{PT} Brianna and John's Things-to-Do List

4. AMIGOS

JOHN

Fazia mais de uma semana desde que Brianna Fraser lhe dera as costas e desaparecera como um furacão ruivo. Ela estava furiosa; o rosto vermelho, o olhar assassino, o maxilar marcado e os punhos cerrados deixavam bem claro o quão bem ela havia recebido a notícia de que ele não poderia conhecer Jocasta Cameron. John também estava furioso, é claro. Aquela era uma oportunidade imensurável e ele teve que deixá-la escapar por entre seus dedos. Ele se odiava por ter deixado sua situação chegar em um nível tão irreversível que ele não podia aceitar a proposta de emprego dos seus sonhos sem sofrer consequências. Estava furioso com Brianna, por ter deixado ele ter esperanças sobre algo que não poderia ter. Odiava Denny por ter aberto seus olhos e feito com que ele percebesse o quão arriscado aquilo era.

— Você não pode aceitar esse emprego — Denny havia dito, quando John voltara para casa naquela tarde depois de encontrar Brianna e conhecer Roger Wakefield. O impacto daquelas palavras fez com que ele erguesse os olhos, estupefato. — Você sabe disso, certo?

— Ela só quer me conhecer e, já que estamos falando sobre isso, por que não? — John perguntara, deixando de lado a fatia de de pizza requentada para encarar o melhor amigo.

— Esse não era o plano, John.

— Que se dane o plano — respondeu ele, indignado. — Essa é a oportunidade que eu estive esperando!

— Eu entendo, eu juro que entendo. Mas o plano era encontrar um patrocinador bom para que você conseguisse construir sua carreira aos poucos e, assim, arrumar um jeito de sair da confusão em que você se enfiou.

John encarou o amigo como se ele tivesse um terceiro olho e um par de chifres.

— Denny, você não está entendendo a dimensão dessa oportunidade.

— Entendo, sim. E é por isso que você não pode aceitar.

— Denzell... — o tom de John mudou, sua voz rouca de irritação.

— John — interrompeu-lhe Denny, sem se deixar intimidar. — Um bom patrocinador conseguiria te levar ao topo com trabalho duro e determinação, te dando tempo o suficiente para você dar um jeito na sua vida — Willie latiu em algum lugar do minúsculo apartamento, mas nenhum deles sequer piscou. — Todo mundo sabe que Jocasta Cameron é dona de uma das maiores galerias de Nova York, você não percebe o perigo dessa reputação?

— Eu tenho certeza de que você vai me explicar — resmungou John, curvando-se para trás no sofá e cruzando os braços, equilibrando o prato com a pizza no joelho.

— Ah, eu vou — Denny se inclinou para frente, apoiando os cotovelos desafiadoramente nos joelhos. — Se seus malditos neurônios necrosados não conseguem entender o risco que trabalhar com alguém tão famosa como ela trás, eu faço questão de explicar de uma forma que até mesmo você consiga entender.

Desgraçadinho, pensara John.

— Se Jocasta-dona-de-Nova-York-Cameron te oferecer um emprego, as pessoas vão aprender o seu nome e, enquanto isso possa parecer tentador e exatamente tudo o que você sempre sonhou, nós precisamos lembrar que existem coisas sobre você que devem se manter enterradas — se Denny viu os ombros de John ficarem tensos, ele ignorou. — Você pode ser deportado, John. Eu sou obrigado a admitir que a perspectiva de ter esse apartamento todo só pra mim soa bastante tentadora, mas você é meu melhor amigo, droga.

— Pode ser que ninguém descubra — murmurou John, sem acreditar no seu próprio argumento. Nada ficava escondido por muito tempo quando você estava na mídia.