Arrumações

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ALISSA

Nina tinha sido uma grande cabra, colocou as coisas em cima da mesa no último instante, fazendo-me aceitar como se já soubesse de tudo antes. Não queria fazer ali uma cena, não queria que Sam me interpretasse mal. Ele realmente parecia super simpático. Bem terra a terra. Assim que entrei na sala foi como um murro no estômago, ele estava sentado de copo nos lábios e ao ver-me levantou-se, era alto mesmo para mim que me considerava uma pessoa alta, e não as fotos não enganavam, não tinham nada de fotoshop. Apercebi-me já tarde da jogada de Nina e do complô existente entre ela e a agente de Sam. Uma para tentar encontrar um podre na vida do pobre homem e a outra pela publicidade do seu investimento. O ser humano consegue ser desprezível tudo aquilo me revirava o estômago e nós ali qual bola de ping pong ao serviço daquelas duas megeras, não me valia de nada entrar a pés juntos contra Nina, eu nunca ganhava e notei que Sam sentiu o mesmo em relação à sua agente.


Ficamos combinados de nos encontrarmos mais tarde na sua casa, deu-me um cartão com a morada e despediu-se cordialmente de todas, assim que ele saiu mal olhei para Nina passei pela minha sala agarrei nas coisas que necessitava, blocos, gravador e o meu iPad, não me despedi de ninguém e fui embora para casa precisava arrumar a mala pra iniciar esta aventura surreal. Isto não ia dar certo...

SAM

Saí da sala o mais depressa que pude, percebi claramente que a jogada tinha sido efetuada sem o consentimento de Alissa Knox ou mesmo o meu, Nina jogou com o profissionalismo de Alissa e Sally com a publicidade a gerar com os produtos que queria lançar, como duas cabras egoístas não se importaram com a opinião de cada um de nós, isto não me estava a acontecer, agora teria de viver com uma mulher desconhecida dentro de casa e a seguir todos os meus passos, não era um reality show, mas era qualquer coisa reality, cheguei a casa e fui verificar como estava o quarto de hóspedes o do rés do chão, longe de preferência do meu, que ficava no primeiro andar, adorava a minha casa, era o meu refúgio, ali poderia ser eu, andar nu se tivesse vontade, apenas os amigos mais chegados sabiam onde eu morava, era ali que os recebia, onde por vezes até altas horas da noite ficávamos a jogar, a beber, a conversar, agora teria de ter cuidado durante um mês inteiro com tudo o que dizia ou fazia dentro da minha própria casa. Era para ser um mês de sossego, após o término da temporada da série e o lançamento dos filmes que tinha feito às entrevistas necessárias dadas era para ter este mês de sossego só para mim estava a pensar até ir a casa, até à Escócia, tinha prometido à minha mãe que iria, entretanto tudo arranjado no quarto a casa estava limpa a senhora que cuidava da limpeza ia dia sim dia não dar uma arrumadela às coisas, só teria de esperar pela linda Alissa, amanhã de manhã disse ela, ok então amanhã de manhã iniciaria esta aventura.

ALISSA

Não dormi nada de jeito, sentia-me nervosa como é que que te deixaste enganar desta forma, parva, peguei nas malas, nas chaves do carro e lá fui ter com Sam Heughan. Fechei a porta da minha casa com tristeza adorava estar ali ao fim do dia ver o por do sol bater no mar, ver os surfistas que ficavam ali até ser noite, Malibu era linda. Coloquei a morada no GPS, nem sabia onde ficava aquilo, Lá Canada Way, Shadow Hills, pelo GPS ficava perto das montanhas para o Grand Canyon, que lugar terrível para se morar, porque é que um actor em início de carreira ia escolher uma casa fora de L. A? É perto do Grand Canyon, por deus, que saudades vou sentir da minha praia, uma hora e 2 minutos, o homem fazia isto todos os dias? Porque não comprou ele uma casa como faziam todos os seus colegas de profissão em Hollywood, em carbon beach que agora estava na moda, ou Bel Air, ou mesmo Westwood Village, onde morava Nina e todos os outros famosos, dinheiro seria coisa que não lhe faltava para o fazer, bem tinha de ser, não liguei o rádio para poder ouvir as instruções do GPS, o meu Peter, era como lhe chamava.. - Vamos lá Peter, vamos viver com um actor lindo de morrer que mora nos confins da civilização, durante um mês inteirinho, que deus me ajude!








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