capítulo 51

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Juliana narrando

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Juliana narrando.

Ju: Por favor, dá uma trégua hoje e sem cara feia se não for pedir muito.—falo para Aninha.

Ela apenas rola os olhos e não diz nada.Termino de ajudá-la arrumar o biquíni e o Cadu brinca de areia com o Fabinho.

Fabinho: Mãe, a gente pode ir pro mar?

Ju: Pode, filha vai com ele. Cuida do teu irmão.

Aninha: Tá.

Eles correm pela areia até chegar ao mar e a expressão do Fabinho de "ai que água gelada" fez com que eu e Cadu caíssemos na risada.

Cadu: Tá muito gostosa nesse biquíni.—morde meu ombro.

Ju: Tu achou? ele tá meio apertado.

Cadu: Percebi isso também. Aí de nego que ficar de olho na tua bunda aqui.

Ju: Estamos na praia, meu amor.—dou um beijo nele.

Ju: Mas quero ver alguma aventureira passar por aqui e ficar de graça pro teu lado também. Vai voltar pra casa careca, sem cabelo.

Cadu: É por isso que eu te amo.—acerta um tapa na minha bunda e me beija novamente.

O Cadu fica olhando para as crianças brincando enquanto eu tomo sol.

Cadu: Amor.

Ju: Oi?

Cadu: É legal ter filhos?

Ju: Que pergunta é essa, Cadu?—falo concentrada passando bronzeador.

Cadu: Como é isso de ter filhos?

Termino de passar bronzeador e então me ajeito em uma posição.

Ju: Correria, responsabilidade, preocupação, noites sem dormir, tirar comida da boca pra dar pra eles, passar frio pra deixá-los aquecidos, deixar de se divertir para que eles se divirtam, querer dar mesmo quando não pode, guardar dinheiro suado pro presente de natal, querer desabar mas não poder demonstrar, querer surtar e mandá-los calar a boca para que a gente possa dormir só mais dez minutos mas o correto é levantar, ter que respirar fundo e ter paciência pra birras, passar vergonhas em público como quando eu fui em um casamento e na fila do buffet o Fabinho ver um leitão assado e começar a chorar dizendo que é Bob seu cachorro, entre tantos outros fatos.

Ju: Porém, é sentir o que é amor de verdade, amor que nunca morre, que não passa, é vontade de amar cada dia mais e mais, é um dia na porta da escola eles vão dizer "beijo não mãe, que vergonha na frente de todo mundo!", e iremos pra casa chorando porque é nesse dia que percebemos que eles cresceram.

Ele observa o que digo com atenção e não diz nada.

Ju: Por que essa pergunta?

Cadu: —dá os ombros.— Só quis saber.—diz sem tirar o olho das crianças.

Arrumo meu biquíni e faço um carinho nas costas dele.

Ju: Fala, Cadu. Pode falar. Não custa nada falar.

Ele respira fundo e não diz nada.

Ju: É só falar.—relaxo.

Cadu: Eu entendo que tu já tem dois filhos.

Ju: Uhum.

Cadu: E que eu acabei de te pedir em casamento.

Ju: Uhum.

Cadu: E que tem muita coisa acontecendo na minha vida mas graças a Deus a Giane sumiu e teu ex não enche mais o saco.

Ju: Uhum.

Cadu: E que você ficar falando "uhum" me deixa muito bravo.

Ju: O fato de eu já ter dois filhos, de tu ter me pedido em casamento recentemente e de ter muita coisa acontecendo na tua vida, não anula o fato de eu querer ter um filho teu.—falo numa boa.

Ele vira a cabeça rapidamente e me olha com um sorriso de orelha a orelha.

Cadu: Ideia?

Ju: Uhum.—fecho os olhos.

Sinto ele me dando um beijo no pescoço.

Ju: Ei, meu bronzeador!—reclamo.

Cadu: Tu quer mesmo?

Ju: —rio.— Quero muito. Nunca vou superar o que aconteceu, perdemos nosso filho há 4 meses atrás. Mas nós também não nos cuidamos durante o sexo. Já aconteceu uma vez, pode acontecer de novo.

Cadu: Se já não aconteceu né.—fala baixo.

Ju: Hã?

Cadu: Nada.

Ju: Fala logo, babaca.

Cadu: Tu aí com dor nos peitos e pá...

Ju: Normal—dou os ombros.— e estou no meu período fértil.

Cadu: Demorô. Sexy night com a patroa hoje!

Ju: Besteirento.—dou um tapa nele rindo.

Passamos o dia na praia. Almoçamos e jantamos em um restaurante ali perto mesmo, caro, porém muito gostoso e as crianças se divertiram. Pela primeira vez vi a Aninha e o Cadu se dando bem.

Eles estavam brincando de toc toc, quem é.

Cadu: Agora a melhor em! vamos lá. Bate.

Aninha: Toc toc!

Cadu: Entra!

Ela solta uma gargalhada longa e gostosa.

Aninha: Foi horrível!—fala sem conseguir parar de rir.

Olho pra eles feliz e pego o Fabinho no colo que mexe no meu brinco.

Aninha: Por que a galinha atravessou a rua correndo?

Cadu: Não sei. Porque?

Aninha: Pra chegar do outro lado!—gargalha.

Cadu: —gargalha.— Essa foi pior ainda.

Pedimos um açaí e comemos todos juntos conversando numa boa. Está tudo tão em paz, tão lindo que eu tenho até medo.

𝐉𝐔𝐋𝐈𝐀𝐍𝐀Where stories live. Discover now