Fuck! Fuck!

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Sam

Acordei ainda Alissa dormia, fui até a cozinha bebi um sumo comi um scone que D. Chrissie deixou na noite anterior na portada da janela, o telemóvel de Alissa deu sinal de mensagem, olhei, no ecran aparecia uma notificação de Mickey, que dizia “MPC nada, tudo correto” não conseguia ler o resto da mensagem sem abrir, fiquei tentado a fazê-lo, mas não, não iria entrar por esse caminho, sempre iria ver se Alissa me contaria. Andou a investigar o Mpc com esse Mickey, um rato, nome bem apropriado, isso fazia de Alissa o quê? A ratoeira? E eu? Não valia a pena agora pensar em nada, esperaria para ver, fui para o ginásio, coloquei o telemóvel em posição de fazer um vídeo, depois de uma hora de exercício, apenas postei  uma foto final de mim totalmente exausto deitado no tapete. Iria dar que falar coloquei apenas um comentário “estes exercícios de peso corporal estão a acabar comigo”, e estavam mas tinha de me manter são de cabeça e de corpo e nada melhor que o exercício, fui para o duche passei pelo quarto, Alissa ainda dormia, deixei a água correr pelo corpo primeiro bem quente, para aliviar os músculos e deixei mais morno para o fim, ela entrou na casa de banho, nua vestindo apenas um sorriso nos lábios, deixei-a entrar e enrolar-se em mim.
- Bom dia, outra vez Sr. Heughan – agarrava-me, beijava-me o peito, o pescoço, era difícil continuar com as mãos coladas na parede do chuveiro mas foi assim que continuei, de olhos fechados (olhos que não vêm coração que não sente), senti a sua boca na minha mas não devolvi a atenção, até que ela parou, aí abri os olhos e encarei-a. Estava parada com a água a escorrer-lhe pelo rosto,olhava-me muito séria , a procura de resposta para a minha não colaboração.
-O que foi? Que tens? – perguntou?
-Quem é Mickey, o quer ele saber do MPC? – Reparei que se assustou, ficou branca como a cal da parede. – entalada entre os meus braços, encostou-se à parede.
-Porquê? Como sabes de Mickey?
-Ah! Há alguma coisa para saber? porque não me perguntas diretamente, mandaste o teu rato saber de algum podre sobre o MPC? – Virou o rosto – responde-me Alissa, não gosto de mentiras—bati com a mão com força na parede, a água do chuveiro continuava a atingir-nos aos dois – diz-me – falei calmamente.
-Foi antes de te conhecer, Sam. – olhou diretamente para mim, passou por debaixo dos meu braços e encostou-se na porta de vidro. – Mickey é um amigo que se inscreveu nesse teu grupo, só para saber como funciona, nada demais, ele apenas sabe o que todos os outros que se inscrevem sabem, nada demais, esqueci-me completamente dele, ok? – abriu a porta, saiu, agarrou numa toalha que prendeu ao corpo, fiz o mesmo.
-Não sei como me entalei aqui contigo, sinceramente. – disse-lhe acabei de me vestir em silêncio e fui para a sala, deixando-a só, liguei o PC e tentei entrar em contacto com Valbo. Passados uns minutos o rosto do meu amigo apareceu no ecran.
- Sam, amigo como estás? Ainda em quarentena?
- Ainda Valbo e para estar, pelos vistos. A minha mãe não me quer fora do anexo antes do fim dos 14 dias. Só depois posso passar à casa de família, sabes como é a D. Chrissie não admite que lhe furem as regras da casa. Queria falar contigo um assunto, espera um pouco. – Levei o PC para o outro quarto, fechei a porta à chave.
- Valbo, estou aqui de quarentena com Alissa Knox. –
-Alissa Knox? A jornalista? Que raio andas tu a fazer Sam? como assim estás de quarentena com ela? – estava espantado.
-Calma, uma pergunta de cada vez, bem, começou ainda em L. A há duas semanas mais ou menos, concordei em fazer uma entrevista alongada, quase um reality show, mas em papel, ela segue-me para todo o lado, só não foi ao México, de resto tem andado comigo para todo o lado, quando começou isto do vírus, ficámos presos um ao outro e antes das fronteiras fecharem viemos para a ESCÓCIA, e a minha mãe resolveu encerrar-me com ela dentro do anexo. – ouvi uma gargalhada, Valbo estava a rir desalmadamente.
- Bem não estou a ver melhor forma de passar a quarentena, Sam, só tu para teres uma sorte dessas, essa mulher é um monumento.
-É um monumento carregado de problemas!
- Não! É chata? – Valbo estava claramente a gozar o prato.
- Estás a gostar? Diverte-te? Olha pára, não estou com humor para brincadeiras, só sei que a menina Alissa Knox é uma cabra sem coração, isso é que eu sei, vê bem, colocou alguém aí para descobrir não sei o quê, encontraste algo estranho em alguma nova inscrição de L.A?
-Bem, agora que falas tenho uma tipa de L. A que faz imensas perguntas, diferentes de qualquer pessoa que se inscreve, pergunta imenso sobre as instituições para onde vai o dinheiro, o que se apoia, como?, Será isso?
-Com certeza deve ser, bem não há problema, responde-lhe, só estou aborrecido porque Alissa não me contou, só isso.
- Certo, bem Sam se vais ficar mais 12 dias preso com essa mulher, já estou com pena de ti. A sério olha, vai com calma, não temos nada a esconder, conta-lhe como se processa tudo, pelo menos para ver se passam bem o tempo, pelo que me lembro esse anexo não é muito grande, vai com calma, ok?.
- OK Valbo. Agora não posso fazer mais nada. Vou ter de ficar aqui enfiado com ela.
-Eu sei que queres que eu tenha pena de ti, mas não consigo, ahahhahahaha. – diabo.
-OK, muito engraçado. Adeus! – fiquei ali parado a olhar para o computador, como ia eu conseguir ficar ali como se não fosse nada, como se não tivesse acontecido nada, fuck! estava tudo tão bom.. Liguei o Twitter, Kyle estava a propor um concurso à equipa de Outlander, fazer um bolo, seria engraçado se tivesse ingredientes para o fazer, pelo menos passava o tempo. Fui novamente para a sala, Alissa estava ali de roda do seu telemóvel. Não lhe disse nada fui para a cozinha ver o que havia nos armários, sempre podia telefonar a D. Chrissie para que me trouxesse o que faltava. Liguei-lhe.
-Mãe?
-oh filho, meu coração estás bem? – uma doçura esta mãe, a melhor do mundo.
- Sim, tudo bem não te preocupes.
- E a tua amiga também está bem? não têm febre, nem tosse? O que nos havia de acontecer filho, isto é muito perigoso, está incontrolável. O primeiro ministro é um tolo, o que vale é que há mais gente no mundo com bom senso.
- Sim mãe, olha não vás a lado nenhum também, sabes se Cirdan e a família estão bem? Eles também não devem andar de um lado para o outro.
- Sim filho eles também estão bem, eu não tenho saído já cancelei as minhas exposições, está tudo sob controlo. Posso fazer mais alguma coisa por vocês, querido?
- Bem sim, um colega meu de Outlander propôs um concurso de culinária ao que parece tenho de fazer um bolo, ajudas-me?
- Claro filho, olha que boa ideia, sim o que necessitas?
- Eh, não sei que bolo faça.
-Faz o de ananás, aquele que tu gostavas muito lembras-te, com caramelo em que o ananás fica no fundo da forma e quando se desenforma fica no cimo, tu gostavas muito querido, olha envio-te a receita e coloco as coisas necessárias aí na portada, ok? Já, já, olha que boa ideia filho, sempre te entreténs aí com a tua amiga. Ela é boa companhia? Acho que não a conheço.
- Não mãe, não conheces ela é jornalista.
- Jornalista? Pensei que era alguma actriz tua amiga.
- Ela é minha amiga, não te preocupes estávamos a fazer um trabalho para a revista em que ela trabalha, logo nos calhou esta situação na rifa, mas não te preocupes está tudo bem, e olha logo não necessitas de trazer o jantar, faço uma bolonhesa estive a ver os armários, dá perfeitamente.. Traz as coisas amanhã de manhã, para o bolo, sim?.
-Sim filho, tudo bem. Até amanhã querido.
- Até amanhã... e mãe?
- Sim?
- Adoro-te, fica em casa!
- Sim, amor claro que sim.. Beijinhos.
- Beijos – Deus, eu amava esta mulher. E que fazia eu a esta que tinha aqui comigo? Teria de falar com ela, mas estava difícil.
Fui novamente para a sala, Alissa tinha ligado a televisão, sentei-me ao seu lado a ouvir as notícias da hora sobre o Corona, Itália, Espanha e França eram os países com mais vítimas, os EUA e a Inglaterra ainda estavam em estado de negação, Tom Hanks estava infectado. Bolas. Olhei para Alissa, sem palavras peguei-lhe na mão.
-Estamos lixados! – disse-lhe de  mãos dadas a olharmos para as imagens aterrorizadoras do resto da Europa.
- Fuck! Fuck! – respondeu ela!








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