EPÍLOGO 2

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2 ANOS DEPOIS


Era possível sentir o odor adocicado do verão no ar; a brisa morna agitou a areia aos nossos pés, trazendo a fragrância adocicada das centenas de lírios vermelhos que trilhavam o caminho até o altar. Além do bater rítmico das ondas contra a costa e as gaivotas à distância, não havia mais nada que pudesse obliterar a segurança que banhava as palavras de John.

Eu nunca havia visitado Culloden Point antes, mas entendia perfeitamente a magia do lugar e motivo pelo qual ele e Brianna haviam decidido fazer isso aqui. O clima estava perfeito, sem nenhuma nuvem no céu e com a luz alaranjada do sol poente se derramando sobre todos nós, como se os astros estivessem se curvando para aquele momento inédito. Particularmente, nunca achei que John se casaria. Volátil demais. Promíscuo demais. Ainda assim, vê-lo falar sobre amor diante de tantas pessoas me encheu de orgulho.

— Talvez você devesse ter se casado com um escritor — começou ele, sem desviar os olhos da mulher diante dele. Todos riram baixinho, mas nenhum dos dois parecia notar qualquer coisa que não fosse a presença um do outro. Os cabelos ruivos de Brianna pareciam brilhar e oscilar com a brisa, como chamas vivas prontas para consumi-la. Os dois formavam um casal e tanto, eu era obrigado a admitir. Ela, alta e esguia, com crisântemos bordados em seu vestido branco de noiva. Ele, feliz e confiante, em seu terno claro. Muitas pessoas achavam que John era a personificação de confiança desde muito antes de conhecer Brianna Fraser. Eu sabia, com base em fatos, de que ele havia amadurecido e aprendido a se sentir confortável dentro de sua própria pele depois de se apaixonar por ela. — As pessoas esperam que, como artista, eu seja capaz de me expressar com facilidade. Você, mais do que qualquer pessoa, sabe que isso não é verdade.

Dottie apertou minha mão ao meu lado e eu me curvei levemente para beijar-lhe atrás da orelha. Eu, com certeza, não era bom em falar sobre sentimentos, mas aquilo não era um problema para nós. Ela sabia e eu também, isso era tudo o que importava.

— As coisas entre nós nunca foram muito ortodoxas e, ainda assim, eu não mudaria nada do que nós escrevemos juntos — John sorriu e eu vi Lizzie enxugar discretamente as lágrimas algumas fileiras à direita. — Eu sempre acreditei na teoria de que nós só devemos nos arrepender do que não fizemos. O homem que eu sou hoje só existe porque você me deu a oportunidade de chegar até aqui. Nós dois sabemos que não vamos concordar com tudo o tempo todo — ele se virou para os convidados e sussurrou "Ela é teimosa" alto o suficiente para que todos rissem e Brianna revirasse os olhos. — E eu estaria mentindo se não dissesse que, muito provavelmente, eu vou acabar concordando com qualquer coisa que você diga. Não porque você é faixa preta em sabe-se Deus lá quantas artes marciais, mas porque eu te amo. Sinceramente, Bree, é impossível não gostar de você. O que nós temos... é sobre isso que todos os filmes, livros e músicas falam. Eu sou um artista e você é a mais pura forma de arte. Não acho que uma vida inteira seja o suficiente para navegar pela extensão de toda a magnitude do seu ser, mas, com você, eu não me importo se me afogar.


Eu estava do lado de John quando Jocasta Cameron se aproximou, de braços dados com Ulysses. Lizzie e eu estávamos ao lado dos recém re-casados, ajudando-os a organizar a fila de pessoas que queriam parabenizar os dois. Rachel e Dottie haviam levado Willie e as gatas, Stella e Luna, para dentro do chalé onde Fergus e o Jovem Ian (aparentemente o tio de Brianna era o Velho Ian) estavam preparando drinks para os convidados que permaneceriam em Culloden Point até o fim da noite.

— Eu estou tão feliz por você, querida — disse Jocasta, abraçando a sobrinha-neta com força.

— Obrigada, tia — Bree fungou discretamente.

{PT} Brianna and John's Things-to-Do ListDonde viven las historias. Descúbrelo ahora