Capítulo 57

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- não é possível! -falei me lembrando.
  Virei-me imediatamente para ver o dono da voz.
  Ian me observava com um sorriso atrevido e um brilho diferente no olhar.
   Sua feição estava mais leve que de costume e seu sorriso era sincero. Seus olhos azuis profundos me observavam com muita curiosidade, e seus lábios estavam repuxados tentando conter o sorriso.
  Se é que é possível, ele está ainda mais lindo do que quando viajou e não só aparentemente, mas sua aura estava diferente.
  Dei um passo impensado em sua direção, mas me contive a tempo, ou me jogaria nos braços dele na frente de todos.
- Olá! -disse ele com as mãos nos bolsos.
- Ah era você! -falei indignada.
- do que está falando? -perguntou ele sorrindo.
- era você esse tempo todo!-acusei ele.
- Helena, seja mais específica! -disse ele cruzando os braços.
- era você no baile de máscaras. Você era o garoto dos bombons!falei irritada.
  Ele inclinou a cabeça e sorriu se entregando.
- do que está rindo?-perguntei cruzando os braços. - Não tem graça!
- nada...
- Ian!- irritei-me.
- desculpe Helena, mas não tenho culpa! Eu confesso que esperava mais de você! -disse ele indiferente.
- do que está falando? -perguntei confusa.
  Ian tem esse efeito em mim, me deixa furiosa, confusa e admirada ao mesmo tempo.
- você se julga tão inteligente e não foi capaz de descobrir quem eu era, mesmo depois depois todas as pistas...
- Pistas?-perguntei sem entender.
- a caixa de bombons Helena! -disse ele como se fosse óbvio.
- eu não...
- eu sinceramente pensei que você soubesse desde o início, você é inteligente de mais para certas coisas, mas para outras nem tanto! -disse ele dando de ombros.
  Eu só queria morrer nesse momento. Como pude ser tão cega, era tão óbvio. Ele era o aniversariante, o dono da festa, o garoto dos olhos azuis que me encantou desde o primeiro momento.
- quando você descobriu? -perguntei irritada.
- você tem o péssimo hábito de usar perfumes florais...
- o que você tem contra meus perfumes? -perguntei decepcionada e ao mesmo tempo irritada.
- nada Helena, é só modo de dizer. Eu gosto de seu perfume...
  Fiquei vermelha de vergonha.
- você ainda não disse quando foi!
- quando sentou-se ao meu lado durante a refeição no seu primeiro dia aqui. Então lembrei que já havia sentido aquele perfume antes, e depois notei que sua voz também me era familiar... Foi só uma questão de tempo para lembrar de onde te conhecia! - explicou ele como se fosse óbvio.
-por que não me falou? Acha legal me fazer de tola?
-bem, achei que soubesse e ignorava. Depois de um tempo percebi que você realmente não sabia e resolvi esperar mais um pouco, você se jugava tão inteligente, pensei que...
- Ah eu não acredito! Você é tão...
- Helena, por favor, não vamos começar com isso novamente! -disse ele calmamente.
- como é? -perguntei incrédula.
  Definitivamente Ian voltou diferente dessa viagem.
- senti falta de nossas discussões desnecessárias! -disse ele sorrindo.
- Ah que absurdo! Não são desnecessárias, elas são muito necessárias, e não são discussões apenas opiniões contrárias e você nunca admite estar errado! -acusei.
- errado? Helena, você quem nunca admite estar errada e ainda quer resolver tudo com violência.
- você que é um mal educado. Se não me desse motivos...
- tudo bem Helena. Você venceu! -disse ele suspirando.
  Fiquei surpresa com sua atitude.
- Ah, está tudo bem?-perguntei confusa.
- claro! Por que não estaria? -perguntou ele sem entender.
- você voltou diferente. Aconteceu alguma coisa nessa viagem? -perguntei desconfiada.
- na verdade aconteceu! -disse ele dando de ombros.
- o que?
-tive muito tempo para pensar. Foi isso que aconteceu. Pude refletir bastante sobre algumas coisas...
- que tipo de coisas? -perguntei preocupada.
- coisas!-disse ele como se bastasse.
  Fiquei olhando para ele sem entender.
- vem comigo! -disse ele me estendendo a mão.
  Ian me levou até a varanda da casa, onde o vento gélido me fez tremer. O inverno está muito próximo, já posso ver os primeiros sinais...
- Ian, qual o prob...
  Ian me puxou com tanta força que pensei que eu fosse cair, mas meu corpo se chocou contra o seu e o calor irradiou por mim, fazendo minha respiração vacilar.
  Ian olhou bem nos meus olhos e eu olhei os seus em uma troca de palavras silenciosas. Sua mão esquerda segurou firme minha nuca enquanto a direita estava em minha cintura. Então eu segurei seu rosto em minhas mãos. Sua pele era tão perfeita...
  Nenhuma palavra precisou ser dita, Ian apenas me beijou.
  Seus lábios estavam quentes e doces, abri a boca para dar passagem a sua língua que se chocou com a minha e iniciaram uma dança lenta e calorosa. Seus lábios eram vorazes e nosso beijo foi ficando cada vez mais intenso, era uma sensação diferente das anteriores, parecia que finalmente estávamos nos entendendo, era um beijo tórrido e sem pudor. Tudo que eu queria era que ele continuasse.
  Sua mão passeava entre minha cintura e minhas costas fazendo arrepios correrem por meu corpo.
   Sem qualquer aviso, Ian me prendeu contra a parede e abandonou meu lábios para beijar meu pescoço de maneira lenta e sem pudor.
- Ah! -soltei uma exclamação de prazer.
  A cada vez que Ian me beijava, era uma sensação diferente, nunca é a mesma coisa, é uma sensação que fica cada vez mais intensa e incontrolável.
  Eu não estava raciocinando direito, minhas pernas estavam trêmulas e meu corpo estava pedindo por mais, parecia que quanto mais ele me tocava, mais eu precisava de seu toque, de seus beijos, de seu corpo junto ao meu...
  Ian continuava a beijar meu pescoço lentamente e vez ou outra ele fazia sua barba arranhar minha pele causando sensações completamente desconhecidas.
- senti sua falta! -sussurrou ele em meu ouvido.
  Sua voz rouca me deixou sem fôlego. Eu também senti falta dele, do seu perfume, da sua boca, dos seus olhos, de suas mãos... Só não consegui verbalizar esse sentimento, pois eu estava em um estado de topor.
- Ian... Por favor! -sussurrei confusa de mais para formular uma frase coerente.
  Ele arrastou os lábios até minha boca mordendo meu labio inferior.
-quer que eu pare? - sussurrou ele.
-não! -respondi imediatamente.
  Agarrei a gola de sua camisa e o puxei para mim, dando-lhe o beijo mais profundo e apaixonado que pude, sem pressa, sem pudor, apenas demonstrando por meio desse beijo o quanto eu o amo e esperando que ele também me amasse algum dia.
- Helena, eu... - ele começou a falar.
- MINHA NOSSA!- uma voz muito alta nos assustou.
  Ian se afastou imediatamente de mim, e ambos ficamos observando sem jeito aquela figura tomar forma.
  Eu estava tão constrangida que demorei a perceber de quem se tratava.
- Ah vovó! -disse Ian suspirando aliviado.
- Izabel! -falei sem graça.
- na minha época isso seria um escândalo. Mas hoje em dia isso é tão...
  Ela pensou um pouco, provavelmente procurando a palavra certa.
- comum? -arriscou Ian.
- é, comum serve. Afinal são noivos! - disse ela sorrindo.
  O silêncio que se formou foi constrangedor.
- vim apenas tomar um ar. Sinto muito ter atrapalhado o casal, confesso que esperava encontrar vocês brigando, mas ver isso só me deu mais calor! -disse Izabel se abanando com um leque.
- Vovó! -repreendeu Ian.
- Ora garoto, eu estou velha e não morta!-disse ela irritada.
  Suas palavras me fizeram rir.
-que isso vó! -disse Ian constrangido.
- Ah menino, vê se toma cuidado! Já pensou em uma gravidez antes do casamento? Seria um escândalo. Contenha-se. Você também Helena. Se bem que se fosse eu com um homem desse...
- Vovó! Estávamos só nos beijando...-disse Ian envergonhado.
- Ah sei... Só beijando. Se eu não tivesse chegado outra pessoa teria e não acreditaria que era só um beijo.
  O silêncio tomou conta novamente.
  Izabel virou as costas e ia voltando para dentro, mas antes de ir disse:
-terminem isso no quarto!
  Sem mais ela desapareceu, deixando eu e Ian nos encarando de maneira desconfortável.
  Menos de um minuto depois estávamos os dois rindo feito idiotas.
  Quando a crise de riso passou, eu ainda estava sem graça, mas Ian parecia não se incomodar e me ofereceu o braço para que voltassemos para a festa.
- quando você chegou? -iniciei uma conversa civilizada.
- hoje mesmo. Vim diretamente para cá. Estou exausto.
- fez boa viajem?
-sim, mas é sempre bom retornar...
  Ficamos em silêncio por alguns minutos, a conversa no salão era cada vez mais alta, principalmente agora que todos haviam bebido em excesso.
  Ian se curvou e falou em meu ouvido:
- Você está linda!
  Sem reação só pude sorrir e corar feito uma boba apaixonada.

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Ahhhh que lindo 😍😍❤❤. Amoo esse casal 😍❤💏🙈

Amores vim na cidade hoje e postei dois capítulos super especiais. Espero que gostem!

Casamento Arranjado [Completo]On viuen les histories. Descobreix ara