Storm

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Já estou na pior...

No fundo do poço só resta à esperança!

Pois o pior volta à alegria.

Não tenho mais nada a temer.

Shakespeare

Dezoito de novembro de 1888, domingo, (...?) Inglaterra.

Cain resolveu se retirar cedo, Barbie alegou estar dolorida após o tombo na cozinha e foi para seu quarto, Caleb não retornou nem nenhum ser vivo da casa Nonsense se mostrou nesse dia, estou realmente desconfiada de que algo grave está acontecendo enquanto estamos trancados aqui, talvez quando Caleb voltar ele possa me trazer informações de fora e sobre o que eu lhe pedi...

Escuto passos na escada e espero encarar Cain, mas quem vejo descendo é Meredianna, para meu espanto, ela salta os últimos degraus da escada e corre até a porta a abrindo, inclino-me na poltrona e posso ver Caleb de costas, ele parece trazer alguém consigo, me inclino mais e vejo Helena sendo guiada por ele. Algo muito estranho está acontecendo, me levanto antes que Caleb me veja e subo as escadas silenciosamente chegando ao segundo patamar, mas a escada continua a subir, Cain deve estar no sótão, a Casa tem suas manias de me dizer as coisas, continuo subindo até a escada se tornar fina e frágil, empurro a porta do sótão e iço meu corpo para cima, assim que consigo me sentar vejo Cain de costas, ele deve estar pensando, bato o pé contra o soalho para me anunciar e me levanto.

- Helena está lá embaixo com o Caleb. – Sussurro. – E não vi nenhum membro da Nonsense hoje.

- Isso é estranho. – Cain sussurra, acho que mais para ele. – Eu... – Ele pensa um pouco. – Acho que eu tenho um pouco de culpa, talvez Scorpio tenha revelado a Nonsense que nos levou até Helena antes daquele ataque, eles devem querer interrogá-la.

- E Caleb? – Me sento ao seu lado Cain franze as sobrancelhas.

- Talvez ele venha até aqui e traga a Barbie.

Abro a boca para argumentar o porquê de Caleb subir até o sótão ainda mais com a Barbie, mas as batidas na portinha me calam, ela se abre e Caleb sobe depois se inclina e puxa Barbie fechando a porta e vindo até nós.

- A Casa está em reunião. – Ele sussurra se sentando ao meu lado. – Helena disse que eles estão tramando algo e envolve os dois.

- Sempre envolve. – Cain diz ainda encarando o chão e um pensamento cruza minha cabeça.

Antes, quando Cain se refugiava no sótão era para conversar com o espírito de Christopher, pelo que bem me lembro, ele jurou protegê-lo e punir sete vezes quem o atacasse, olho para os lados, mas o sótão parece tão vazio quanto antes.

- Ele estava aqui? – Cain ergue seu rosto.

- "Ele"? – Uma expressão confusa cruza seu rosto.

- Chris... – Murmuro, Cain ri.

- Não, ele se foi há muito tempo. – Ele encara a parede. – Eu só estava conversando com meus... Pensamentos. – Abaixo o olhar.

Jaguadarte.

Cain ergue o rosto e pela primeira vez encara cada um à sua volta, ele parece cansado ou talvez seja só impressão minha.

- Eu tenho algo a lhes contar. – Ele diz pausadamente. – Eu pensei bem depois do ocorrido na última noite. – Ele toca sua garganta. – E cheguei à conclusão que ter outra pessoa em minha mente não é o melhor para nenhum dos lados, por isso, propus um jogo a ele. – Cain para um pouco, como ninguém diz nada ele continua. – Eu vou apostar minha alma, ou o que restou dela, com o Jaguadarte.

From Hell - Saga Maurêveilles - Livro doisWhere stories live. Discover now