Aceitamento

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SAM

Peguei no telemóvel liguei a Sally.
- OK Sally aceito,  mas com regras,  primeiro que não andem atrás de mim a toda a hora,  segundo quando eu quiser parar paro, terceiro nada de câmaras, quarto nada que dure mais de um mês.
-  Boa Sam, ok, fotos e gravadores pode ser?
- Pode, mas antes de sair qualquer matéria eu quero ser revisor. E isso que fique tudo contratuado, de outra forma não aceito.
-ok, fica descansado que eu tratarei de tudo e será tudo como queres.. Adoro-te Sam. Depois ligo-te para combinarmos onde se devem encontrar. Tu e a jornalista. Beijos.
- Beijos. – bem tinha um mês com uma mulher sempre atrás de mim, a cuscar todas as minhas palavras, todas a minhas ações, daqui a um mês vou para o México, tinha de ter isto despachado até lá. Tenho de falar com alguém sobre isto. Liguei para Cait, ela iria ser o mais directa possível
- Sam, love tudo bem.?- a voz dela acalmava-me sempre.
- Cait querida, sim tudo…  mas queria o teu conselho aqui para uma situação.
- Chuta, o que se passa? – sempre uma querida.
Contei-lhe sobre a porcaria onde me estava a meter, enquanto explicava, ouvia um – hum, hum hum – do outro lado da linha – e que dizes Cait achas que fiz mal? Conheces o trabalho dessa revista e dessa Alissa?
- Conheço Sam, são pessoas muito sérias, a revista não é nada do estilo a que estás habituado, querido. Olha, se fosse com outra pessoa diria já para pular enquanto houvesse tempo, mas contigo Sam, não vai haver problema, mais limpo que tu só água da chuva  - ouvi uma gargalhada - sê como és, tu és uma pessoa maravilhosa não tenhas receio. E Alissa é super simpática, põe um ar de durona, mas é um anjo. Sam querido, avança!
Fiquei mais descansado, Cait sempre fora uma amiga do peito desde o primeiro dia, sempre me apoiou e eu a ela. No início, quando a conheci ainda pensei que pudesse haver mais alguma coisa entre nós, mas ela nunca avançou em qualquer direção que desse a entender existir ali mais alguma coisa entre nós que não fosse uma amizade sincera e ficamos por isso mesmo. Casou, fiquei feliz por ela, embora tivesse muitos handicaps em relação a Tony, mas ela escolheu-o. E a partir daí nada a fazer. Sempre a respeitei e nem por sombras iria fazer alguma coisa que acabasse com o que tínhamos, uma amizade perfeita.
Passou-se uma semana,  Sally já tinha tudo combinado eu iria ter à  revista para encontrar a diaba, digo Alissa Knox. Encontrei-me com Sally à entrada do prédio da magazine Life Time.
- Nervoso? – perguntava ela enquanto me ajeitava o casaco - estás lindo, esse casaco de cabedal fica-te a matar – mexia-me no cabelo, tentando puxar uns cabelos para a frente da testa.
- Pára Sally, assim é que me enervas, - desviei-me dela com um pequeno empurrão – pára bolas, olha vamos fazer isto com muita calma sem stress, ok?
- Certo, certo desculpa. Vamos.
Levaram-nos pelo elevador subimos cinco andares, a moça que nos guiava não parava de olhar para mim, com um pequeno sorriso no rosto, correspondi da mesma forma e vi que se encostou na barra de apoio, era melhor parar. Sally olhou para mim de costas para a moça, semicerrou os olhos como que me dissesse que parasse de fazer olhinhos à moça, encolhi os ombros. Não era culpa minha, ela é que começou, disse-lhe sem palavras. Fez cara de mono como quem diz : sei!
A moça bateu na porta
- Entre. – uma voz de comando. Entramos para uma sala ampla onde uma senhora de uns sessenta e poucos anos, luxuosamente  vestida saiu detrás de uma secretária e veio ter comigo de mão estendida, a qual cerimoniosamente apertei acompanhado de um caloroso sorriso.
- Sam Heughan, finalmente é um sonho conhecê-lo jovem. – era uma mulher ainda muito bonita.
- O gosto é todo meu. – disse-lhe – Nina?
- Eu, Nina Pietr uma admiradora de todo o teu trabalho. Mas sentem-se por favor, temos de esperar um pouco por Alissa, ela não deve demorar está a acabar um pequeno serviço, na sala dela.  – falou a Sally com dois beijos e perguntou-nos se  bebíamos algo, - wisky Sam? Sei que adoras.
- Sim OK, Nina obrigado. – ouvi conversa fora da sala. – já aí estão? Perguntava a voz – E como é? É mesmo como nas fotos ou aquilo é tudo photoshop? – outra voz respondia – ah Alissa ele é mesmo linndddooooo. Ia desmaiando no elevador, quando ele me sorriu. – a outra voz dizia – credo rapariga, a sério? Bem, estou bem? – a voz da moça do elevador fez-se ouvir novamente – tu és outro caso de beleza, que se eu fosse gay não me escapavas, querida estás linnndaaa.
Para não me verem sorrir levei o copo à boca, e olhei directamente para a porta, mesmo que estivesse preparado para todos os acontecimentos, não estava para a visão daquela mulher à minha frente, linda era favor, a mulher era um monumento, umas pernas esguias levavam o resto de um corpo fabuloso, trabalhado, um rosto lindo bem desenhado, olhos cinzentos? Sim cinzentos, cabelo negro como a noite, com reflexos de azul, levantei-me em câmara lenta, assim me pareceu e esperei por ela, olhou para mim de alto a baixo, não era muito mais baixa que eu, fazia-me lembrar alguém mas estava tão embasbacado que não conseguia ver a quem.
-Olá – disse-lhe – Sam Heughan moça, muito gosto. Ficou parada por uns segundos a olhar fundo nos meus olhos, até que se focou na minha mão estendida.
- Olá Sam, Alissa Knox. – ficámos com a mão uma na outra, sentindo o calor que delas emanava.
-Hum hum, bem já temos as apresentações feitas - Nina chamou-nos a atenção convidando-nos a sentar novamente – Alissa esta é  Sally a agente de Sam.- Cumprimentaram-se. Sentaram-se uma de cada lado e Nina à nossa frente. – Bem Sam é um prazer para a Life Time teres aceite a nossa proposta. Alissa, a nossa jornalista de serviço, aceitou de bom grado e devo dizer imediatamente, fazer a reportagem sobre ti, não foi querida?
- Hum, sim claro que sim. – ficou meio atrapalhada, dava ideia que não gostou muito.
- Pronto está aqui o contrato, vai ser uma coisa intensiva feita em 4 semanas não mais, como tu pediste Sam.
- Intensiva? Não sei se estou a entender. – cheguei-me para a frente olhando para Nina e Alissa.
- Sim querido, não será um reality show, mas terás de deixar Alissa seguir-te para todo o lado, a toda a hora.
- A toda a hora? Acho que não estou a entender - Sally veio em auxílio de Nina.
- Sam querido, o que Nina quer dizer é que será uma coisa de dia e de noite. – passou a sua mão no meu braço, ela sabia que eu não teria aceitado nada disso. Olhei para Alisa que estava ao meu lado esquerdo.
- De noite, também? – semicerrei os meus olhos e olhei directamente nos seus. Ela estava incomodada.
- Eh! Parece que sim, Sam peço desculpas mas Nina acha que deve ser assim, não aceitei muito bem no início, mas…  também não vejo mal se queremos dar-te a conhecer …  mas podes recusar, se assim o entenderes. – não desviou os olhos dos meus, por um momento senti pena dela estava realmente constrangida e queria que eu recusasse.
- Não. Tudo bem – a sério que eu disse isso? – Tudo bem, o meu apartamento tem mais de dois quartos.  Vais ficar comigo, é isso? – sorri-lhe, mas ela não.
- Bem… sim parece que é isso. Podemos iniciar amanhã, quanto mais depressa começarmos, mais depressa acabamos – tinha os lábios fechados num risco.
- Parece-me que não é do teu agrado Alissa. – disse-lhe – se tens outra proposta sou todo ouvidos, a sério.
- Bem ela não tem. – reforçou Nina. – vai ser assim desde que tu aceites. – olhei novamente para Alissa que estava com os olhos pregados no chão.
-Aceito. Será assim Nina. – coloquei uma mão no braço de Alissa que olhou para mim  no mesmo instante com aqueles olhos lindos– não te preocupes vai correr bem. – disse-lhe baixinho e coloquei o meu melhor sorriso. Ela olhou para a minha boca.
E eu pensei “estou tramado “!

Onde está o defeito? Where stories live. Discover now