capítulo 10

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Narradora

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Narradora.

O Joca chega e tira Juliana do meio da rua.

Joca: Para, para com isso.—fala a arrastando pra dentro de casa.

Ju: Cadê? Cadê ele? Eu vou acabar com ele.—fala começando chorar.

Joca: Eu que vou acabar com ele.

Eles chegam até o quarto e lá estava Cadu quase enforcando Gustavo.

Cadu: Eu só não te mato agora porque tu tem que viver, viver pra pagar tudo o que tu fez com essa mulher aí.

Cadu solta ele que olha pra Juliana com lágrimas de crocodilo. Viviane chega correndo pra consolar a amiga.

Ju: Busca... busca o Fabinho na escola pra mim e a tira as crianças daqui.—fala tremendo dando a chave do carro na mão da amiga.

Vivi: Amiga...

Ju: Tira os meus filhos daqui!—grita chorando.—eles não são obrigados a ver esse vexame, essa... essa humilhação que a mãe deles tá passando por conta do palhaço do pai deles.—treme de nervoso.

Joca: Cê tá maluco, cara... eu vou matar você.—fala controlando a raiva.

Joca começa a gritar nervoso com o ex-cunhado e Juliana senta numa poltrona, abaixa a cabeça e começa chorar.

Em meio aos berros nervosos do primo, Juliana se levanta gritando e ataca Gustavo com murros e tapas, ele se defende segurando os braços dela mas ela parecia uma pantera defendendo seus filhotes de uma cobra. Ela tinha raiva, ódio, decepção, mágoas... todos os sentimentos ruins, sentimento de alguém que se entregou por inteira a um homem e foi.. traída.

Ju: Desgraçado, infeliz, cretino, seu cachorro.—grita chorando e enchendo o traidor de tapas.

Ju: Como...—tosse chorando sem forças.—como você teve coragem de fazer isso comigo?

Cj: Ju, por favor... eu posso te explicar. Não é nada disso que tu tá pensando, cê tem que deixar eu me explicar...

Ju: Se explicar?—fala entre choros.— olha pra mim, Gustavo. Olha bem pra mim.

Ele chora olhando pra ela e Cadu balança a cabeça desaprovando a situação, desaprovando tamanha humilhação de Juliana, quanto a Joca se contia pra não machucar mais o infeliz do que Cadu já tinha machucado.

Joca: Tu traiu a minha prima, seu filho da puta eu vou te matar. Tu trouxe uma mulher pra cama dela...

Cadu: Não —ri.— parabéns pela coragem, porque noção você não tem.

Fabinho: Cadê a minha mãe?—pergunta para Viviane.

Aninha: Ela pegou o papai namorando outra mulher e ficou brava com ele. O tio Cadu tá lá com ela. Eu não gosto muito dele, às vezes parece que ele quer roubar minha mãe do meu papai.

Viviane se espanta com as palavras da menina.

Vivi: Olha, amor, o tio Joca e o Cadu estão lá com a sua mãe. Seu papai fez coisa errada mas tudo vai ficar bem, ok?

Aninha dá os ombros e continua comendo.

Anoiteceu na favela. Em algumas casas se comemorava um aniversário, nascimento de uma criança, o primeiro passinho de um bebê, o pai de família que conseguiu um emprego, ou até mesmo mais um dia sem confronto na comunidade. Mas em uma casa ali, a família que vivia tão feliz e tão unida estava se desmanchando.

Ju: Como você pôde fazer isso comigo, Gustavo?—fala entre soluços.—olha o tanto que eu trabalho, eu não sou nenhuma dessas vadias de quinta não que fica o dia inteiro aí na rua pra cima e pra baixo. Eu trabalho, Gustavo! Eu boto dinheiro nessa mesa todo mês! Eu não deixo faltar nada pra essas crianças.

Ju: Eu acordo seis horas da manhã de segunda a sexta-feira, coloco esses meninos dentro de uma van e só vou ver eles de novo seis horas da tarde. Você tá achando que isso é brincadeira?—chora nervosa.— eu pego no trampo, Gustavo. Eu ralo. Você sabe o que que isso? Não, porque... vai saber se tu tava falando que tava indo trabalhar e não tava indo comer essas vadias desse Morro.

Cj: Pelo amor de Deus a vida inteira eu trabalhei também, nunca deixei faltar nada pra tu e nem pros nossos filhos. Dá pra tirar esses dois daqui porque em k.o de homem e mulher ninguém se mete, quem resolve é os dois.

Cadu: Cê tá tirando né, rapá?

Joca: Eu vou quebrar a tua cara.

Ju: Todo mundo sabia—grita chorando.— todo mundo deve saber na comunidade! Porque que tu não terminou comigo, Gustavo? Porque? Porque você me colocou nesse papel, me expôs ao ridículo da mulher fiel que é chifrada e continua se orgulhando do bosta do marido que tem -grita jogando tudo o que tinha em vista nele.

Ela chora sem parar, sem acreditar que o homem que ela tanto amou tinha pisado e massacrado seus sentimentos.

Ju: A gente ficou oito anos juntos, Gustavo. OITO ANOS! Você acabou com a minha vida. Eu devia não deixar você ver meus filhos nunca mais...

Cj: Os nossos filhos não tem nada a ver com isso. Eu não terminei porque eu te amava, Juliana, eu amo você...

Joca: Pelo amor de Deus...

Ju: Ama? Como é que... como é que você tem coragem de me falar uma coisa dessa? Você trouxe uma biscate pra dentro da minha casa, pra dentro da casa dos teus filhos.—grita chorando.—como você tem coragem de fazer isso comigo? Eu sempre fui fiel a você... olha, olha que vergonha, Gustavo, olha a vergonha que você me fez passar. Como é que eu vou andar na rua com as pessoas me olhando e me chamando de corna, seu cretino?

Cj: Ju por favor me escuta, vamo conversar amor...—fala se aproximando.

Cadu: Não chega perto dela.—entra na frente de Juliana.

Cj: Qual é, filho da puta? A esposa é minha, que que tu tá querendo se meter onde não deve? Quem é você pra tá...

Ju: É o cara que veio ficar comigo e com os teus filhos na noite em que você sumiu! É o homem que foi comigo buscar a tua filha na escola hoje porque você estava ocupado demais transando com outra na minha cama!

Juliana abre o guarda-roupa e vai tirando de lá todas as roupas do ex marido.

Ju: Eu devia proibir as crianças de te ver..—fala nervosa chorando.

Cj: As crianças não tem nada a ver com isso, Ju...

Ju: Não? Tem certeza? As crianças não tiveram nada ver quando o Fabinho ficou chorando no meu colo perguntando onde que o papai estava, e a trouxa, a idiota da mãe deles não sabia o que falar porque você tinha sumido e não tinha nem me avisado pra onde ia. Vai dizer que todas as suas "idas rapidinhas no posto ou no bar" não faziam parte das suas escapadas?

Ju: As crianças não tiveram nada ver naquele dia que a Aninha estava queimando em febre e você não atendia o celular, ficou mais de três horas fora de casa e quando chegou disse que estava "tomando um ar", tomando ar na cama de puta!—grita nervosa enquanto joga as roupas dele em cima do mesmo.

Cj: Ju por favor, deixa eu me explicar...

Ju: Se explicar?—ri nervosa entre lágrimas.— eu não quero nunca mais olhar na tua cara!—o empurra pra fora do quarto com as roupas.

𝐉𝐔𝐋𝐈𝐀𝐍𝐀Where stories live. Discover now