkkk

Bom, é isso amorecas.

Votem muito, comentem mais ainda kkkk Thanks ❤

Beijocas de algodão doce (^o^)

Até já ✈

- SSMissing ❤

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