- Abusada -

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Os lábios de Célia projetaram um enorme “O”, enquanto seus dedos tamborilaram sobre o tecido vermelho do vestido. Sua mente estava em tantos lugares, xingando tantos ali...

– Desgraçado! – rugiu, revendo seus palavrões, batendo no vidro como se pudesse quebrá-lo. Harry apareceu na sala, com um sorriso débil e insano nos lábios cor de rosa.

Uma lágrima percorreu o rosto de Célia.

– Faz o que eu estou mandando. AGORA! – Crown apontou para a cintura de Harry com os olhos, mostrando o revólver que esse trazia pende, escondido atrás do cinto. Célia tremeu perante tal cena: a menina capturada agora tem que seguir regras insanas e se despir em frente a uma cambada de velhos multimilionários e nojentos, para que eu sequestrador enriqueça mais e mais. Eles merecem um hospício condecorado com seus nomes e sobrenomes.

Célia escorregou as mãos para trás, cautelosa e recessiva, fechando os olhos enquanto esses se enchiam de lágrimas, descendo o zíper lentamente. Deixou o vestido escorregar por seu corpo até o chão. Resmungou enquanto a sensação inquietante de estar sendo dedilhada por dedos gelados prosseguia sem fim.

Enquanto tremia e recolhia o tecido vermelho, os olhares dos homens presentes praticamente engoliam Célia. Um homem sorriu confirmando alguma coisa. Mãos se ergueram. Era como se Célia estivesse sendo leiloada. Uma obra de arte cheia de defeitos, mas, alguém se interessava por esses defeitos, alguém...

O corpo magro e um tanto pálido da garota, faziam com que o vermelho em sua lingerie quase transmitissem uma luz fugaz.

Harry deu passos curtos, para trás, como se nunca tivesse visto ninguém naquela situação.

Os olhos de uma Célia sombria se ergueram, conforme Crown dava mais uma ordem. Ela deixou o vestido no canto e virou-se, dando as costas a todos ali.

Alguns gostam do que vêem – porcos, insensíveis. Outros negam, não em reprovação ao que um homem está fazendo a uma garota menor de idade, que está sendo obrigada a tudo, mas em reprovação a própria garota. Célia não aceitava isso.

– Agora, Célia. Tire seu sutiã – Célia respirou fundo ouvindo as ordens, desabotoando o fecho do sutiã, deixando que esse caísse por seus braços e atingisse o chão.

Abraçou o próprio corpo com os braços.

Onde está você Zayn?

– Tire os saltos – pediu Crown, com um sorriso amarelo curvando os cantos dos lábios.

Célia o fez, tentando não se mover tanto.

– Retire as meias.

Retirou as meias vermelhas que atingiam a metade de suas coxas.

– Vire-se para nós, Célia – dessa vez não soou como uma ordem, foi mais como um pedido, um desejo. Célia podia notar a alteração na voz e no modo de respirar, mesmo que a voz de Crown estivesse metálica, atravessando amplificadores.

Célia apertou um pouco mais os olhos, e abraçou-se um mais forte, sentido o corpo queimar. As lágrimas mancharam seu rosto, levando a fina maquiagem e as camadas de rimel como se fosse um riu abluindo as impurezas daquela face.

De cabeça baixa, Célia se movimentou como se em câmera lenta. Suspiros desejosos cruzaram a sala, alguns homens até se desconcertaram, trocando o peso de um lado para outro do corpo.

– Pode se mostrar inteiramente, Célia.

Receosa, Célia dedilhou seus braços, descruzando-os de vagar e revelando seus seios ela queria desaparecer por completo.

MORE THAN WRONGWhere stories live. Discover now