11. ISSO NÃO É UM ENCONTRO

152 10 258
                                    

BRIANNA


Bree estava feliz. É claro que estava. Terminar com Roger e rever seu irmão no mesmo dia? Era como se o universo finalmente estivesse recompensando todo o seu sofrimento com um dia inteiro de glória!

Ela ficou tão feliz por ver Fergus que a memória do que havia acontecido mais cedo naquele dia se esvaiu quase que completamente. Não era como se Brianna precisasse de tempo para "superar" seu término com Roger – inferno, até onde ela se importava com aquilo, ela praticamente poderia dançar de alegria pelas ruas ao som de ABBA como se estivesse em um dos filmes de Mamma Mia. No entanto, ela achou que se livrar dele seria mais fácil do que realmente foi, ou pelo menos pensou que Roger teria o mínimo de decência em parecer envergonhado por ser um traidor filho da puta. É claro que ele teve que deixar tudo mais dramático do que realmente era, mas agora ela só estava feliz porque nunca mais teria que vê-lo novamente. Além disso, Fergus estava ali.

Porém, ela havia esquecido como seu irmão conseguia ser inconveniente quando queria.

— Então, o que vocês estavam fazendo juntos? — Fergus perguntou, como quem não quer nada, após deixar suas malas e a case do seu violão no canto da sala para ir fuçar a geladeira. Que bom que ele já estava ficando à vontade, Brianna pensou.

— Fui terminar com o Roger — ela respondeu, do sofá, onde estava sentada ao lado de John. Fergus se virou para ela, com os olhos arregalados e um grande sorriso no rosto — Ele estava me traindo. Com a garota com quem John estava, na verdade.

O sorriso de Fergus desapareceu.

— Eu não estava com ela — John murmurou.

— Ele estava traindo você? — Fergus rosnou — Quel salaud! Ce imbécile, fils de pute...

Brianna se segurou para não rir. Ali estava tudo o que ela sabia de francês: cumprimentos básicos e palavrões. De alguma forma, xingar em outro idioma não evocava a imagem das freiras furiosas de sua escola em sua mente, e Fergus era um ótimo professor, diga-se de passagem.

— Está tudo bem, Fergus — ela suspirou — Quer dizer, alguns males vêm para o bem — repetiu a mesma coisa que havia dito para John mais cedo e deu um sorrisinho. Céus, ninguém nunca havia se sentindo tão ridiculamente feliz com um término quanto ela estava se sentindo naquele momento.

— Posso perguntar uma coisa? — foi a vez de John falar. Bree se virou para ele, com o cenho franzido. John não era do tipo que perguntava "se poderia perguntar" alguma coisa. Ele simplesmente dizia o que queria e ponto. — Por que você aguentou ele por tanto tempo?

Bree teve que conter o impulso de responder aquela pergunta com por que você aguentou ficar até hoje sem me perguntar isso?, porque com certeza John já sabia que ela não amava Roger – aliás, que ela nem sequer gostava dele – desde o dia em que ela admitira em voz alta, quando ele estava lendo a sua lista. Fergus abriu a boca antes que ela tivesse a chance:

— Por causa da nossa mãe — respondeu, fazendo um sanduíche com os ingredientes que havia encontrado dentro da geladeira — Bree sempre se sentiu pressionada a ter um relacionamento perfeito por causa dos nossos pais. Você provavelmente não vai entender isso cem por cento, mas se os conhecesse, saberia o que eu quero dizer.

— John acha Pa e Mamãe muito atraentes — Brianna contou.

— Ai, meu Deus, você vai se esquecer disso algum dia? — John perguntou entredentes, com o rosto vermelho.

— Provavelmente não — respondeu ela, dando um tapinha amigável no braço dele.

— Espere, eu não estou entendendo uma coisa — John voltou com a expressão pensativa — Você já deveria saber que o que você e o Wakefield tinha não era nada parecido com o que seus pais têm... bem, vou acreditar no que vocês dizem, já que eu nunca os conheci. Então, o que sua mãe tem a ver com isso?

{PT} Brianna and John's Things-to-Do ListWhere stories live. Discover now