Eu lhe agradeço por ter cruzado meu caminho, você vem ganhando importância em minha vida, a cada dia que se passa. Eu sou o tipo de pessoa ausente, eu posso até ficar dias sem aparecer, mas estarei aqui sempre que precisar, eu irei enxugar cada lágr...
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Juliana narrando.
Essa tarde o Gustavo quis levar as crianças em um parque de exposição que tinha rodas gigantes, carrinho bate-bate e todos esses brinquedos, então eu vim pro shopping com a Vivi. A gente parou em uma loja de bebês e viu umas roupinhas.
Vivi: E você já decidiu quem vai ser madrinha e padrinho? Eu já sou do Fabinho então não posso ser de novo.
Ju: Então, padrinho é o Pedro. Madrinha eu não sei que que eu vou fazer. Eu tenho um grande carinho pela Carla, mas também gosto muito da Lu, tenho que decidir entre as duas.
Vivi: Acho que a Carlinha é muito mais presente na sua vida. E ela é caidinha pelo Sena, vai que vira né.
Ju: Sena?
Vivi: É, pra não confundir, agora lá na comunidade é assim. Cadu é Vidote, Pedro é Sena.
Ju: —gargalho.— Chega, vamos sair dessa loja, gostei de nada.
Fomos para a praça de alimentação e a Vivi quis comer. Enquanto aguardávamos a senha dela, a neném começou chutar.
Ju: Opa—coloco a mão na barriga.— pera lá, gatinha.
Vivi: Filha de Cadu. Só no gás.
Ju: Não, amiga. Mas ela só chuta assim quando é o Cadu que põe a mão ou ele tá por perto, quando ele conversa sabe, é impressionante. E ta chutando agora.
Vivi: Cadu vai ser um pai todo derretido né.
Ju: —sorrio.— Ele tá todo carinhoso nos últimos dias, daquele jeito dele né meio tosco, mas tá. Falando nele assim, sei lá..—passo a mão na barriga.
Vivi: Que foi?
Ju: Não sei, sabe quando... quando tu sente uma coisa assim..
Vivi: Mau pressentimento?
Ju: É.
Vivi: Com o Cadu?
Ju: Acho que sim.
Vivi: Relaxa. Ele tá bem. Liga aí pra ele pra tu ver.
Tento ligar pra ele umas cinco vezes e nada. Então ligo pro Pedro e o pedro diz que falou com o Jesus agora pouco e que o Cadu saiu da academia já tem mais de duas horas.
Ju: Eu sabia que tinha alguma coisa acontecendo.—falo começando a ficar nervosa.
Vivi: Ju, calma. Às vezes o celular descarregou, o ônibus quebrou, essas coisas acontece. Tu tá grávida e fica com essas paranoia na cabeça mas calma.
Ju: Droga—passo a mão no rosto e respiro fundo.—tem razão.Vou esperar.
Ficamos mais uma horinha no shopping e então fomos pra casa. O dia passou, a noite chegou e eu já me via chorando desesperada por não encontrar o Cadu.
