capítulo 2

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Cadu narrando

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Cadu narrando.

O banho de sol as dez da manhã é a única coisa boa nesse inferno. Mas eu já devia ter me acostumado, já é a terceira vez aqui. Sempre saio rápido, mas dessa vez demorou quase um ano.

Jiboia: Sai hoje?

Cadu: Amanhã cedo—acendo um cigarro.— e tu?

Jiboia: Tamo armando uma fuga ae, tá ligado? Não tenho esses cano não que tu tem, então tenho que dar um jeito por aqui mesmo.

Cadu: Tendeu—afirmo.— fuga das galinhas é?

Ele ri e bate no meu ombro.

Mirval: Qual é, Vidote? Tá tirando, porra?

Dou um último trago no cigarro e jogo no chão, em seguida piso em cima e o encaro.

Cadu: Qual é o problema agora, irmão?

Mirval: Não me chama de irmão que eu não sou irmão de marginal.

Cadu: Ah, tô ligado. Veio fazer um piquenique no presídio então...

Mirval: Tu tá tirão, filho da puta—me empurra e vem pra cima.— tu não sabe com quem tu tá lidando.—fala em tom de ameaça.

Empurro ele de volta, e sem perder tempo, já acerto um murro em seu rosto.

Mirval: Seu porra, vou te matar!

Os presidiários começam a grita e ele vem pra cima de mim, logo estávamos rolando no chão sujo, quando ele não errava o soco eu acertava a cara amassada dele. Fico por cima e começo a soca-lo sem dó, até ele começar cuspir sangue e os policiais chegarem correndo para apartar.

Cadu: Vai tratar com mano errado, porra?! Aqui não tem nada de Mariquinha não, filho da puta. Quer vir pra cima vem, da próxima vez te quebro no meio.—falo enquanto os policiais me puxam.

Mirval: Eu vou matar u cê, seu puto. Eu vou te pegar lá fora, tu vai ver. Tu vai tomar no cu..

Cadu: Ah vai se fuder—me solto dos polícias.—me larga, porra. Tá achando que eu sou baitola pra ficar me alisando.—saio bravo.

Eles murmuram alguma coisa mas eu vou pro outro lado da quadra.

Cadu: Vou sair logo dessa porra—falo nervoso comigo mesmo.— tão achando que eu sou palhaço, vão tudo se fuder caralho.

Dou um soco em umas calhas que estavam ali e logo sento bufando.

O dia passa como uma lesma, a noite vira rápido e as nove da manhã abrem pra mim o portão daquele inferno. A saída, pela terceira vez.

Abro um sorriso grande e coloco a mochila nas costas.

Cadu: —rio olhando pra rua.— Bora aí, porra—bato duas palmas.— tô de volta ae, mundão. 

𝐉𝐔𝐋𝐈𝐀𝐍𝐀Where stories live. Discover now