Dói? Sopra Que Depois Passa!

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Acordamos, felizes e despreocupados de momento, deixamo-nos estar sem pensar em nada mais que, não fossemos só nós, não queríamos nada do mundo naquele momento, podiam esquecer-se da jornalista do mal e do actor escocês mais sexy, aqui éramos só Alissa e Sam um homem e uma mulher que queriam apenas ser felizes. Esquece-te mundo!
- Vamos contar a alguém? – perguntei enquanto estava dentro do seu abraço.
- Humm – passava as mãos pelas minhas costas – acho que não devemos, quer dizer, se tu concordares mantínhamos isto em família.
- Isso é fácil, eu não tenho ninguém a quem contar. – apertou-me mais contra si.
-Eu não te disse que te emprestava a minha família? Aí está, pode não ser perfeita mas é a melhor e é tua se me aceitares. Eles adoram-te, vão ficar felizes por nós.
- E o teu mundo, as tuas fãs, os teu colegas, Caitriona? – afastei-me um pouco só para lhe ver a expressão. Olhou para mim.
- Caitriona, sim a ela conto. Por enquanto ficamos assim. Ou importaste que lhe conte?
- Não sei, sinceramente? Sinto um pouquinho de ciúmes, só um pouquinho. – beijei-lhe o queixo, senti a barba incipiente.
- Não tenhas. Caitriona é uma amiga, encontrá-la naquela altura da minha vida, foi o melhor que me aconteceu e a ela também, somos muito amigos fiéis um com o outro, só isso. Ela e Tony têm uma relação antiga, eram amigos de longa data e julgo que se descobriram entretanto, Tony é extremamente boa pessoa, o homem ideal para ela. Como tu és para mim. – olhou novamente para mim e beijou-me – foi muito bom encontrar-te Alissa.
- Também foi muito bom encontrar-te. – ficamos calados por minutos apenas apreciando os gestos no corpo de cada um. – As tuas fãs vão crucificar-te.
- Não, não vão, as boas não vão…  as outras ou os outros que não aceitarem, paciência, como diz Cait, dói? sopra que depois passa – deu uma risada rouca. – Quando ela casou também foi um pandemónio, mas ela não se preocupou, fez a festa dela só com os amigos e a família, não enviou nada para o exterior e é assim que tem de ser, a nossa vida só é de todos se assim entendermos.
-Mas tu expões-te muito – olhei para ele  rindo – tu és uma boca de ovelha, Sam.
- Boca de ovelha? Ora vejam só a mulher que põe a boca no trombone a toda a hora. – dei-lhe uma palmada, e desviei-me um pouco.
- hummm boca no trombone então? OK vais ver o que é pôr a boca no trombone - desci por ele agarrando-lhe as nádegas senti-o contrair-se. – então? – disse-lhe beijando – lhe a barriga, depositando pequenos beijos em toda a área – não me deixas tocar? – antes de chegar ao local ouvi-o dizer.
- ohhhh Alissa, uma sinfonia, toca uma sinfonia…
D. Chrissie estava na saleta dela, de roda de umas esculturas, ela tinha um dom, para tudo o que fosse trabalhos manuais, quando Sam lhe contou ficou muito séria e olhou de um para o outro, até que abriu um sorriso e nos abraçou de lágrimas nos olhos.
- oh bebé, fico feliz, muito feliz. – virou-se para mim – Alissa, sei que não começamos da melhor forma, mas fico muito feliz acredita. – pegou na minha mão.
- Obrigada, Chrissie. – De repente ficou muito séria.
- Mas como vão fazer isso? Alissa deve precisar de documentos, que neste momento não tem acesso. E quem vos vai casar? As igrejas não fazem casamentos neste momento.
-Eu não sou religiosa, não tenho qualquer vontade de me casar por igreja.
-Não? – perguntou Sam
- Não, Sam! Eu sou ateia, não acredito na religião.
- Oh – D.  Chrissie benzeu-se. – desculpa,  farão como entenderem, claro.
-Bem se é assim eu também não tenho reservas em relação a isso, o que interessa é o cartório e isso podemos ir a Glasgow, provavelmente não fará mal. Vamos só os dois e depois comemoramos aqui. Concordas?
- Muito. – notei que D. Chrissie não concordava em nada.
- Bem se é assim pelo menos um bolo, posso fazer um bolo. Não posso? Ou não podes comer bolo? – agora estava a ser sarcástica, aquela mulher era um peso pesado, para uma senhora tão pequena, empregava muita força nas palavras.
- Posso comer bolo sim Chrissie. Mas primeiro temos de ver com o cartório. Podemos ir ver disso hoje Sam?
- Meu Deus que praticidade! – ouvi a senhora exclamar.
-Mãe, quando isto tudo passar fazemos uma festa de arromba, e convidamos amigos e restante família. Fica prometido. Alissa não se vai opor a isso.
- Claro que não, também tenho amigos, que gostaria de ver no dia do meu casamento.
- hum sei.. Claro, não leves a mal mas é o casamento do meu caçula gostaria imenso de o ver fazer as coisas com um pouco mais de  protocolo. – Sam, abraçou a mãe.
-Mãe, a minha vida é um protocolo todos os dias a toda a hora este dias aqui, foram, como com a natureza, um descanso, uma calma para recuperar, não quero saber do protocolo nem de nada que se pareça, quero casar com Alissa, ao pé de ti, de Cirdan, Vicky e Finn, não preciso  de nada mais. Vocês são o que tenho de melhor na minha vida.
-Mas batalhaste tanto para seres reconhecido, se os teus fãs sabem que te casaste, sem o anunciar, vai ser muito mau para ti filho, Alissa deveria entender isso.
- Eu sei disso e já lhe disse isso mesmo. Mas Sam decide. Por mim público ou não, tanto faz desde que ele fique comigo, eu…  nem preciso de casamento, se há tantas imposições e contratempos eu não preciso de casar para querer ficar contigo. – firmei o meu olhar, para que ele visse a verdade nas minhas palavras.
- Eu sei. Eu também não, mas quero, quero muito. E tu já não podes voltar atrás, carta batida não é recolhida. – tive de me rir.
- Sam, acho que essa regra é para a batota.
- É? Não sei, só sei que acho divina essa frase. Hoje vamos a Glasgow, tratar de tudo. Se alguém souber paciência. Eu tenho vida para além da minha profissão, não me vou negar a viver por causa de pessoas que não conheço. E quem me respeita vai respeitar esta nossa decisão, o resto não importa.












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Onde está o defeito? Where stories live. Discover now