Capítulo 33

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  Nós caminhamos para a casa de mãos dadas.
  Eu ainda não consigo entender muito bem nossa relação, não posso definir exatamente o que está acontecendo entre nós, mas essa tranquilidade está me deixando feliz.
  Enquanto Ian nos guiava para a casa, que na verdade era uma mansão e eu não tinha reparado antes, fiquei imaginando como seria se nós sempre ficássemos sem brigar, seria agradável passar alguns momentos em companhia de Ian, dos beijos... Ai nunca pensei que beijar fosse tão bom...
- no que está pensando? -perguntou Ian com um largo sorriso nos lábios.
- nada!-respondi constrangida.
  Senti meu rosto arder.
- essa cor combina com você! -disse ele.
  Se fosse possível eu estava ficando mais vermelha e não consegui esconder o sorriso.
  Ian parou em minha frente e me tomou nos braços, sem quere saber se eu também queria, colou a boca na minha, invadindo com sua língua e me tirando o ar. Ele parecia confiante, sabia o que estava fazendo e sabia que eu estava gostando, pois fiz algum som incompreensível que fez ele rir. Minhas pernas estavam bambas e eu senti que podia cair a qualquer segundo. Ian me segurou pela cintura e me puxou mais para perto. Parecia que o espaço entre nós continua sendo um abismo. Agarrei a camisa dele e o trouxe para mais perto. Seus lábios abandonaram minha boca me dando tempo para respirar.
  Meu coração batia tão rápido que pensei que ele fosse sair por minha boca, e se Ian resolvesse me soltar eu ia cair, não sinto minhas pernas, só sinto a respiração pesada dele.
  Ian aproximou os lábios do meu pescoço, ele estava tão perto mas não me tocava, ele só ficou ali respirando em meu pescoço, fazendo um arrepio correr por todo meu corpo, fazendo com que eu estremecesse e inclinasse a cabeça, dando espaço para ele. Seus lábios tocaram suavemente meu pescoço fazendo uma onda quente varrer meu corpo, eu não consigo nem pensar. Ele deixou uma trilha de beijos úmidos do meu ombro até minha orelha, onde sussurrou em meu ouvido:
-você não pode fazer esses sons!-a voz dele era baixa e rouca, me deixando arrepiada.
- que sons?-perguntei confusa.
- esses!-disse ele enquanto mordia minha orelha.
  Soltei uma exclamação rouca de surpresa e prazer, não sei bem o que quer dizer esse som, mas se ele mandou parar, é óbvio que é algo errado.
- Por que?-perguntei confusa.
  Ele se afastou e sorriu mostrando suas covinhas que raramente eram exibidas.
-é melhor você não saber a resposta! -disse ele.
- Fiz algo errado? -perguntei assustada e com o rosto ardendo.
  Ian gargalhou e me olhou nos olhos.
- você não fez nada errado. É o que eu posso fazer de errado que me preocupa!
  Fiquei confusa com a resposta dele, mas decidi que não quero entender. Estou feliz neste momento e não quero estragar isso com uma briga sem sentido.
  Caminhamos para dentro de casa, e logo nos encontramos com Wladimir e Izabel.
  Meu rosto ficou em chamas ao perceber o quanto eu e Ian estávamos próximos.
  Tentei me libertar e me afastar de Ian, mas ele me segurou ao seu lado, colocando uma mão em minha cintura.
  Meu coração acelerou. Cada toque de Ian me trazia uma onda de pânico, prazer e felicidade que chegava a me assustar, nunca percebi o quanto eu ansiava pelo toque quente e suave de seus lábios e suas mãos fortes em meu corpo.
  Corei novamente, enquanto Ian parecia relaxado na presença de seus avós.
- acho que já se entenderam! -disse Wladimir.
  Eu não sabia onde esconder meu rosto de tanta vergonha.
- Ian querido, que bom que chegou! -disse Izabel.
  Ian caminhou até sua avó, abraçou-a e pediu a bênção dela, fazendo o mesmo com seu avô.
  Olhando assim, posso dizer que Ian é um neto amoroso, assim como filho dedicado e sempre o vi como o irmão mais velho zeloso, pois apesar dele ser mais novo que Dorian, ele demonstra muito mais sabedoria do que seu irmão mais velho.
  Depois de todos sentados e servidos de uma xícara de chá, Izabel finalmente falou:
- então, como está a relação de vocês?
  Fiquei vermelha sem saber o  que responder.
  Ian por sua vez muito tranquilamente, cruzou as pernas e me olhou sorrindo, depois se dirigindo a sua avó ele falou:
-estamos nos entendendo!
  Izabel riu.
- espero que não fique irritada Helena, mas eu sabia que vocês precisavam conversar, longe daqueles loucos. Mandei uma carta para Ian assim que você foi para cama... - contou Izabel.
- não, tudo bem... - respondi.
- como estão as coisas em sua casa Ian? Acredito que seu pai não esteja feliz com essa situação. - disse Wladimir.
  Era uma ótima pergunta, eu também queria saber a resposta, mas o medo me tomou.
  Ian suspirou derrotado, depois passou a mão no cabelo.
- Meu pai está furioso! Depois que todos se encontraram em casa eu contei o que houve... Minha mãe desmaiou de preocupação...
  Coloquei as mãos na boca. Eu não queria causar nenhum transtorno a Virgínia.
  Vendo meu pânico, Ian disse:
-ela está bem, não se preocupem...
- tem certeza? Virgínia é tão frágil! -disse Izabel.
- não se preocupe vovó, ela está bem...
  A expressão de Ian ficou sombria enquanto ele se preparava para terminar a história. Ele me olhou com um tanto de frieza quando disse:
-Dorian ficou bastante irritado comigo... - Ian inconscientemente massageou o queixo me fazendo deduzir que Dorian tinha o agredido. - Então Dorian simplesmente pegou um cavalo e saiu a sua procura Helena. Não vi ele retornar.
  Ele ficou em silêncio depois sorriu.
- Pietra como é de se esperar, fez um tremendo escândalo. Disse que você só queria chamar atenção e desejou que um coiote te devorasse no caminho...
- e seu pai?-perguntou Wladimir.
  Ian demorou a responder.
- digamos que ele não gostou da minha atitude e muito menos da de Helena. Em outras palavras ele me mandou controlar Helena, ou haverá consequências. Para ambos! -disse ele olhando para mim.
- tem certeza que foi só isso?-perguntou Izabel desconfiada.
- claro!-disse Ian apreensivo.
- Ian, venha comigo! -disse Izabel.
  Sem questionar, Ian acompanhou Izabel por um longo corredor, onde desapareceram.
  Minutos depois Ian voltou sozinho, com uma expressão estranha de raiva e mágoa.
- onde está Izabel? -perguntou Wladimir.
- foi se deitar um pouco. Ela disse que quer ver o Senhor! -disse Ian.
  Wladimir com uma expressão séria caminhou em silêncio até o corredor onde desapareceu.
- o que aconteceu Ian?-perguntei desconfiada.
- nada.
- Ian... Achei que tínhamos uma coisa...
- uma coisa? -perguntou ele rindo.
- estou falando sério! -briguei.
- não aconteceu nada Helena. Minha avó apenas não concorda com algumas atitudes de meu pai... - disse Ian sombrio.

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