Sintonia

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Sam


- oh deus…  oh deus…  - Alissa não parava de murmurar. Se ela se estava a sentir como eu teriam de ser todos os santos a ajudar, não só o pai de todos. Credo! Isto só aconteceu porque depois do wisky partimos por beber de tudo o que havia dentro de casa.
-Alissa? – toquei-lhe ao de leve na barriga, - Alissa estou com uma ressaca enorme, que horas são, consegues ver? – senti-a girar na cama para chegar ao telemóvel.
- Sam, onde estamos? – abri os olhos devagar, vendo que estávamos no chão.
- No chão. Acho. – sentei-me com dificuldade a cabeça girava num movimento sem fim. – credo partimos a cama?
-Hum? – sentou-se também, olhando à nossa volta, parou a olhar para mim, muito séria, até que começou a rir a gargalhada. – Ah Sam, Sam, meu Deus, se as tuas fãs te vissem agora – ria desalmadamente, tentando chegar com as mãos ao meu cabelo. Ri-me também.
- Bem pois os teus fãs ainda se assustavam mais contigo se te vissem agora, pareces uma bruxa alvoraçada. – parou de rir tentando arranjar o seu cabelo. – Então já não tem piada? – eu continuava a rir, ela apenas sorria.
- ah por eu dizer não quer dizer que tu digas também, fica mal um homem dizer que uma senhora parece uma bruxa, pela manhã . – torceu o nariz. Sentou-se de joelhos virada para mim, estava linda da mesma forma. – que fizemos nós, ontem? Não me lembro de partir a cama. – estava meio encabulada.
- Hum acho que foi depois da minha mãe, ter aparecido aqui. – de repente as imagens passaram por nós como um relâmpago – A MINHA MAE! – ela disse ao mesmo tempo – A TUA MAE! Ai Sam que vergonha! Como a vou encarar agora?
- Bem, não te preocupes, eu falo com ela. Afinal que horas são? – ela levantou-se à procura do telemóvel, saiu do quarto, levantei-me atrás dela, cambaleei um pouco – oh… oh onde vais tu?? – perguntei a mim mesmo, com cuidado fui atrás dela corredor fora, estava tudo de pantanas, roupa espalhada, mantas no chão da sala, garrafas, copos, pratos sujos.
- Divertimo-nos muito ontem à noite, não? – ela estava parada, nua, a olhar para aquela balbúrdia. Ligou o telemóvel.

- SAM! São quase sete horas da noite, nem almoçamos com a tua mãe, oh meu deus que vergonha, o que é que ela vai pensar de mim.
- Céus, ela não deve estar de muito bom humor, bem vamo-nos arranjar pelo menos jantamos, depois temos de vir dar uma arrumadela a isto. Queres tomar duche tu primeiro? – não me parecia boa ideia tomarmos duche juntos, senão só amanhã ao pequeno almoço é que iria ver D. Chrissie, por outro lado vê-la ali nua, tão descontraída, o meu corpo apesar de meio baralhado, não tinha decência nenhuma e se ela me quisesse no duche com ela, iria de boa vontade.
- Eu vou primeiro, obrigada. – ela reparou, mas não aceitou.
-OK! – era melhor assim. Piscou-me o olho e lá foi, aquele rabiosque redondinho  a bambolear, pelo corredor fora, coloquei uma mão no meu pénis, uma deusa…  estava de quatro por ela, levantei os olhos para o tecto, acho que é desta Sam, foi uma noite louca onde nos perdemos, e encontramos, desinibidos, se Alissa era por si só uma mulher fogosa com bebida, era uma sedutora inata, contámos histórias das nossas vidas, falámos dos nossos primeiros amores, até lhe contei da minha queda por Caitriona quando a conheci, ela contou-me das dificuldades que sentiu e do medo de publicar os podres dos homens mais poderosos de Hollywood. Entrosamo-nos tão bem, dançamos ao ritmo de todas as músicas que tinha em casa, foi memorável, ela é memorável, Nunca tive ninguém como ela  e sabia que nunca mais teria, ou teria coragem para ir mais além ou… ou…  nada. Enquanto ela estava no duche apanhei as roupas do chão, levei-as para a máquina da roupa.. Fui ao quarto, a cama já era…  vou-me lembrar desta mulher para o resto da minha vida, mesmo que não fique com ela. Fizemos tudo naquela cama…  ohhhhh, já está.. Vou.. Vou…. E fui andando abri a porta do chuveiro – Ah Alissa, tive de vir, desculpa – abracei-a, beijei-a..- Alissa, não te quero perder.. – dei-lhe de mim, escarranchada na minha cintura aceitou-me devolveu tudo em dobro – Amo-te Alissa, amo-te. – perdemo-nos mais uma vez nas sensações, na pele um do outro, buscávamos no âmago do nosso ser, o ser de cada um. Uma sintonia perfeita!


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