capítulo 55

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Juliana narrando

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Juliana narrando.

Quatro meses depois.

Eu havia me esquecido o quanto começa a pesar a barriga depois do sexto mês.

Hoje eu estava entrando no sétimo mês, passou voando que eu nem percebi mas eu e o Cadu, principalmente o Cadu, estamos aproveitando cada momento. A primeira vez que chutou quem sentiu foi ele e ah! é uma menina.

Nós escolhemos o nome Marcela.

Quanto ao Cadu com o Pedro, eles não conversam muito, na verdade o Cadu não faz nem questão mas eles já se encontraram em churrascos, em festas e até aqui em casa. No chá de bebê eles até tiraram uma foto junto comigo mas é como se fosse dois estranhos que se cumprimentam por educação.

O Pedro também está me ajudando em muita coisa, quando o Cadu está viajando por causa da luta ou não está em casa e eu preciso, o Pedro e o Joca fazem uma escolta pra mim. É engraçado eles tão preocupados mas dou graças a Deus que os tenho também.

Com a ajuda do Cadu, fiz todo o quarto da neném. Ele fez questão de pagar tudo e também colocou varias fotos nossas pelo quarto dela, as fotos que ele gosta e eu não pude opinar (risos).
Sobre a Aninha e o Fabinho, bom, o Fabinho está eufórico. O meu filho é muito carinhoso. Ele vem me abraçar e beijar minha barriga toda hora, conversar com a irmãzinha e ele fala "vou te proteger de todo perigo, Mar.", é ele já achou um apelido.

Agora com a Aninha a história muda. Se tenho 5 fotos com ela que eu estou grávida é muito. Engraçado que ela não foi assim quando eu tive o Fabinho, ela queria estar perto e acompanhar tudo, e agora ela se recusa. É um ciúmes.

Fabinho: Mamãe, que dia é o aniversário da Mar?

Aninha: O dia que ela nascer, seu burro.

Ju: Ê! ó a grosseria com o seu irmão.—repreendo.

Termino de trocar o Fabinho e vou pro quarto.

Cadu: Eu vou ter que ir ali numa boca que tem um cara que tá ali que ele deve pra mim. Aí vou lá receber.—fala saindo do banho.

Ju: A Giane agiganta trabalhando em boca. Ai ai ai em.

Cadu: Passo longe.—ri e me abraça.

Ju: Traz tilápia?

Cadu: Tilápia?

Ju: Uhum, tô com vontade.—falo beijando o rosto dele.

Cadu: Hmmm então eu trago pra nenê não nascer com cara de peixe.

Ju: —gargalho.— Vai então, eu te espero.—dou um selinho nele.

Cadu narrando.

Hoje teve um evento lá na academia mas fiquei pouco tempo. Tentaram fechar acordos sujos comigo e eu estou seriamente pensando em sair dessa academia.

O meu carro estava na mecânica, e eu não vejo problema nenhum em andar de ônibus.
Perto do ponto tinha um senhor vendendo rosas, e eram rosas bonitas.

Sr: Não gostaria de comprar uma pra levar pra namorada?—chega ao meu lado.

Cadu: Não, não. Valeu.—falo distraído mexendo no celular.

Sr: Tem certeza?

Olho pra ele e vejo as rosas que ele segurava.

Cadu: Tudo bem, quanto tá?

Sr: 5 conto cada botão.

Cadu: Quero esse.—escolho.

Tiro cincão da carteira e o pago.

Sr: Ela ficará muito feliz.

Cadu: É—sorrio lembrando da Ju.— ela vai mesmo.

Entro no ônibus e me sento em qualquer lugar. Ouço uns comentários de duas moças atrás de mim.

Xx: Deus me dê a bênção de um homem desse!

Yy: Além de bonito ainda leva flor pra mulher. Meu Deus que sorte dela.

Dou risada comigo mesma e não falo nada, só penso, se elas soubesse a sorte que EU tenho em ter a mulher que eu tenho em casa.

Eu sou totalmente apaixonado pela Juliana. Todo dia eu olho pra ela e tenho cada vez mais certeza de que ela é a minha pessoa, a mulher da minha vida, que eu não trocaria ela por nada nesse mundo e que é a pessoa que está me dando a coisa mais linda dessa vida, o presente mais especial: uma filha.

Eu estou ansioso, ela está entrando no sétimo mês e eu já não vejo a hora de nascer logo.

Eu quero poder dar o melhor tá ligado? Eu queria de verdade sair da academia, mas minha filha vai nascer e a gente precisa de grana. Quero que ela tenha tudo que eu não pude ter, mas vou ensinar a ser sempre humilde e ter compaixão pelos outros. Torço para que ela puxe pra Juliana na calma, na tranquilidade, na paciência pra lidar com as coisas, e que ela ame muito seus irmãos, tudo que menos quero é ver minha filha tendo os problemas que eu tive com o meu irmão.

Vou proteger ela de tudo, mas também vou ensinar como se defender sozinha no mundo que a gente vive hoje.

Interrompo meus pensamentos quando desço do ônibus, e quando atravesso a rua três carros pretos me fecham e atiram para cima.

Xx: Mão pra cima, mão pra cima.—gritam comigo.

Era como se eu pudesse ouvir o barulho destruidor da flor caindo no chão. Ele me acertaram com socos e logo me amarraram para que eu não pudesse reagir.

Eu não estava entendendo nada, não estava entendendo o que eram aqueles homens, aqueles carros pretos importados, aquelas armas, eu só entrei dentro do carro e logo me apagaram.

Eu podia ver tudo, podia ver minha vida passando em um sonho. Podia sentir o arrependimento de não ter me resolvido com o meu irmão enquanto era tempo, podia ver a minha filha crescendo sem mim, a dor da Juliana, a tristeza da minha vó, meus sonhos indo pelo ralo, eu podia ver tudo... e saber que dali eu não iria sair vivo.

É a luta. São os caras da academia. Eu sabia que devia ter parado com isso e saído de lá enquanto era tempo, eu arrisquei a minha vida, arrisquei a vida da minha família.

Em uma hora dessa eu só pedia a Deus para que não acontecesse nada com a Juliana e nem com a minha filha que ainda nem nasceu... e também pra que não machuquem o filho da puta do meu irmão.

Acordo em um galpão escuro, frio e vazio. Me levanto e tento forçar a porta de ferro que obviamente está trancada e a pequena janela tinha grades de ferro.

Cadu: Droga.—dou um chute na porta.

𝐉𝐔𝐋𝐈𝐀𝐍𝐀Where stories live. Discover now