- Maluca -

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Célia permanecia parada em sua cama no quarto do hotel, olhando para as luzes coloridas de Nova York atravessando a vidraça das janelas e banhando as paredes alaranjadas de maneira tão tênue e quase... Estressante. Não sabia o por quê de ter que pintar o cabelo de Taylor daquela forma – aquilo foi tortuoso. Nem por que ela, em um instante súbito e inexplicável, disse se chamar Júlia. Muito menos a razão pela qual Zayn saiu do hotel tão frustrado e medroso, parecia estar fugindo de algo, ou alguém – como sempre faz. Ah, uma identidade secreta não é tão mal assim. Célia mesmo esta se passando por outra pessoa a mais de vinte e quatro horas! Madeleine Howell. Mas que piada muito mal contada! Ela por acaso tem cara de francesa? E quem, em sã consciência, diria que Zayn é seu pai? E aquela loira? Por Deus, parece ser mais nova que Célia!

Aquele aeroporto necessita de funcionários que ao menos enxergem melhor.

Célia bateu as mãos no travesseiro com toda a sua – pouca – força. Mais uma vez metida nas secretas criações de Zayn Malik. Como se já não houvesse levado broncas de mais.

Droga!

Seus pais a essa altura estão contatando a SWAT, a Marinha, a C.I.A, a NASA, os bombeiros e até mesmo a liga dos Caça Fantasmas – caso morta –, para encontrá-la. O que diriam se soubessem que Célia foi a Nova York, com o nome de Madeleine e que ficou o tempo todo presa a um quarto de um luxuoso hotel? Eles, com toda a certeza do mundo, não acreditariam mais que fora sequestro.

Dessa vez não encontraria sua mãe chorando e seu pai quase furando um buraco no assoalho da sala por tanto andar de lá para cá... Com certeza Hanks estaria com o sinto nas mãos, uma faca e fotos sobre a mesinha de centro... E sua mãe estaria armada com um crucifixo, rezas que nem mesmo Célia entende e uma carabina calibre dois mil – se é que se pode arranjar uma dessas.

Célia bufou.

No mesmo instante a porta se abriu, Zayn respira com dificuldade, tentando puxar todo o ar de uma só vez. Ele fechou a porta atrás de si e escorregou pela mesma até chegar ao chão. Suas mãos passaram pelo rosto e levaram os cabelos para trás... Ele olhou para cima, passando direto por Célia como se ela nem estivesse ali, no mesmo quarto.

– O que houve? – Célia perguntou, sentando-se na beirada da cama e o olhando com atenção e um certo... medo.

– Temos que sair daqui. Urgentemente – Zayn continuava olhando para o telhado branco.

– Mas, onde está a Tay... – respirou fundo – Júlia?

– Não posso te dizer – Zayn se esforçou para ficar de pé. Bufou.

– Como assim não pode me dizer? Quem é ela? Uma namorada sua? Amiga...? – Célia se corroia de ciúmes, mas não iria entregar esse sentimento a Zayn, ele já recebera de mais de si.

– Na verdade eu nem conheço aquela maluca – riu. – Mas, até que ela é muito bonita – como se uma bola pesada de lembranças houvesse caído sobre sua cabeça, Zayn olhou para Célia e pôs as mãos na cintura. Esta mesmo com cara de Senhor Howell. – Vamos, precisamos ir embora daqui.

Célia o olhou.

– Não ouviu o que eu disse?

– Ouvi, mas eu não saiu daqui até me dizer o que está acontecendo. – cruzou os braços.

– Não está acontecendo nada – mentiu.

– Ah tá, você me trouxe para cá a força e com outros nomes com uma loira espevitada, encontra um cara que te ameaça, sabe Deus porque, você obriga a loira a pintar o cabelo para se parecer comigo, a leva embora e, do nada, temos que ir embora? Isso, para mim, é muito mais que nada – as mãos de Célia foram até os cabelos e ela olhou alguns fios com atenção. Seu olhar caiu sobre Zayn, dessa vez não há uma resposta na ponta da língua.

MORE THAN WRONGWhere stories live. Discover now