27. FINS E COMEÇOS

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BRIANNA


— Estou muito feliz por você estar aqui comigo, minha querida — Jocasta falou. Brianna abriu um dos olhos para olhar para a tia, acostumando-se com a luz quente do ambiente depois de ter ficado com os olhos fechados por tantos minutos.

Tia Jo havia a convidado para um dia de spa num hotel de luxo no coração de Tribeca. O ano novo havia começado com um dos invernos mais rigorosos das últimas décadas, mas o estabelecimento havia sido completamente projetado e decorado para que os clientes sentissem como se estivessem em um resort na Tailândia – a impressão se dava não somente pela temperatura muito mais alta do que no lado de fora, mas também pelo uso de luzes amarelas e madeira na decoração. Na sala de massagem onde Brianna e a tia avó estavam, um sistema de som tocava uma música relaxante de flautas e instrumentos de corda com sons da natureza. Todas as paredes eram brancas, exceto a de vidro que dava vista para um jardim artificial – que parecia bastante real – onde uma fonte jorrava entre rochas escuras.

Assim como Brianna, Jocasta estava deitada de bruços com uma toalha cobrindo a parte debaixo do corpo enquanto uma das massagistas trabalhava na parte de cima. Brianna de fato podia sentir os nós de tensão em seus ombros e sua coluna se desfazendo sob as mãos da mulher – ela quase podia chorar de alívio depois de todos os momentos recentes de estresse acumulados, mesmo que soubesse que um dia de spa não resolveria os problemas que a aguardavam na vida real lá fora.

— Bem, eu seria estúpida se não aceitasse o seu suborno — ela respondeu com um sorriso brincalhão.

Ainda havia uma parte de Brianna que estava magoada com Jocasta por toda a sujeira na qual ela havia se envolvido com Bonnet e por ela ter descoberto o segredo de John através de Ulysses, que havia descaradamente espiado os dois. No entanto, ela sabia que não poderia evitar a tia para sempre – sabia que isso não seria justo. Tia Jo, de sua forma um tanto quanto manipuladora e invasiva, apenas queria o melhor para ela.

Além do mais, Brianna amava a tia avó, e ela estava cansada de perder pessoas importantes para ela. John havia ido embora. Mamãe nunca mais olharia para ela da mesma forma – e nem Pa, se ele soubesse. Mesmo sabendo de tudo, tia Jo ainda a amava e não pensava menos dela.

— Não foi um suborno — a mulher retrucou, abrindo os olhos azuis agateados para revirá-los, exasperada — Eu apenas queria ter um tempo de qualidade com a minha sobrinha favorita. E eu também tenho novidades.

Brianna franziu a testa e ergueu uma das sobrancelhas em seguida. Pelo tom que Jocasta havia usado para avisá-la, ela supôs que não seria algo ruim. No entanto, ela também sabia como a tia podia ser uma caixinha de surpresas.

— Ulysses tirou as últimas semanas para contactar alguns velhos conhecidos — tia Jo explicou — Pessoas que trabalham em órgãos do governo federal. Ele conseguiu falar com um oficial de imigração que conseguiu encaixar você e John para uma entrevista no fim do mês.

Brianna ficou boquiaberta. Atônita, ela piscou algumas vezes para absorver a informação que tia Jo havia acabado de lhe passar – a entrevista que poderia (ou não, ela pensou com um gosto amargo na boca) garantir o green card e a cidadania americana para John seria naquele mês. Puta que pariu! Ela não sabia se deveria ficar feliz ou desesperada. É claro que seria conveniente não ter que esperar o período de quatro a seis meses, o que era comum naquela situação. Seria, se ela e John não tivessem se distanciado e destruído completamente o que quase haviam tido um dia.

— Uau — Bree respondeu depois de alguns minutos em silêncio. Ela tentou soar animada e falhou miseravelmente. — Obrigada por ter arranjado isso, tia Jo. Agradeça a Ulysses por mim também... irei avisar a John assim que terminarmos aqui.

{PT} Brianna and John's Things-to-Do ListWhere stories live. Discover now