capítulo 67

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Horas depois|Cadu narrando

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Horas depois|
Cadu narrando.

Levaram a gente para o hospital dentro da favela. Tiraram a bala da minha perna e fizeram um curativo. Tinha muita gente ferida, inclusive a Giane que estava toda machucada, mas saiu viva.

Implorou pro Corintiano ter piedade dela.

O Pedro... O Pedro está na UTI. A bala foi no peito. Pelo menos ele está vivo, em coma, mas vivo.

Estava anoitecendo e eu não sabia se queria ir embora ou ficar ali com o meu irmão.

Corintiano: Não há nada que tu possa fazer aqui agora, irmão. Tua mulher e tua filha tá te esperando, carai. A baixinha é linda. Vai pra tua casa.

Afirmo com a cabeça e o abraço.

Cadu: Obrigado por tudo.

Corintiano: É nois pra sempre, rapá.

Um carro me deixa na frente da casa da Juliana. Desço, dou tchau para os caras, agradeço por tudo e fico tomando coragem pra entrar, até que a porta se abre e eu vejo a pessoa mais linda do mundo, a mulher mais sensacional que eu já conheci em toda minha vida.

Ela abre um sorriso gigante e posso ver seus olhos brilhando.

Dou um passo pra frente e ela corre até mim, abre o portão rapidamente e me dá um abraço que quase me derruba no chão.Deito no ombro dela chorando e ouço ela rindo e chorando ao mesmo tempo.

Ju: Meu amor—ri emocionada.— meu... Olho pra ela sem conseguir tirar o sorriso do rosto e ela chora sem parar, ainda sorrindo.

Cadu: Você...

Vou tentar falar alguma coisa mas não consigo, não sai.Ela passa a mão no meu rosto e me dá um selinho demorado, e depois volta me abraçar.

Ju: Eu esperei tanto por você.—diz trêmula.

Cadu: Você...—olho pra ela novamente.— você tá linda.

Ela ri me olhando e com o rosto todo molhado de choro, e então inicia um beijo lento, um beijo do qual eu nunca imaginei sentir tanta falta assim.

Passo a mão na cintura dela e ela logo me abraça novamente.

Ju: Vem—puxa minha mão.— vem, você... você precisa entrar.

Balanço a cabeça positivamente e vou pra dentro da casa com ela.

Fabinho: Dudu!!—grita e vem correndo em minha direção.

Solto da mão da Juliana e pego ele no colo, que me abraça forte.

Fabinho: Eu senti tanta sua falta, você demorou tanto pra voltar. Eu tô tão feliz que você tá de volta, tão feliz!

Ju: Cadê..—vejo os olhos dela marejados.— cadê o Pedro?

Coloco o Fabinho no chão e ele sai pulando chamando a Aninha.

Ju: Cadê o Pedro, Cadu?

Olho pra ela e abaixo a cabeça.

Ju: Cadê o teu irmão?—grita comigo chorando.

Cadu: Ele... levou uma bala no peito.

Ju: Ai meu Deus.—coloca a mão na boca abafando o choro e senta no sofá.

Cadu: Mas ele...—engulo o choro e abaixo até ela.— ele tá bem. Ele tá em coma na UTI, mas está bem, está vivo.

Ju: Ele não pode morrer, Cadu. Ele não... ele não pode morrer.

Cadu: Ele não vai morrer. Ele vai ficar bem. Prometo.—beijo a mão dela.

[...]

Ju: Acho que... tem alguém que você queira ver mais do que todo mundo aqui.—sorri limpando o rosto.

Cadu: Quero—sorrio pra ela.— não sei se tô preparado, eu já tô querendo chorar, tá ligado?—dou risada.

Ju: —ri.— Ela está acordada. Vem.

Ela me dá a mão e eu a sigo até o quarto, o quarto dela, o quarto onde tivemos noites de amor, onde discutimos, onde passamos por muita coisa juntos.

Vejo deitada entre dois travesseiros, só de fralda e uma chupeta na boca, a neném.Foi inevitável as lágrimas não escorrerem quando eu cheguei mais perto.

Ela olha mim e tira a chupeta da boca, em seguida abre um sorriso grande me olhando.

Marcela: Papa—ergue os pezinhos.— papa i.. É como se fosse coisa de outra mundo. Ela olhar pra mim e me chamar de pai, de primeira, sem nunca ter me visto antes.

Abaixo a cabeça e coloco a mão no rosto, e choro sem parar, sem conseguir dizer nada.

Ju: —beija meu rosto.— Tá tudo bem.

Olho pra ela que também não consegue parar de chorar e ela me olha com segurança.

Ju: Nós estávamos te esperando, papai.—fala em tom de sussurro.

Sorrio olhando pra ela e me aproximo da menina, a pego no colo e ela gruda as mãozinha na minha corrente. Ela olha pra Juliana e depois pra mim, então deita a cabeça no meu ombro e abre um sorriso.

Cadu: É o papai, filha.—acaricio as costas dela.— é o papai.—falo emocionado.

A Ju senta ao meu lado e beija meu rosto.

Cadu: Ela é linda—olho pra Ju.— sua cara.

Ju: Ela é—ri e arruma o cabelo da neném.—mas lembra bastante você também.—passa a mão no meu cabelo.

Fico alguns minutos ali, hipnotizado, e depois a Ju pede pra eu tomar um banho.

𝐉𝐔𝐋𝐈𝐀𝐍𝐀Where stories live. Discover now