- Correspondida -

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Já haviam se passado cinco horas desde que Zayn saira para ir trabalhar, Célia se perguntava se ele estava mesmo fazendo aquilo, sendo um Dj ou Bar Man, ele simplesmente não tinha - para ela - cara de quem fazia alguma coisa a não ser seduzir as garotas e levá-las para casa. Célia não esqueceu a ruiva da noite passada, talvez por isso tenha negado os beijos que Zayn tentou dar-lhe, ele havia assegurado que ela ficaria bem após o enjôo na noite anterior e tentava tirar suas roupas. Célia até assustou-se achando estar grávida, mas lembra de todas as vezes que viu Zayn por camisinha antes de cada relação..., mesmo sendo a realidade, ainda parece uma palavra muito forte para a garota - e nada disso queria dizer que ela não o fez.

É, pelo que pode contar, o terceiro dia na casa do Zayn, tudo o que fez foi suspirar pelos cantos e ser atraída para a cama... Porque diabos sempre cede?

Célia puxou aquela mesma roupa que viera, pôs os mesmos tênis e observou bem a casa antes de começar a se trocar. O silêncio gritava feito um louco em seus ouvidos, talvez já tenha se acostumado com a gritaria das noitadas... Duas festas, apenas, talvez seja o bastante para uma pessoa se acostumar.

Seus cabelos grossos e negros caíam por sobre os ombros, abafando-a. Célia olhou em volta procurando o fino e brilhante elástico que usava para prender o cabelo, mas o minúsculo objeto havia sumido.

Olhou as gavetas da escrivaninha, algo ali poderia lhe servir.

Tudo o que conseguiu encontrar foram papéis velhos de balas, caixas de cigarro, papéis rabiscados com desenhos que não entendia e... Cartas? A quem um homem como Zayn escreveria? Ou quem escreveria à Zayn?

Recolheu os envelopes sem remetente, sentando-se a cadeira, olhou atentamente todas juntas e seus dedos pegaram uma, abriu a mesma com cuidado e iniciou uma silenciosa leitora:

"Querido Zayn, a dias venho me perguntando 'Onde andas?' seu pai não me liga mais, seus tios me mandaram sumir ou acabariam comigo e com o Pitter. O que está acontecendo, querido? Diga-me de alguma forma... É tudo o que lhe passo."

As palavras um tanto tristonhas, trouxeram perguntas - ainda mais perguntas - a Célia, perguntas sobre o passado de Zayn.

Abriu outra carta, então, ajeitando-a nos dedos, lendo a mesma com certo cuidado e atenção.

"Onde está você? Não aguento mais essa angústia, tudo o que quero é uma resposta, um sinal; você parece nunca estar aí, parece que esqueceu que existimos!
Pitter foi preso noite passada, estava bêbado, drogado! Um filha da mãe o embriagou, James, e onde você está quando precisamos? Droga, você sabe que precisamos de você..." - a carta está rasgada.

Mais perguntas...

Mais cartas...

"James, quando tivemos o Zayn, você me disse que iríamos ser apenas nós três, até o fim. Mas Zayn está sozinho, eu estou sozinha.
Odeio os dias em que você se embriaga e some, desaparece como se não existisse um amanhã. Eu te amo tanto... Tudo o que você faz é me largar nesse mundo enorme e dizer que volta... Estou começando a acreditar que nunca mais iremos te ver; eles estão acabando com você, James, eles e esse maldito álcool!"

Eles?

Outra carta...

James, Célia conseguia lembrar desse nome, é o pai do Zayn. O irmão daquele tio que não parece com ele, talvez Zayn seja mais parecido com a mãe.

Dessa vez Célia apanhou um pedaço de papel no fundo de um envelope amarelo, com os dizeres "De James".

O papel era mais pálido, diferente dos outros, que parecem mais gastos e amarelados.

MORE THAN WRONGWhere stories live. Discover now