O Erro Mais Bonito

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SAM
Estava super cansado, no aeroporto tivemos de esperar mais de três horas na sala vip para nos virem medir a temperatura, só assim poderíamos entrar em L. A. Estava desejando chegar e ver Alissa em todo este tempo afastado dela  cheguei a sentir-lhe a falta, de uma forma dolorosa. Entrei em casa, cheirava bem, a comida, o meu estômago roncou, entrei na sala e ela ali estava, deitada com um livro no colo, senti uma vontade enorme de lhe fazer um carinho, a boca entreaberta, os lábios cheios rosados pedindo um beijo, os cabelos espalhados pelo sofá, uma sensação de ternura açambarcou-me, recuei e sentei-me no sofá em frente, o que tinha aquela mulher que me levava a pensar que a queria mais que tudo, uma mulher que estava ali para ver se eu tinha defeitos, para me inspecionar mas só me queria fazer protegê-la, queria escondê-la do mundo e ficar com ela só para mim, tapei-a com a manta.
Fui tomar um banho, as coisas estavam lançadas, agora teria de descansar, voltar a casa, ver as montanhas da Escócia ir para lá do fim do mundo, tirar de mim o peso da responsabilidade por um tempo. Enrolei a toalha à minha volta e deitei-me em cima da cama. Adormeci.

Alissa

Acordei de um pulo, como quem sente uma alteração no ar, olhei à minha volta nada de novo a sala estava na penumbra, fui até ao corredor havia luz no quarto de Sam, bati ao de leve na porta que se abriu, espreitei, Sam estava deitado na cama apenas de toalha, entrei devagar como quem entra em busca de luz, sem notar, estava tão sereno, fiquei ali a observá-lo, devagar abriu os olhos desenhando um lindo sorriso no rosto.
-Olá – a voz  como se saísse de um sonho, estendeu a mão dei-lhe a minha, como se fosse a coisa mais natural a ser feita, sentei-me na cama passou a sua mão pelos meus cabelos, acariciando, olhos nos olhos, depois boca na boca senti-me parte dele, tendo a certeza de que poderia não ser este o meu caminho, que havia antes tanta coisa para dizer, para perguntar, tendo a certeza que seria um erro, era com certeza o meu erro mais bonito, deixei-me levar nas asas do desejo, naquela cumplicidade de gestos naqueles silêncios, perdi-me dentro dos seus braços senti o calor das suas mãos a apertarem-me de encontro ao seu corpo, deixar vagar os sentimentos…  esqueci tudo, lembraria depois.
Deitados lado a lado sem nada dizer apenas as respirações alteradas, olhei para ele estava a olhar para mim.
-Não vou pedir desculpas -disse
-Nem eu! – respondi.
-Tive saudades tuas Alissa, senti a tua falta. – agarrou a minha mão que estava estendida ao longo do meu corpo.
-Eu também Sam - entrelaçamos os dedos e adormecemos novamente.









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