Se A Amas...

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Ele estava zangado, muito zangado, e com razão. Eu não deveria ter dito aquilo, eu sabia como ele se sentia quando o tratavam como um objecto, como mais um palminho de cara a querer ingressar num mundo de gente inteligente. Eu sabia que isso era o que o magoava mais que tudo e  fui utilizar logo esses termos, ele tinha razão em estar zangado comigo, teria de ser eu a desmanchar aquela burrice, mas não hoje, hoje precisava de mim e ele dele, amanhã com a cabeça mais fresca poderíamos conversar, dormi ali no anexo, senti-lhe a falta fui ao roupeiro e vesti um dos seus pijamas abracei-me nele.

Sam

Como é que esta mulher me leva ao desvario, se é matéria para revista que ela quer, é o que vai ter estava  farto  de  ser sempre o moço bem disposto e correto. Fui à casa de banho da minha mãe e encontrei o que queria. Um sabonete Irlandês, "vamos lá dar assunto às doidas".Tirei a foto em efeito boomerang postei com a seguinte legenda “ smell like @caitrionabalfe". Vai para o stories daqui a 24 horas desaparecia, mas enquanto estivesse faria estrago, Cait não se iria aborrecer, enviei-lhe uma mensagem “estou podre de ciúmes da mulher que tenho aqui, desculpa mas não tenho mais armas, beijos”, recebi de volta em segundos.:
-Sam love, com vinagre não se apanham moscas, queres apostar que vai dar merda? – respondi-lhe :
-Achas? Ainda bem, estou possesso, tira-me do sério!
-Já era hora de alguém o fazer love, tu mereces.
-Mereço? Não sei se estou a entender!
- Entendes sim Sam! É só deixares, se a queres, se a amas, não faças dela palhaço senão, só ficas com um fracasso entre mãos, não arranjes dramas desnecessários. Cuida desse amor Sam. Vá e porta-te bem! Não por mim mas por ti, tira isso. – como sempre Cait tinha razão, abri o Instagram e já havia notificações para todos os gostos, o melhor seria mesmo retirar aquilo… mas ainda não.

Alissa

Não conseguia dormir, peguei no telemóvel estava só a apitar, tinha notificações no insta, Sam postou uma storie de um sabonete dizendo que cheirava a copartner. Estúpido, então que ficasse com a  copartner, amanhã mesmo iria para  um hotel em Glasgow, acabava com isto de uma vez por todas. Se era assim que queria fazia-lhe a vontade, cretino!
Não viu a dor que eu estava a sentir, não entendeu que ele tem uma família inteira e eu só tinha Nina, insensível. Deixei-me dormir, desta vez com o pensamento que me iria embora de vez logo pela manhã. Deixo tudo aqui a minha pesquisa as fotos.. Não quero saber de reportagem nenhuma, quem é que ele pensa que eu sou? Uma gaiata? Parecia um miúdo a fazer ciúmes à namorada, - é um bebezão! - Mais tarde voltei-me na cama e senti algo muito quente ao meu lado, liguei a luz do candeeiro :
- Que raio pensas tu que estás a fazer, aqui? - Sam dormia ao meu lado na ponta da cama. Acordou sobressaltado.
- Ah que susto mulher, queres que morra de ataque cardíaco? – sentou-se rapidamente a passar a mão pelo rosto.
- Se não morreres de ataque cardíaco, morres com certeza de uma pancada na cabeça, com um candeeiro – peguei no objecto citado e fiz menção de lhe bater na cabeça com ele.
- Credo, violência? depois de termos tido momentos tão amorosos, não acredito que fosses capaz.
-Queres experimentar? Sai desta cama imediatamente! Não tens nenhuma irlandesa que te aqueça? Sai!
-Não!
-Não? – tornei a levantar o candeeiro, mas ele foi mais rápido fez pressão no meu pulso, para que eu largasse o objecto, o que aconteceu.
-Ouve-me por favor! – deitou-se em cima de mim. Escuta!
- Como tu me escutas-te a mim? – gritei-lhe – larga-me, deixa-me! – ele não largou e quanto mais eu me remexia por debaixo dele tentando em vão sair dali, mais o sentia excitado. – Sam, estás a assustar-me! – dito e feito, levantou-se num ápice, deixando-me pregada no colchão.
- Desculpa! Alissa, perdão por favor. Não podemos ficar assim, eu já retirei o post, foi uma criancice, desculpa, nada., nem ninguém cheira como tu, só tu para sempre. E de tarde quando soubeste de Nina eu estava contigo, eu estava ao teu lado, tu é que me afastaste, disseste que eu não era nada para ti, desmentiste-me dizendo que eu não ouvi o que ouvi ontem a noite. Por favor, eu quero-te para mim e sei que tu também me queres, eu sei! – disse enfatizando, devido ao trejeito que fiz. – escusas de te franzir, eu sei que me amas, mas como eu, tens medo do que possamos vir a fazer ou a não fazer quando sairmos daqui, também penso nisso, também me ponho a pensar e não sei em que hora do dia vou poder estar contigo. Também penso, em tudo o que gira à minha volta e em que lugar tu te posicionas. Mas sei que vou fazer tudo por tudo para estar contigo, para te ter, porque és a pessoa  mais importante neste mundo para mim, é contigo que quero ficar…  quero casar contigo Alissa, juro que é o que mais quero neste mundo, e se eu não conseguir conciliar tudo… prefiro ficar só contigo. - Eu estava petrificada na cama, só os meus olhos se moviam, conforme os movimentos dele, ele queria casar comigo? – Volta para mim por favor, eu não consigo ficar sem ti, eu não vou ficar sem ti, nem que para isso  leve uma eternidade a fazer-te entender.- Deitou-se novamente ao meu lado, colocou uma madeixa de cabelo detrás da minha orelha, tocou-me ao de leve o que me fez arrepiar de ternura.
- Eu já não estou zangada contigo. – disse-lhe baixinho
- Não? – beijou-me a ponta do nariz
- Não. – beijei-lhe os lábios suavemente – Eu amo-te! Mas eu não sou um biombo de sala, tens de me ouvir quando te peço, e quando eu destravo o meu carro, eu não quero que lutes comigo pelo lugar no pódio, eu quero que me traves para irmos lado a lado.
- Alissa, eu também não sou um biombo de sala. Também não gosto que me digam isso e tu disseste. – agarrei-o pelo pescoço passei a minha perna por cima dele, ele agarrou a minha coxa.
-Perdoa-me! Tens razão, erramos os dois. – beijei-o desta vez mais ardentemente
- E a minha proposta? Queres casar comigo?
- Sim Sam, quero, quero muito!





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