Meses depois
Juliana narrando.
Pego ela no colo, se esgoelando naquele choro ardido e eu perco a noção das lágrimas no meio do sorriso.
Ju: Meu amor—beijo a mãozinha dela.— você é tão linda.—choro sorrindo.
Ela vai se acalmando e coloca a mãozinha no meu rosto. Eu fico sem ter de onde tirar tantas lágrimas, eu... eu estou muito feliz.
Eles a tiraram de mim e depois de uns quinze minutos eu fui pro quarto.Foi aquela festa com as crianças, o Pedro chorou junto, o Fabinho ficou apaixonado e a Aninha foi carinhosa com a irmã.
Eu não conseguia, eu não conseguia parar de olhar pra ela e agradecer a Deus por ela ter nascido tão linda, tão saudável.
Ela mamou bastante duas vezes e as enfermeiras estão o tempo todo vindo aqui. O médico também já fez a visita, já a levaram pra fazer todos os testes e ela está vem por centro saudável.
Quando tudo se acalmou, a euforia passou, o Fabinho e a Aninha dormiram no sofá e o Pedro saiu para comer alguma coisa, eu tentei afastar os pensamentos sobre o Cadu da minha cabeça. Mas parecia que naquele momento ficava impossível olhar pra ela e não lembrar dele.
Marcela. Ele que escolheu.Ainda não dá pra saber com quem ela parece mais ou menos mas... pensar nele me deixa muito triste, me deixa... arrasada.
O Pedro não se convence. Ele diz que o irmão jamais faria isso comigo e que tem alguma coisa de errada mas não... ele não está desaparecido. Ele posta fotos e fotos e mais fotos na luxúria com aquela vagabunda barata. Eu nunca, nunca vou perdoar ele por isso, e ele não vai chegar perto da minha filha.
Vivi diz que isso é errado porque ele errou comigo e não com a Marcela. Mentira. Ele errou com a minha filha sim. Errou com ela quando abandonou a mãe dela sozinha, grávida, pra ir embora com uma vadia que estragou a nossa vida. Ele errou com a minha filha quando ousou duvidar se ela era realmente filha dele.
A raiva que eu tenho, o ódio, o nojo... isso vai ficar pra sempre e não há o que ele fale que vai me fazer mudar de ideia.
E o dia que ele aparecer, SE ele aparecer, ele não vai chegar nem perto da minha menina.
Ju: A mamãe te ama—beijo a mãozinha dela.— muito muito muito.—sussurro enquanto ela dorme nos meus braços.
Cadu narrando.
Senegal: Tudo preparado, que hoje é dia de fotos.
Cadu: Chega dessa merda. Não vou mais fazer isso.
Ele dá risada e não fala nada.
Senegal: Tá linda nesse vestido, querida.—olha pra Giane que sorri.
Giane: Pode sentar aqui.
Senegal: Não, fique na porta do carro assim—arruma ela.— Cadu, venha, filho.
Cadu: —cruzo os braços.— Não—falo firme.— isso é ridículo. Tá o mundo todo me julgando e dizendo o quanto eu sou o cara mais idiota e babaca, tu tá manchando minha imagem, eu tenho uma mulher, eu tenho filha, que tipo de monstro é você?
Senegal: Cadu...
Cadu: Não, vai se fuder, não vou fazer isso.
Seis pias carregam seus fuzis e apontam pra mim.
Cadu: Vai, atira, filho da puta—olha pra um deles.—mata logo, mata que eu prefiro isso, pior que tá não vai ficar, aqui que é o inferno. Mas se eu morrer eu volto pra te buscar, seu verme do caralho.—olho pro Senegal.
Senegal: Abaixem as armas.
Os moleques teimam.
Senegal: Abaixa essas porra, caralho!—grita firme.
Senegal: Carlos Eduardo. O pai vai falar mais uma vez contigo. Gigi tá te esperando para as fotos.
O afronto e encaro firme.
Cadu: Não vou tirar porra nenhuma de foto.
Senegal: Não vai?
Nego com a cabeça.
Senegal: Então tá. Então não vai.
Relaxo os ombros e ele se levanta da cadeira.
Senegal: Traz meu telefone.
Em dois minutos ele abre o celular e vem até mim, entrega na minha mão com o sorriso mais leve do mundo.
Senegal: Sabe quem é?
Olho pra foto de um neném recém nascido e meu olho arde.
Senegal: Sabe quem é, seu imbecil?—repete bravo.
Cadu: —engulo seco.— Quem?
Senegal: A pequena Marcelinha—sorri.— filha da querida Ju... sua.. sua filhinha também.
Cadu: Nasceu—sussurro olhando pra foto.— nasceu.—deixo uma lágrima escapar.
Ele traz a mesma foto, revelada em tamanho médio.
Tomo a foto da mão dele e fico olhando, é a Juliana em um quarto de hospital com a neném no colo, em uma roupa clarinha, quase branca, meu irmão do lado segurando a Aninha e do outro lado da Ju o Fabinho.
Senegal: Se levantar essa bunda dessa cadeira e ir tirar as fotos com a Giane, essa foto aí é toda sua. Caso continue fazendo mal criação, eu tomo essa foto de você e tu não vê nunca mais. Tá entendendo, caralho?
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𝐉𝐔𝐋𝐈𝐀𝐍𝐀
Teen FictionEu lhe agradeço por ter cruzado meu caminho, você vem ganhando importância em minha vida, a cada dia que se passa. Eu sou o tipo de pessoa ausente, eu posso até ficar dias sem aparecer, mas estarei aqui sempre que precisar, eu irei enxugar cada lágr...