Flagrante

63 6 3
                                    

Sam

-Ei, não! – disse-lhe, agarrou-me pelo pescoço empoleirou-se na minha cintura, agarrei-a pelas nádegas, com vontade. Trazia uns calções curtos e uma t-shirt pequena onde se viam os seios empoleirados, por cima da blusa mordisquei os seus mamilos, pareciam pequenos berlindes.
-Ei, sim! – arrebitou-se mais para que eu chegasse com mais facilidade aos seios coloquei ali as minhas mãos e  subi por uma linha imaginária até à sua boca sabia ao creme do bolo  que tinha raspado da tigela. Sentei-a na bancada.
-Estás doce! – disse-lhe lambendo-lhe os lábios.
-Eu sou doce, caso não tenhas reparado. Bem o que vamos fazer depois disto? Há mais desafios?
- Não por enquanto nada. Podíamos passar o dia na cama. – beijava-lhe o pescoço macio, o lóbulo da orelha enquanto ela se ajeitava para me sentir melhor.
- Hummm isso poderia ser considerado um desafio, para pessoas como nós. – subiu a minha blusa acariciando-me as costas, o peito, beijando ela também o meu pescoço, desabotoou-me as calças que ficaram pendidas a meio do rabo.
- Pessoas como nós? Não sei bem se entendi – fiz-lhe uma careta – pessoas que nunca fazem sexo por falta de tempo ou maníacos que não sabem o que é o amor?
-Pessoas responsáveis que trabalham muito e não tempo de passar um dia inteiro na cama a fazer amor. – disse enquanto passava as mãos no meu cabelo numa carícia. Estava ali a beijá-la de calças quase em baixo, mais que preparado para a puxar mais para junto de mim, quando bateram na janela, pulei de susto, ela mais que depressa saiu da bancada e correu a esconder-se enquanto que eu tentava puxar as calças para cima, era Cirdan.
– Meu, que susto - Lá me tentei arranjar e fui até a janela ter com um irmão perdido com rir. – achas que tens muita piada, não??
- Ah Sam, foste apanhado com as calças na mão, aahahahah.
- Muito engraçado e que andas tu a fazer, não era para estares em casa, não me digas que tinhas saudades minhas?
-Macaco, achas? Vim ver a mãe, também a vi pela janela, fica descansado, mas ela porta-se melhor que tu. – não parava de rir com a cara encostada no vidro. Dei-lhe uma bofetada fingida.
- ah…  parvo… sempre o mesmo.. E que viste? Nada!
-Bem, a ti vi-te o rabo, já há uns anos que não o via, continuas bonito mano. – fazia gestos e ria-se desalmadamente. – da moça não vi nada, mas que mal pergunte o que tem uma cama de errado, ainda é o melhor sitio… 
- Se não viesses feito melga era para onde estava a ir, deste cabo do momento. – sussurei-lhe.
-ahm?? Não te ouço, dei cabo do quê?
-Nada, esquece. E em casa como estão? Tudo bem?
- Tudo maninho, agora quando se te acabar o cativeiro quero ver-te e conhecer a beldade, ok?
-  Hum hum, vou pensar no teu caso.
- E olha Sam, amamos-te muito ok? Não ligues a mais nada, a tua família é o que mais importa OK? – Cirdan sempre preocupado comigo, colocou a palma da sua mão na janela, coloquei a minha do lado de cá. E disse-lhe baixinho, fazendo os gestos com a boca.
- Eu sei, obrigada também vos amo muito e não te preocupes, está tudo bem. – sei que ele tinha visto as publicações do tweter, era com isso que estava preocupado, sabia o quanto eu era dedicado aos fans e o quanto tudo aquilo me magoava e magoava também a minha família, aquelas pessoas pensavam que se calhar eu tinha nascido de algum ovo e não se lembravam que tinha mãe, irmão, sobrinho, família que me amava e não me queriam ver magoado. Enviei-lhe um beijo e levei o meu punho ao coração, ele repetiu o gesto e foi-se, deixou-me de lágrimas nos olhos, ele foi sempre o meu apoio, o meu canto, o meu maior amigo, sempre juntos mesmo quando estávamos distantes. Senti um abraço pela cintura e o rosto dela encostado nas minhas costas.
- Desculpa ter fugido.! Mas assustei-me…  - virei-me para ela, e agora tinha mais uma pessoa, uma pessoa tão bonita. Beijei-a com emoção. Ela abriu os olhos e viu as lágrimas nos meus. – Eu sinto muita inveja tua, sabes? – passou a mão no meu rosto e nos meus olhos limpando as lágrimas – dava tudo para sentir o que estás a sentir agora. – beijei-a novamente.
- Ah Alissa, quem sabe um dia não te empresto a minha família, hum…  quem sabe…  e então queres continuar onde parámos?
-Sempre, fazer amor contigo é o mais aproximado que tenho desse teu sentimento.. E não me importo de me perder nele. – pegou-me na mão, levou-me para o quarto fechou a porta com o pé lançou-me para cima da cama e perdemo-nos os dois no corpo um do outro.
O resto dos dias foram passados assim cama, mesa, mesa, cama, na 10ª noite perguntei-lhe:
- Quantas temporadas viste de Outlander?
- Completas,? Vi duas, não tive tempo de ver mais.
- Queres ver mais alguns episódios? Hoje está-me a apetecer. Fazemos pipocas, vamos improvisar uma sala de cinema, queres?
-ok bom programa, pode ser. – ajeitamos a sala com almofadas no chão perto da lareira, umas mantas, viramos a televisão para a nossa frente e coloquei o DVD da terceira temporada:
-Só faltam as pipocas, vou fazer. Espera aqui quando começar a música pára, já volto!
Passado uns minutos voltei com uma tigela de pipocas salgadas e duas cervejas.
- ok, bora lá, vamos a isto.
E num silêncio sepulcral, assisti às primeiras emoções de Jaimie deitado no campo de batalha de Culloden.
-oh Sam, magistral. – agarrei-me a ela dava-me sempre arrepios de cada vez que via estas imagens, como se realmente fosse verdade, de cada vez que se falava em Culloden o meu sangue falava comigo e deixava-me sempre melancólico.
-Diana, ela nunca consegue falar de Culloden sem chorar, também fico muito sentimental com essa parte da minha história, da história da Escócia, não foi preciso muito para demonstrar o que poderia aquele homem ter sentido, desejou tanto a morte e não a conseguiu vencer.
-Muito triste, Sam. – e assim continuamos,  de vez em quando a comentar como eu me tinha sentido a protagonizar esta ou aquela cena. Quando chegamos à parte em que Claire se masturba pensando em Jaimie, disse-me: adoro a Claire.
-É, tadinha está com saudade do Jaimie, vês? – e dei uma gargalhada.
- E desenrascou-se, está é cá das minhas.
-Também te masturbas? – perguntei-lhe dando um gole na cerveja, tinha a garganta seca. Virou-se para mim.
-Porquê? Tu por um acaso nunca o fizeste?
- Fiz, de vez em quando sim, já o fiz!
- Então, não achas que seja normal uma mulher fazê-lo? – estava com um sorriso trocista.
- Claro que acho normal, não disse nada disso. É muito natural. E quando o fazes pensas em alguém? – Abanou a cabeça.
- Não. Penso em mim, na vontade que tenho…  mas não penso em ninguém em especial, e tu?
- Sinceramente? – perguntei-lhe.
- Sim, por favor! – sentou-se nos joelhos olhou-me atentamente.
- Bem de há um tempo para cá penso em ti. – e rimos – olha, toma atenção a este, é no reencontro de Claire  e Jaimie. – sentou-se novamente encostada a mim.
Por um tempo enorme senti-a demasiado sossegada, com os olhos pregados no ecran, quase não lhe sentia a respiração.
-Estás viva? – e puxei-lhe a cabeça para lhe ver os olhos – ou deixaste-te dormir?
- Estou viva e não tenho sono. Estou excitada a um ponto que até me dá vergonha. Acreditas nisto? Sabes que é isto o que tu fazes às mulheres?  vocês puseram tanta realidade na situação que parece tudo verdade,  é por isto, a loucura que te rodeia, elas querem um Jaimie só para elas, ele é realmente o rei dos homens, ótimo tanto para uma conversa, como para uma noite de sexo escaldante, fazes com que as mulheres tenham padrões muito altos.
- Eu!? Não, não sou eu, o Jaimie é de Diana, eu apenas interpreto.
- Ah Sam – e beijou-me – tu não sabes, realmente? Não acredito, olha para ali, olha aquele homem derramando amor para todo o lado só no olhar, apaixonado até ao âmago por aquela mulher e
“ fode-a” tão bem. – torci-me.
- Ele “ama-a “ tão bem! – olhei para ela de sobrolho erguido. – sentou-se escarranchada no meu colo.
- É!... Isso ele também faz muito bem...E se eu te pedisse, davas-me um pouquinho do teu Jaimie? falavas gaelico para mim? chamavas-me de “sassenach”? . – apesar da ternura do momento tive de me rir.
- Tu disseste que não te afectava. – rebolava por cima de mim, estava duro por ela, cheio de tesão.
- Menti! Com quantos dentes tenho na boca, diz... vá lá. – Olhei para ela, já muito sérios os dois, beijei-a com sofreguidão.
-Mo Graidh! Sassenach,!
-  Ah Sam. – e ali no chão da sala nus, com o calor da lareira nas minhas costas deitei-me com ela, provando cada milímetro do seu corpo, entre o sonho de Jaimie e a realidade de Sam, dei-lhe o melhor de cada um, o melhor de mim. E ela delirou!











   









   

Onde está o defeito? Where stories live. Discover now