Horas depois|
Cadu narrando.Levaram a gente para o hospital dentro da favela. Tiraram a bala da minha perna e fizeram um curativo. Tinha muita gente ferida, inclusive a Giane que estava toda machucada, mas saiu viva.
Implorou pro Corintiano ter piedade dela.
O Pedro... O Pedro está na UTI. A bala foi no peito. Pelo menos ele está vivo, em coma, mas vivo.
Estava anoitecendo e eu não sabia se queria ir embora ou ficar ali com o meu irmão.
Corintiano: Não há nada que tu possa fazer aqui agora, irmão. Tua mulher e tua filha tá te esperando, carai. A baixinha é linda. Vai pra tua casa.
Afirmo com a cabeça e o abraço.
Cadu: Obrigado por tudo.
Corintiano: É nois pra sempre, rapá.
Um carro me deixa na frente da casa da Juliana. Desço, dou tchau para os caras, agradeço por tudo e fico tomando coragem pra entrar, até que a porta se abre e eu vejo a pessoa mais linda do mundo, a mulher mais sensacional que eu já conheci em toda minha vida.
Ela abre um sorriso gigante e posso ver seus olhos brilhando.
Dou um passo pra frente e ela corre até mim, abre o portão rapidamente e me dá um abraço que quase me derruba no chão.Deito no ombro dela chorando e ouço ela rindo e chorando ao mesmo tempo.
Ju: Meu amor—ri emocionada.— meu... Olho pra ela sem conseguir tirar o sorriso do rosto e ela chora sem parar, ainda sorrindo.
Cadu: Você...
Vou tentar falar alguma coisa mas não consigo, não sai.Ela passa a mão no meu rosto e me dá um selinho demorado, e depois volta me abraçar.
Ju: Eu esperei tanto por você.—diz trêmula.
Cadu: Você...—olho pra ela novamente.— você tá linda.
Ela ri me olhando e com o rosto todo molhado de choro, e então inicia um beijo lento, um beijo do qual eu nunca imaginei sentir tanta falta assim.
Passo a mão na cintura dela e ela logo me abraça novamente.
Ju: Vem—puxa minha mão.— vem, você... você precisa entrar.
Balanço a cabeça positivamente e vou pra dentro da casa com ela.
Fabinho: Dudu!!—grita e vem correndo em minha direção.
Solto da mão da Juliana e pego ele no colo, que me abraça forte.
Fabinho: Eu senti tanta sua falta, você demorou tanto pra voltar. Eu tô tão feliz que você tá de volta, tão feliz!
Ju: Cadê..—vejo os olhos dela marejados.— cadê o Pedro?
Coloco o Fabinho no chão e ele sai pulando chamando a Aninha.
Ju: Cadê o Pedro, Cadu?
Olho pra ela e abaixo a cabeça.
Ju: Cadê o teu irmão?—grita comigo chorando.
Cadu: Ele... levou uma bala no peito.
Ju: Ai meu Deus.—coloca a mão na boca abafando o choro e senta no sofá.
Cadu: Mas ele...—engulo o choro e abaixo até ela.— ele tá bem. Ele tá em coma na UTI, mas está bem, está vivo.
Ju: Ele não pode morrer, Cadu. Ele não... ele não pode morrer.
Cadu: Ele não vai morrer. Ele vai ficar bem. Prometo.—beijo a mão dela.
[...]
Ju: Acho que... tem alguém que você queira ver mais do que todo mundo aqui.—sorri limpando o rosto.
Cadu: Quero—sorrio pra ela.— não sei se tô preparado, eu já tô querendo chorar, tá ligado?—dou risada.
Ju: —ri.— Ela está acordada. Vem.
Ela me dá a mão e eu a sigo até o quarto, o quarto dela, o quarto onde tivemos noites de amor, onde discutimos, onde passamos por muita coisa juntos.
Vejo deitada entre dois travesseiros, só de fralda e uma chupeta na boca, a neném.Foi inevitável as lágrimas não escorrerem quando eu cheguei mais perto.
Ela olha mim e tira a chupeta da boca, em seguida abre um sorriso grande me olhando.
Marcela: Papa—ergue os pezinhos.— papa i.. É como se fosse coisa de outra mundo. Ela olhar pra mim e me chamar de pai, de primeira, sem nunca ter me visto antes.
Abaixo a cabeça e coloco a mão no rosto, e choro sem parar, sem conseguir dizer nada.
Ju: —beija meu rosto.— Tá tudo bem.
Olho pra ela que também não consegue parar de chorar e ela me olha com segurança.
Ju: Nós estávamos te esperando, papai.—fala em tom de sussurro.
Sorrio olhando pra ela e me aproximo da menina, a pego no colo e ela gruda as mãozinha na minha corrente. Ela olha pra Juliana e depois pra mim, então deita a cabeça no meu ombro e abre um sorriso.
Cadu: É o papai, filha.—acaricio as costas dela.— é o papai.—falo emocionado.
A Ju senta ao meu lado e beija meu rosto.
Cadu: Ela é linda—olho pra Ju.— sua cara.
Ju: Ela é—ri e arruma o cabelo da neném.—mas lembra bastante você também.—passa a mão no meu cabelo.
Fico alguns minutos ali, hipnotizado, e depois a Ju pede pra eu tomar um banho.
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𝐉𝐔𝐋𝐈𝐀𝐍𝐀
Teen FictionEu lhe agradeço por ter cruzado meu caminho, você vem ganhando importância em minha vida, a cada dia que se passa. Eu sou o tipo de pessoa ausente, eu posso até ficar dias sem aparecer, mas estarei aqui sempre que precisar, eu irei enxugar cada lágr...