T h i r t y

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T h i r t y

{Sugestão musical; They don't know about us dos One Direction}

Elaine

Amor é uma palavra bastante simples, afinal são apenas quatro letras e duas silabas. Todavia, o seu significado é bem mais complicado que isso. Camões afirmou um dia que amor é fogo que arde sem se ver, por outro lado, Fernando Pessoa diz que amar é cansar-se de estar só, e Shakespeare, em contrapartida, afirma que amor é na verdade um cativeiro. Não desmentindo nenhuma das citações, eu, Elaine Rochel Gleeson, consigo apenas afirmar que o amor se trata nada mais, nada menos do que uma antítese. O amor faz transbordar o melhor, mas também o pior de cada um. Faz com que o ódio e o amor se entrelacem num só e se acorrentem á pessoa amada, fazendo-nos não só amá-la como odiá-la por a amarmos tanto. O amor é a insanidade e a lucidez, é a loucura e o remédio da mesma. O amor é o bem e o mal de braço dado.

E foi esse amor e esse ódio que senti quando vi Niall sentando contra a parede esquálida, com os seus olhos de um azul imenso fixos nas suas mãos onde uma pequena pedrinha saltitava de uma palma para a outra. O meu coração afundou no meu peito quando vislumbrei os olhos avermelhados e húmidos de Niall, bem como as suas bochechas com várias linhas finas e transparentes que encharcavam o rosado da sua pele.

- Niall. – Sussurrei limpando a garganta de seguida. – Podemos falar?

O ambiente tornou-se pesado quando os seus olhos carregados de sofrimento encararam os meus deixando-me sem respiração. Ele esboçou um sorriso saturado de sarcasmo, e atirou a pequena pedra para bem longe sacudindo as suas mãos em seguida.

- Eu acho que fui claro quando disse que não queria ter mais nada a ver contigo. – Estalou.

- Sim, tu foste. – Mordi o lábio sentindo o meu sangue ebulir. – Mas eu sou estúpida o suficiente para pensar que tu poderias ouvir-me, e quem sabe perceber o meu lado. Eu sou idiota Niall, acho que deveria tatuar isso na testa. – Explodi soluçando no fim da frase quando senti as lágrimas a subir até aos meus olhos.

Suspirei e virei costas, preparada para desaparecer da sua vida. Contudo, uma pequena luz encadeou a minha mente fazendo-me lembrar do que realmente importava aqui. Eu não queria saber se ele iria perdoar-me ou não, o loiro iria ouvir-me a bem ou a mal. Ele iria saber a verdade por de trás de tudo.

- Sabes, quando a Isabella me ameaçou eu não liguei, estava demasiado corajosa nesse dia, talvez fosse as hormonas menstruais, ou a felicidade de saber que não tinhas vergonha de mim e me querias apresentar aos teus amigos. – Funguei virando-me para ele novamente. – Ela foi bem clara quando disse que não me queria perto de ti uma segunda vez, mas dessa vez foi mais expressiva, e bateu-me.

Niall encarou-me de testa franzida parecendo realmente estar atento às minhas palavras. Olhos fixos em mim lábios fechados, demonstrando um postura serena que chegava a ser incomum nele.

- Quando tu gostas de alguém, seja de que maneira for, tu vais querer proteger essa pessoa e foi apenas o que tentei fazer contigo quando me beijaste. Mas, eu não me apercebi que te iria magoar tanto assim, e muito menos me percebi que a dor dentro de mim seria tão forte. – Ri fracamente. – Foi preciso uma aventura louca que envolve fazendeiros imundos e um Harry zangado para perceber o que realmente estava a acontecer.

Niall levantou-se do chão apoiando-se á parede e aproximou-se de mim com a sua testa franzida e os seus lábios entreabertos. Mesmo com o rosto lavado em lágrimas ele continuava a ser atraente.

- Niall, eu não quero ficar longe de ti. – Sussurrei. – Eu não consigo.

O loiro deu um passo em frente ficando a centímetros de mim, sorriu levemente e afagou a minha bochecha com a sua mão fria fazendo-me fechar os olhos com o contacto corporal. Ainda com os meus olhos fechados suspirei quando senti os lábios de Niall no meu pescoço, os seus lábios frios exploravam a pele quente do meu pescoço e não me contive em agarrar levemente os seus cabelos finos por entre os meus dedos quando os arrepios percorreram o meu corpo dos pés á cabeça. Quando abri os olhos novamente, os nossos lábios encontrava-se a milímetros de distância e a minha respiração não poderia estar mais descompensada. Ele prendeu o seu lábio por entre os seus dentes soltando-o lentamente, seguidamente roçou o seu lábio inferior nos meus lábios fazendo-me apertar as pontas do seu casaco, que nem me apercebera que agarrava.

Racism | njhWhere stories live. Discover now